Ela entrou para a política por meio de Cristo, com Lula, mas depois abandonou Cristo pela política e sofreu muito…
Cleuza Ramos começou a militar no Partido dos Trabalhadores em 1980 no Brasil e compartilhou o início do seu compromisso político com quem seria então presidente em 2003, Lula da Silva.
Naquela época eles eram católicos praticantes. Na verdade, eles se encontraram na missa. Eles decidiram fundar um partido político em nome de Cristo. Mas ao longo dos anos, a militância política dos dois foi distanciando-os para longe de Deus. Cleuza Ramos contou à revista Huellas, do movimento Comunhão e Libertação, como ela voltou à fé.
Sua carreira política
Quando jovem, ela não sabia o que era a política. “Eu casei com 16 anos. Meu marido, Marcos Zerbini, me dava o número do candidato e eu ia lá e votava“. “Meu marido e eu íamos à igreja. Eu nasci na Igreja. Eu sempre fui católica. Em um ponto, começamos a participar de um grupo de casais católicos que foram envolvidos no trabalho com os pobres”. Foi ali onde ela conheceu Lula da Silva, que mais tarde tornou-se o presidente do Brasil por dois mandatos à frente do Partido trabalhadores.
Naquela época, em 1978, Lula deu palestras sobre os direitos dos pobres, mas sempre com Cristo em primeiro plano. “Isso me chamou muita a atenção”, diz Cleuza.
Cleuza decidiu seguir os passos de Lula, que era muito carismático e sempre foi acompanhado por muitas pessoas, padres e bispos. Em 1980, pensaram em formar um partido político.”Embora temesse a política, eu me envolvi porque era diferente de outros partidos: era fundado em nome de Cristo“, diz ela.
Por e para os pobres
Isso começou a envolver a vida de Cleuza na injustiça social e na confiança cega à Lula. “Minha única preocupação eram os pobres. Nada mais me interessava“, lembra ela. Quando o grupo começou a crescer, Cleuza e seu marido estavam longe da Igreja. Em algum momento, alguns começaram a usar métodos violentos. “Fazíamos treinamento de formação de guerrilha. Tudo era permitido, com o objetivo de tirar os pobres da rua”.
Seu marido Marcos não concordava com o que Cleuza fazia. Se separaram. Aos poucos, ela foi percebendo coisas que não gostava no partido. Por exemplo, as casas que tinham sido construídos para os pobres agora tinham uma blindagem para impedir que fossem ocupadas por outros pobres. “Este não era o partido que tinha criado” , explica Cleuza. Quando isso foi mostrado para Lula, ele mostrou que não se importava com a perda do sentido original do partido. Cleuza e Marcos deixaram o partido em 1991. “Não foi fácil porque nos ameaçavam”, explica Cleuza. Mas eles continuaram militando na Associação dos Trabalhadores Sem Terra (ou o Movimento dos Sem Terra), fundada em 1986, e agora presidem e ajudam que mais de 100.000 pessoas tenham acesso à educação, habitação e saúde.
A causa da perda
Os problemas não foram apenas políticos. Foi a militância, ativismo, sem Cristo. “Agora eu entendo que o problema era a substituir Cristo pelos pobres. E então os pobres pelo poder.” O tempo passou, a 10 anos de busca. Ainda estava faltando alguma coisa. “Nada importava para mim. Tomei antidepressivos durante cinco anos. Não houve outra causa, nada me agradou. Estava sempre triste por tudo o que me faltava. Eu queria viajar e quando chegava a algum lugar, queria voltar para casa”, ela diz.
Sua experiência na Comunhão e Libertação
Neste momento de grande confusão para Cleuza, encontrou o movimento Comunhão e Libertação. “Chamavam minha atenção muitas coisas que ouvia: respondiam às minhas questões internas“. Ele começou a frequentar a Escola de Comunidade (grupos de treinamento de Comunhão e Libertação). “Eu senti que havia algo para mim.” Um dia eu visitei Julian Carron, sacerdote e presidente da Fraternidade de Comunhão e Libertação. Ao ouvi-lo falar, Cleuza sentiu algo especial e que ele saiba. Ele a convidou para jantar.
Durante o jantar, Cleuza perguntou por que ele decidiu falar com ela e Julian disse que essa era a pergunta que Mateus fez a Cristo. Passo a passo, seguindo o que Carrón dizia, começou a entender tudo. “Aí então entendi por que eu me casei aos 16 anos, por que me afastei, por que eu entrei no partido, por que eu desenvolvi uma paixão pelos pobres. E por que eu estava tão apaixonada por Cristo”.
Seu caminho com Cristo no centro
“Tenho viajado um caminho pelo qual eu entendi que somente Cristo corresponde ao desejo do meu coração”. Isso fez com Cleuza mudasse seu empenho e relacionamento com a política. “Eu já não amava os pobres. Eu amo as pessoas. E graças ao movimento, aprendi que eu não sou responsável para resolver o problema da pobreza. Eu sou responsável de dizer o meu sim a Deus todos os dias“.
Ela ainda acredita na política, mas acredita que para governar bem, Cristo tem de estar no centro. “A gente perde quando Cristo não está mais no centro, quando se espera que a mudança da vida venha de outra forma. O caminho da fé faz com que você abrace toda a realidade que lhe é dada e nessa realidade habita a presença de Cristo“.
Ele diz que hoje são seus amigos e da comunidade escolar que lhe ajudam a ver Cristo. “Sozinha não seria capaz. Preciso disto para continuar a viver a certeza de que Cristo é suficiente e que Ele cuida de tudo. Tive um verdadeiro encontro que deu um novo significado à minha vida. E eu aprendi que ou buscamos a Cristo ou não buscamos nada”, explica.
Ela começou muito jovem a trabalhar com crianças de rua e, em seguida, tornou-se interessada na política e luta social. Em 1986, nasceu a associação Trabalhadores sem terra (ou Movimento dos Sem Terra ), cujos presidentes são Cleuza e seu marido Marcos. Hoje é uma realidade das pessoas de mais de cem mil pessoas que podem obter uma casa, cuidados de saúde e a oportunidade de estudar. Em 2008, Cleuza Ramos confidenciou tudo isso nas mãos de Alberto Carron, após a reunião da Comunhão e Libertação.
Fonte: http://www.religionenlibertad.com/entro-politica-por-cristo-con-lula-pero-luego-abandono–50564.htm
Tradução: Emerson de Oliveira