Considere algumas destas citações de Hume: “Nós nunca devemos repousar a menor confiança no testemunho humano”, ou “Mas é um milagre que um homem morto volte à vida; porque isso nunca foi observado, em nenhuma era ou país. Deve haver, portanto, uma experiência uniforme em oposição a todo evento miraculoso: caso contrário, o evento não mereceria tal denominação” ou “prontamente rejeitamos qualquer fato que seja incomum e incrível em um grau ordinário”. [1] A prova probatória de Hume é a negação absoluta de milagres e até mesmo milagres atestados por testemunhas nunca deve ser aceito. Na explicação de Hume, a menos que seja posto 100% à prova, o evento deve ser rejeitado. Como é que o testemunho de Hume se sai usando seus próprios critérios?
Hume não passa no teste, quando seus critérios são aplicados a si mesmo, porque ninguém pode dar 100% de provas, seja ateu ou cristão. Se formos rejeitar o testemunho humano, então o que vamos fazer com o testemunho de Hume? O filósofo William Lane Craig afirma: “Para um argumento ser um bom, não é necessário que tenhamos 100% de certeza.” [2] Em um tribunal de justiça, a prova só precisa ser apoiada em seu favor (51% ou mais). Ao olhar para os milagres, como a história da ressurreição de Jesus, não é necessário termos 100% de provas. Todas as afirmações podem ser avaliadas pelos seus méritos e uma inferência para melhor explicação é o que deve contar. O ex-ateísta, Anthony Flew, foi honesto quando disse: “devemos seguir a evidência onde quer que leve.” [3]
[4] Nagel, Thomas, The Last Word, p. 130
Tradução: Emerson de Oliveira