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O Mundo Orwelliano das Testemunhas de Jeová: 1984 e a “Big Mother”

Randall Watters
Tradução: Osarsif

Ninguém deu grande importância ao livro quando foi publicado pela primeira vez, em 1949, nem atraiu muita atenção durante alguns anos depois disso. Contudo, nas duas últimas décadas, o livro 1984 de George Orwell conseguiu uma audiência muito mais vasta. Orwell retrata uma sociedade que sofreu uma lavagem ao cérebro com ideologias políticas, ao ponto de as pessoas dessa sociedade serem intolerantes para com qualquer outra mentalidade. Ironicamente, embora sejam reduzidas as probabilidades de uma organização política ter tal controlo absoluto sobre as vidas das pessoas hoje, as seitas religiosas assumiram esse papel. Para que um sistema ideológico absoluto funcione mesmo, todos os sujeitos desse sistema têm de acreditar nele e têm de ser entusiásticos. O controlo do pensamento foi atingido em círculos religiosos de um modo que faria os políticos morrer de inveja.

Visto que muitas religiões como as Testemunhas de Jeová, os Mórmons, a Igreja Mundial de Deus, etc., são simplesmente uma forma ‘espiritualizada’ de governo, envolvendo muita actividade ‘política’, existe uma analogia entre o mundo que Orwell descreve no seu livro 1984 e o mundo dessas religiões. Neste artigo, apresento alguns excertos do livro 1984 para demonstrar as similaridades entre o mundo das Testemunhas de Jeová (ou Watchtower Society) e o mundo descrito por Orwell.

O livro de Orwell começa com a descrição de uma grande potência mundial que altera a verdade e os registos históricos para que se pense que essa potência esteve sempre certa. O nome dessa potência é Oceânia, e a potência rival é Eurásia. O leitor notará a referência ao ‘Big Brother’, ou ‘Sociedade’. Pense nas similaridades entre esse sistema político e a organização ‘Mãe’ das Testemunhas de Jeová, que também costuma ser chamada ‘a Sociedade’ (expressão que tem sido usada tanto entre as TJ como no mundo comunista para esconder o facto que o poder de decisão real está nas mãos de meia dúzia de homens). Neste ponto, não resisto a citar a revista Watchtower [A Sentinela] de Maio de 1957, na p. 274, que ilustra a terminologia deles:

“Se havemos de andar na luz da verdade, temos de reconhecer não só Jeová Deus como nosso pai, mas também a sua organização como nossa “mãe.””

Leiamos agora alguns excertos do livro 1984:

…o assustador era que podia ser tudo verdade. Se o partido tinha o poder de alterar o passado e determinar este ou aquele acontecimento: isto nunca aconteceu — não seria tal poder mais temível do que a simples tortura ou a morte?

O partido afirmava que a Oceânia nunca estivera aliada à Eurásia… Mas onde existia esse saber? Apenas na sua consciência… se toda a gente aceitasse a mentira que o Partido impunha — se todos os documentos apresentassem a mesma versão –, então a mentira passaria à História e tornar-se-ia verdade. “Quem controla o passado”, dizia a palavra de ordem do Partido, “controla o futuro; quem controla o presente controla o passado.”… Para tal bastava uma série contínua de vitórias de cada qual sobre a sua própria memória. “Controlo da realidade”, assim se lhe chamava; ou, em novilíngua, “duplopensar”. [1984, p. 40. N. do T.: as páginas referem-se ao livro Mil Novecentos e Oitenta e Quatro, 1.ª edição, Lisboa: Edições Antígona, 1991.]

Quão real é a verdadeira realidade, ou aquilo que percepcionamos como realidade? Se uma organização tiver o poder de alterar mesmo a história, que horrores podem ser praticados? O passado só pode ser registado a longo prazo em livros — mas que dizer se os livros forem alterados?

O Corpo Governante das Testemunhas de Jeová sabe que para controlar o futuro, tem de controlar o passado. Como? Principalmente de quatro maneiras:

  • Impedindo a TJ típica de conhecer os erros e enganos da organização no passado;
  • Branqueando a sua própria história;
  • Considerando o passado como irrelevante;
  • Introduzindo alterações nos próprios livros que publicaram no passado!

