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O CASO CAMPAGNOLO E AS ENTIDADES CORPORATIVISTAS

NOTAS SOBRE A IDEOLIGIZAÇÃO NAS FACULDADES

Por William Faramond

Nessas duas semanas surgiu uma polêmica que escapou das redes sociais e tomou um vulto ainda maior. Entidades representativas de docentes de vários segmentos universitários lançaram notas de apoio à professora universitária da Universidade Estadual de Santa Catarina Marlene De Fáveri. As entidades numa atitude corporativista e dogmática simplesmente ficaram do lado da docente, dizendo que ela era perseguida pela Escola  Sem Partido e pela autora, de um processo por perseguição ideológica, Ana Caroline Campagnolo. Tudo por que no dia houve uma audiência no Congresso onde Ana expôs os áudios onde claramente a professora Marlene persegue Ana de forma vil.

Temos neste caso, dois exemplos de alinhamento político tosco, cego e corporativista. Sabemos que, com diversos exemplos que um professor que não cumpre a cartilha ideológica dos programas sofre com a patrulha de seus docentes. Muitas vezes, por causa da perseguição ideológica, o discente não calcará uma vida acadêmica plena. Inclusive docentes que bebam da mesma água também sofrerão represálias, basta algum deslize que indique que ele não possui o monopólio das virtudes como os demais. O dois casos que quero ressaltar é a das duas entidades que me chamam a atenção especificamente, uma é a ANPUH, Associação Nacional de Professores de História (Notem que o U de universitário não é referenciado) e ABHR, Associação Nacional de História das Religiões, nos dois casos as entidades se posicionaram a favor da professora Marlene, mesmo sabendo que a errada da história é ela. Note-se que a maioria dos historiadores sequer tentou entender o que aconteceu realmente, isso é mais que uma prova de como esse ramo trabalha com as fontes.

A ANPUH é uma associação que se posicionou contra o Impeachment de Dilma, a entidade se diz representante dos professores de História do Brasil. Por diversas vezes a entidade já demarcou seu caráter plenamente elitista, com cobranças para congressos caríssimas, eventos onde somente doutores pudessem fazer comunicações, etc. por último tivemos a criação da famigerada associação oriunda da ANPUH, chamada “historiadores pela democracia”, que defendeu e defende cegamente o governo Lula-Dilma. O segundo a ANPUH, o processo civil contra a professora Marlene de Faveri foi “suposta propaganda do feminismo em sua atividade docente”, sendo que isso é uma mentira. O processo civil é contra os atos vexatórios promovidos por Faveri contra Campagnolo.

A ABHR no momento está totalmente dominada por uma linha ideológica ligada as ideias de sexualidade oriundas do pós-estruturalismo francês. Essas ideias têm poucas, ou quase nenhuma base empírica, sendo mais slogans de militantes que conceitos com bases sólidas. A diretoria da ABHR lançou uma nota de apoio à professora Marlene, num ato despótico. Porém, seus membros contam com pessoas altamente tendenciosas. Um dos visionários da equipe não é nenhuma pessoa democrática, e um tanto soberbo declara que não há Cristofobia ou perseguição ideológica (risível). Entretanto, certa vez expressou publicamente que ao passar para um concurso público seu papel seria a de fazer militância. Ora, isso mostra como ele é a pessoa “perfeita” para falar que não há perseguição ideológica nas universidades. Invés de pensar a pesquisa e no avanço da ciência, estabelece como meta simplesmente em fazer militância (não é caso isolado).

Meu total apoio a Ana Caroline Campagnolo, por sua atitude ousada, que não é de nenhuma iniciativa da Escola Sem Partido, pois surgiu fora dela, como reação de uma pessoa vilipendiada por uma educadora nem um pouco ética, ou conhecedora da neutralidade científica. Fica o registro, se para estudar um determinado fenômeno a pesquisador tiver que concordar com ele, ateus não estudaria a religião, gays não estudariam heteros, cristãos não estudariam muçulmanos, etc. Para estudar algo fora de nossas concepções filosóficas, morais e éticas usamos do instrumento de suspensão de juízo, coisa que a professora doutora Marlene esquece todo dia quando sai de casa.

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