Os naturalistas metafísicos podem estar inclinados a sugerir que não podem ser acusados de petição de princípio ao endossar o naturalismo metodológico, uma vez que essa metodologia é simplesmente uma extensão lógica dos seus pontos de vista metafísicos. Se alguém tem uma boa razão para acreditar que não existem entidades não-naturais, então dificilmente pode ser criticado por adotar uma metodologia que recusa aceitar causas não naturais.
O que esta sugestão ignora é que os naturalistas metafísicos tipicamente afirmam a verdade do naturalismo na base da Navalha de Ockham. Muito poucos naturalistas estão dispostos a argumentar que se possa demonstrar que a existência de entidades não-naturais é logicamente impossível. Em vez disso, afirmam que não há provas suficientes para a existência de tais entidades e que se deve, portanto, recusar-se a postulá-las.
Parece, no entanto, que a existência de eventos físicos que são melhores explicados na hipótese de uma causa não natural seria cumprir os requisitos da Navalha de Ockham e, portanto, constituem evidência de uma entidade não-natural. Para o naturalista metafísico adotar uma metodologia que sustenta que nunca é legítimo, mesmo em princípio, postular uma causa não natural para um evento físico, é garantir que os requisitos da Navalha de Ockham não serão cumprido. Isso levanta a questão de saber se existe evidência suficiente para justificar a crença em entidades não-naturais e, portanto, a descrença no naturalismo metafísico, uma vez que o que está sendo proposto é uma metodologia que, por sua recusa em aceitar a legitimidade de mesmo postular uma causa não natural para um evento físico, opõe-se a qualquer conjunto de provas em favor de causas não naturais.
Larmer, Robert A. “Is Methodological Naturalism Question-Begging?”Philosophia Christi 5.1 (2003): 113. Print.
Fonte: http://apologetics-notes.comereason.org/2015/09/is-methodological-naturalism-question.html
Tradução: Emerson de Oliveira