 

Para o Corpo Governante, realidade é qualquer coisa que eles estejam a ensinar como luz actual vinda do ‘escravo fiel e discreto’, querendo significar eles mesmos, é claro. Espera-se que nada do que eles ensinaram no passado seja considerado pelas TJ; com efeito, até seria considerado apostasia voltar a acreditar nessas doutrinas antigas (às quais eles chamam “velha luz”). As Testemunhas de Jeová têm de se manter actualizadas!

Para as Testemunhas de Jeová, isto significa que a pessoa tem de conseguir uma série de ‘vitórias’ sobre a sua memória; o que era ensinado há dez anos atrás não deve ser recordado actualmente, pois confundiria o entendimento da verdade actual. Quando é necessário explicar os ensinos do passado a alguém, elas usam explicações complicadas que dizem como a verdade é realmente apenas relativa à progressão da organização. Ele tem de estar preparado para negar o passado e ao mesmo tempo reconhecê-lo subconscientemente e compensá-lo no seu pensamento; e em todo o processo tem de ser cuidadoso para não se enganar conscientemente a si próprio.

…O espírito embrenhou-se-lhe no mundo labiríntico do duplopensar. Saber e não saber, ter uma noção de absoluta veracidade enquanto se dizem mentiras cuidadosamente elaboradas… esquecer o que quer que fosse preciso esquecer, para depois o trazer de volta à memória quando necessário, e em seguida de novo esquecê-lo prontamente: e, acima de tudo, aplicar este mesmo procedimento ao próprio procedimento em si. Tal era a suprema subtileza: induzir conscientemente a inconsciência, para depois, num segundo passo, tornar-se inconsciente do acto de hipnose acabado de levar a cabo. A própria compreensão da palavra “duplopensar” implicava o recurso ao duplopensar. [pp. 40-41]

Saber, por exemplo, que a Watchtower Society levou mesmo os seus seguidores a acreditar que o fim do mundo viria em 1975; no entanto negá-lo e acreditar mesmo que essa negação é verdadeira; estar consciente da verdade completa enquanto ao mesmo tempo se diz mentiras cuidadosamente construídas… esquecer que a WT predisse que o fim do mundo ocorreria em 1914, não predisse a volta invisível de Cristo (na altura diziam esta que ocorrera em 1874); esquecer isto quando era necessário, depois, quando forçados a admiti-lo, trazer o incidente novamente à memória e dizer que foi um engano; e depois negar tudo outra vez ao falar com outra pessoa — isso é a suprema subtileza! E depois apontar o dedo a outros grupos religiosos e acusá-los a eles de serem falsos profetas, usando (ao fazerem esta acusação) dois modos de pensamento — daí a comparação ao duplopensar. Repare nas palavras do próprio Corpo Governante:

“É verdade que no passado houve quem predissesse o ‘fim do mundo’, chegando até a anunciar uma data específica… O ‘fim’ não veio. Eles foram culpados de fazerem falsas profecias. Porquê? O que lhes faltava? Era a medida completa da evidência que é necessária em cumprimento da profecia bíblica. A essas pessoas faltavam as verdades de Deus e a evidência de que ele as estava a guiar e a usar.” (Awake! [Despertai!], 8 de Outubro de 1968, p. 23)

Como é que o Corpo Governante pode fazer uma declaração como a anterior, tendo eles próprios um registo vergonhoso de falsas predições? É fácil documentar que eles predisseram o fim do mundo várias vezes. É como Orwell diz: “…esquecer o que quer que fosse preciso esquecer, para depois o trazer de volta à memória quando necessário, e em seguida de novo esquecê-lo prontamente… e aplicar este mesmo procedimento ao próprio procedimento em si [por outras palavras: não estar cônscio da fraude]. Tal era a suprema subtileza”. A palavra duplopensar é de facto apropriada para descrever esse processo.

