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O Que a Bíblia Nos Ensina Sobre Consumismo

O Consumismo e a Perspectiva Cristã

Para os fins deste artigo, consumismo pode ser entendido como uma ênfase excessiva na aquisição de bens, serviços e produtos cada vez mais novos e sofisticados. Essa mentalidade incentiva a busca constante pelo que é mais recente, pelo melhor e pelo maior, descartando rapidamente o que já foi adquirido. É a visão representada pela frase: “Quem morre com mais coisas ganha”. O consumismo ultrapassa a simples dinamização da economia — que depende da produção e do consumo contínuo — e avança para o campo do materialismo. Dado que essa postura pode gerar insatisfação constante e desejo desenfreado, os cristãos precisam estar atentos aos seus impactos espirituais.

Em sociedades prósperas, o consumismo tornou-se uma postura amplamente difundida. Ainda que as ações de comprar e vender em si não carreguem necessariamente implicações éticas ou espirituais, os motivos que as sustentam podem sim ser problemáticos. Sentimentos como cobiça, inveja e egoísmo transformam transações comerciais em expressões de um comportamento consumista.

Embora a Bíblia não utilize exatamente o termo “consumismo”, ela aborda claramente esse tipo de conduta. Jesus advertiu: “Acautelai-vos e guardai-vos de toda a avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância das coisas que ele possui” (Lucas 12:15). Uma boa resposta ao consumismo é o cultivo da gratidão, já que a acumulação de riquezas materiais reflete justamente o ideal consumista, ignorando o verdadeiro propósito da existência.

O consumismo também não oferece segurança real. Como afirma o Salmo 62:10: “Se as riquezas aumentarem, não ponhais nelas o coração”. Os bens que acumulamos hoje podem se perder amanhã. O Salmo 119:36 nos ajuda a manter o foco correto: “Inclina o meu coração aos teus estatutos, e não à cobiça”. Seguir uma vida de piedade e contentamento é muito mais valioso, como ensina 1 Timóteo 6:6-8: “A piedade aliada ao contentamento é grande lucro. Pois nada trouxemos para o mundo, e dele nada podemos levar. Tendo, porém, alimento e vestuário, estaremos com isso satisfeitos”.

Pessoas agradecidas geralmente não vivem em busca constante por mais coisas. Elas encontram satisfação no que Deus já provê (Filipenses 4:11; Hebreus 13:5). Ao longo das Escrituras, a gratidão é valorizada como uma virtude essencial (Salmo 136:1; 1 Tessalonicenses 5:18; Romanos 1:21).

Talvez o principal problema do consumismo seja o fato de ele redirecionar nossa atenção de Cristo e do Seu reino para bens passageiros e temporais. Quando aceitamos Jesus e nascemos de novo, nossa perspectiva muda radicalmente (João 3:3; 2 Coríntios 5:17, 21). Passamos a fazer parte de um reino celestial, e os valores terrenos deixam de dominar nossos desejos. Filipenses 3:18-20 contrasta claramente essa mudança: “Muitos há cuja conduta é inimiga da cruz de Cristo; o fim deles é a perdição, o ventre é o seu deus, e a glória está na sua vergonha. A mente deles está voltada para as coisas terrenas. Mas a nossa cidade está nos céus, donde esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo”. Por isso, o crente prudente deve vigiar o coração e protegê-lo contra o consumismo.

O plano de Deus para nossas vidas não é que passemos a vida perseguindo incessantemente o que é novo e melhor, mas que priorizemos acima de tudo “o reino de Deus e a sua justiça” (Mateus 6:33).

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