Eu amei Dallas Willard. Ele foi como um pai para mim. Eu vou sentir terrivelmente sua falta. Entre aqueles que mais me influenciaram, ele se destaca como um carvalho gigante no meio de mudas. No caso de Dallas, todas as coisas que estão sendo ditas para elogiá-lo são realmente verdadeiras. Perdemos um general de cinco estrelas no exército de Deus. O mundo não é o que era quando ele estava entre nós.
Dallas era um homem com uma tremenda inteligência profunda e penetrante. Ele foi primeiro um cristão e um depois um filósofo. Com ele aprendi como fazer metafísica e como pensar metafisicamente. Ele me ensinou a fazer distinções quando eu estava esboçando categorias. Ele foi um comprometido dualista, e nunca se cansou de defender a existência de e falar sobre o florescimento da alma (encarnada). Ele me ensinou a ser uma particularista, um fundacionalista e um realista direto na epistemologia. E ninguém sabia mais do Dallas sobre a história da ética, especialmente nos últimos 150 anos. Ele será lembrado mais por seus escritos sobre a formação espiritual, mas o homem era também um filósofo acadêmico de primeira linha.
Seus escritos espirituais não são apenas profundos no conteúdo, mas também têm uma textura ou o tom pelo que precisamente expressa a vida de Dallas. Ele viveu e praticou o que escreveu, e havia uma presença em, ao redor e através de sua presença.
Não posso começar a compartilhar todas as lembranças que tenho dele, mas vou citar duas, uma no início do nosso relacionamento e uma no final. Em 1983, quando eu era um estudante de doutorado na USC, um estudante de filosofia de graduação chamado Joe veio até mim e perguntou se eu era religioso. Assegurei-lhe que eu não era, mas que era, na verdade, um seguidor de Jesus de Nazaré. Ele ficou surpreso e ele me perguntou se eu achava que Jesus poderia chegar a uma pessoa. Eu não tinha ideia do que ele queria dizer e, como um bom filósofo, eu fingi que devolvi-lhe uma pergunta! “De onde você tirou essa ideia?”, perguntei. Bem, ele disse que naquela manhã tinha sido no escritório de Dallas e Dallas o levou a Cristo, e Dallas tinha-lhe dito que quando ele orasse a Jesus, Jesus viria até ele e o ouviria. Em uma típica atitude willardiana, Dallas tinha colocado uma verdade em termos que ninguém jamais pensou, e a maneira de falar teve o impacto pretendido no Joe e em mim.
Minha memória seguinte foi uma conversa por telefone com Dallas três dias antes dele falecer. Ele estava lúcido, de bom humor, mas tão fraco que mal podia projetar sua voz pelo telefone. Ele sabia que estava morrendo. Eu disse a ele que eu queria tomar um minuto para celebrar a sua vida e lembrá-lo do impacto para o Reino que ele tinha tido. Bem, sendo a pessoa humilde que era, Dallas mão quis isso. Eu disse que ele teria que me ouvir quisesse ou não, e ele respondeu que tomaria o elogio como da parte do Senhor, e eu enchi seus ouvidos com seu maravilhoso legado. Ele fechou a nossa conversa por comentar sobre “que futuro glorioso todos nós temos no Reino”, e foi assim que o homem se aproximou de sua morte.
Após reflexão, Dallas Willard desafiou e ainda desafia-me a terminar a minha vida aqui bem e ter uma morte vitoriosa. Por favor, juntem-se a mim nesse compromisso.
Por J. P. Moreland
Fonte: http://www.jpmoreland.com/2013/05/09/what-i-learned-from-dallas-willard-1935-2013/
Tradução: Emerson de Oliveira