O auto-engano é muito complexo, tal como quando se inventa uma mentira para cobrir outra mentira; existem muitos factores que têm de ser considerados de cada vez que se inventa uma desculpa para os erros da Watchtower. Como isto é diferente de dizer simplesmente a verdade directamente! Frequentemente as pessoas aborrecem-se com as Testemunhas de Jeová por não dizerem de forma aberta tudo o que acreditam sobre um determinado assunto, como por exemplo: ‘quem serão os únicos salvos no Armagedom?’ ou: ‘quem são os únicos que podem entender a Bíblia?’.

…o facto de se exibir no rosto expressões impróprias… consistia em si mesmo infracção punível. Em novilíngua havia até uma palavra para a designar: rostocrime. [1984, p. 68]

Pretende-se que um membro do partido tenha, além das opiniões certas, também os instintos certos. Muitas das convicções e atitudes que lhe são exigidas nunca chegam a ser claramente explicitadas, nem poderiam sê-lo sem pôr a nu as contradições inerentes ao SOCING. Se for pessoa naturalmente ortodoxa (em novilíngua, um bompensante), saberá em todas as circunstâncias, sem raciocinar sequer, qual a convicção acertada ou a emoção desejável. De qualquer maneira, o elaborado treino mental a que foi sujeito na infância e que gira em torno dos termos de novilíngua páracrime, pretobranco, e duplopensar, privou-o quer da disposição, quer da capacidade para pensar aprofundadamente seja sobre que assunto for. [1984, p. 213]

Se uma Testemunha for diligente em investigar o verdadeiro espírito da organização, ele “saberá em todas as circunstâncias, sem raciocinar sequer, qual a convicção acertada ou a emoção desejável”, como diz Orwell. Um dos aspectos mais difíceis do trabalho que realizo actualmente não é convencer as TJ de que a Sociedade está errada, é em vez disso mostrar-lhes aquilo que a Sociedade de facto ensina e em que acredita. Se a pessoa com quem falo nunca foi uma Testemunha completamente ‘ortodoxa’, isto pode inicialmente ser difícil. Aqueles que tiveram de facto o espírito da organização, ou conseguem ver através do engano ou recusam-se a discutir mais o assunto, por ser muito devastador para elas.

… As especulações que poderiam dar origem a atitudes cépticas ou rebeldes são antecipadamente sufocadas numa disciplina interior precocemente adquirida. O primeiro e mais simples estádio dessa disciplina, que pode ser ensinado até mesmo a crianças de tenra idade, chama-se em novilíngua páracrime. Páracrime significa a capacidade de parar, como por instinto, no limiar de qualquer pensamento perigoso. Inclui a faculdade de não captar certas analogias, de omitir erros de lógica, de não compreender argumentos elementares se forem hostis ao SOCING, e de sentir enfado ou repulsa por qualquer raciocínio susceptível de tomar um rumo herético. [1984, p. 213]

A TJ típica aprende rapidamente a sufocar as suas especulações se estas o conduzirem a território perigoso. Ou ela se apercebe de que essas especulações serão perigosas para o seu relacionamento com outras testemunhas (que a verão com suspeição), ou aprende da maneira mais difícil quando abrir a boca e levar uma forte repreensão! Depressa aprende que tem de andar na luz actual, não permitindo que a sua mente ultrapasse a organização. Ela não deve pensar de forma independente. De agora em diante, é o Corpo Governante que representa a mente dela em todos os assuntos. É este o único caminho ‘seguro’.

Uma TJ aprende rapidamente a pôr de lado pensamentos ‘incomodativos’, como os que se poderiam desenvolver se, ao ir de casa em casa, essa Testemunha encontrasse uma pessoa que lhe tirasse das mãos o livro A Verdade Que Conduz à Vida Eterna e o abrisse na página 13, onde diz:

Precisamos examinar não só o que nós mesmos cremos, mas também o que é ensinado pela organização religiosa com que talvez nos associemos. Estão os seus ensinos em plena harmonia com a Palavra de Deus ou baseiam-se em tradições de homens? Se amarmos a verdade, não precisamos temer tal exame. Cada um de nós deve ter o desejo de aprender a vontade de Deus para nós e depois fazê-la.

A pessoa que a Testemunha encontrou ao ir de casa em casa poderia então raciocinar com a Testemunha usando a lógica desse livro, dizendo: “Então o que acha de examinarmos o registo da Watchtower nos últimos 100 anos?” A TJ geralmente responde com um olhar parado ou perguntando: “Já alguma vez foi Testemunha?” Por outras palavras: ‘Como se explica que saiba tanto acerca de nós?’ Isto não passa de uma recusa inconsciente de seguir um argumento lógico iniciado por outros, enquanto ao mesmo tempo a própria Testemunha tenta iniciar argumentos lógicos. As TJ aborrecem-se ou sentem-se repelidas perante qualquer linha de pensamento que não seja iniciada por elas e que possa ser perigosa para a segurança que resulta de estarem sob a organização.

Páracrime, em resumo, significa estupidez protectora. Mas a estupidez não basta. Muito pelo contrário, a ortodoxia, no pleno sentido do termo, exige dos indivíduos um domínio tão completo dos seus próprios processos mentais como o que um contorcionista tem do corpo. A sociedade oceânica assenta, em última análise, na convicção de o Grande Irmão ser todo-poderoso e o Partido infalível. Mas como na realidade nem um é todo-poderoso nem o outro é infalível, torna-se necessária, a todo o instante, certa flexibilidade infatigável na abordagem dos factos. Aqui, a palavra-chave é pretobranco. Como tantas outras palavras em novilíngua, também esta tem dois sentidos antagónicos. Aplicada a um opositor, significa o hábito de afirmar despudoradamente que o preto é branco, contrariando a evidência dos factos. Aplicada a um membro do Partido, designa a lealdade diligente em afirmar o preto branco quando a disciplina do Partido assim exige. Mas significa também a capacidade de acreditar que o preto é branco, e mais ainda, de saber que o preto é branco, e esquecer que alguma vez se tenha pensado o contrário. Isto implica a constante alteração do passado, só possível pelo sistema de pensamento que na verdade abarca tudo o resto, e que se designa em novilíngua pela palavra duplopensar. [p. 213-214]

A base da Watchtower Society é a crença de que a organização ‘Mãe’ não nos pode desencaminhar. Se mais tarde alguém provar que a Sociedade cometeu um erro ou promoveu uma mentira, espera-se que a Testemunha continue a viver com o erro ou a mentira em vez de reconhecer os factos por si mesmo! Assim, a organização é, na prática, infalível (embora simultaneamente negue sê-lo). Por isso, dentro da Watchtower (tal como no caso do Big Brother) existe um esforço incansável da parte do Departamento de Redacção para ser flexível com a “verdade”, eles estão sempre prontos a encontrar alguma analogia ridícula para mostrar como realmente sempre estiveram do lado certo. Um exemplo é o do barco que, ao ir do ponto A para o ponto B, por vezes tem de ziguezaguear ao longo do caminho, para conseguir chegar ao destino (veja a Watchtower [Sentinela] de 1.º de Dezembro de 1981, p. 27). Ou talvez seja dada a explicação de que Jeová estava apenas a ‘testá-los’ por permitir que a organização ‘Mãe’ os levasse a acreditar que o mundo iria acabar numa data específica, sabendo perfeitamente que o fim não aconteceria. (veja a Watchtower [Sentinela] de 15 de Fevereiro de 1984, p. 26)

Contudo, se qualquer outra religião muda as suas doutrinas, o Corpo Governante critica-os rapidamente, usando as palavras de Efésios 4:14:

“a fim de que não sejamos mais pequeninos, jogados como que por ondas e levados para cá e para lá por todo vento de ensino, pela velhacaria de homens, pela astúcia em maquinar o erro.”

Curiosamente, a Watchtower [Sentinela] de 15 de Maio de 1976 diz na página 298:

É um assunto sério representar Deus e Cristo de uma certa maneira, depois descobrir que o nosso entendimento dos principais ensinos e das doutrinas fundamentais das escrituras estava errado, e depois disso, voltar às mesmas doutrinas que, através de anos de estudo, determinámos definitivamente estarem erradas. Os cristãos não podem vacilar para cá e para lá nestes ensinos fundamentais. Que confiança podemos ter na sinceridade e julgamento de tais pessoas?

Se ao menos eles pudessem aplicar isto a eles próprios! Repare nos comentários de Orwell:

Porque o segredo da governação consiste em combinar a crença na nossa própria infalibilidade com a capacidade de aprender com os erros cometidos. [1984, p. 216]

Isto é o que todas as seitas minimamente inteligentes querem: combinar uma autoridade e infalibilidade absolutas com o poder de aprender com as falsas profecias e os erros cometidos.

A organização ‘Mãe’ quer lealdade absoluta em todos os assuntos. Ela alega ser um profeta como Ezequiel e Jeremias (veja a Watchtower [Sentinela] de 1.º de Outubro de 1982, pp. 26, 27). Ela alega ser um porta-voz de Jeová Deus, o Criador do universo, mas recusa-se a aceitar a responsabilidade que é inerente a um profeta. Segundo a própria Bíblia deles, em Deuteronómio 18:20-22, eles são falsos profetas, como se conclui facilmente examinando o seu registo histórico. Por vezes eles apresentam a desculpa: “Nós não somos falsos profetas porque admitimos os nossos erros.” Bem, tenho más notícias para vos dar! Qualquer falso profeta que anuncia o fim do mundo admite o seu erro quando a data passa e nada acontece! Se não o fizessem como é que poderiam continuar a ter seguidores?

Mas o desejo do Corpo Governante é exactamente este; uma autoridade absoluta e não ter de partilhar a responsabilidade por erros nenhuns. Que mais se pode pedir?

Algumas TJ com certeza dirão que a revista Sentinela não é inspirada. Contudo, ao fazerem isso estão a ignorar as palavras que os membros do Corpo Governante disseram ao longo dos anos! Por exemplo, nos julgamentos em tribunal relacionados com Olin Moyle, na Escócia, em 1943, Fred Franz, o 4.º presidente das TJ, disse que o próprio Jeová era o editor da revista, e que esta é apresentada directamente como a Palavra de Deus, sem qualquer outra qualificação! (Veja a secção #25962597 do registo desse caso de tribunal.) Falando de como Jeová passa a ‘verdade’ para a ‘classe do escravo fiel e discreto’, a Watchtower [Sentinela] de 1.º de Julho de 1943 diz na página 203:

Ele (Jeová) meramente usa a classe do ‘servo’ para publicar a interpretação, depois de a Corte Suprema por Jesus Cristo a ter revelado.

Quando menciona o ser angélico que Ezequiel viu (Ez. 43:6), o livro Vindication [Vindicação], escrito por Joseph Rutherford (o 2.º presidente das TJ), diz no volume III, página 250:

“O Homem” era o mensageiro celestial e isto retrata os mensageiros celestiais ou anjos do Senhor. Sem dúvida, eles primeiro ouvem a instrução que o Senhor dirige ao seu restante e depois estes mensageiros invisíveis passam tal instrução para o restante. Os factos mostram que os anjos do senhor que estão no seu templo têm prestado serviço ao restante desse modo desde 1919.

Existe outro ponto importante na discussão de Orwell que está relacionado de perto com o “duplopensar”: numa manipulação eficaz da mente, a pessoa já não diz apenas o oposto do que pensa, mas também pensa em termos do que é oposto à verdade. Assim, por exemplo, se ele entregou completamente a sua independência e integridade, se se vê como uma coisa que pertence ao Estado… sente-se livre porque já não existe nenhuma percepção da discrepância entre a verdade e a mentira.

Este é o aspecto mais assustador nos enganos do Corpo Governante. Através de um programa astuto de lavagem cerebral, eles conseguiram não apenas fazer 6 milhões de pessoas acreditar que o preto é branco e que o dia é noite, mas também conseguiram que essas pessoas nem sequer questionem a fraude!

 

 

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