José Octavio Dettmann: Sim.
Alberto Barbosa: Pensei em começar assim, pois conto é algo mais fácil e bom de iniciar. À medida que eu for evoluindo, eu tento construir obras mais complexas
José Octavio Dettmann: Sim. É isso mesmo.
Alberto Barbosa: Outra coisa que fiz de diferente: estou criando meu publico antes do lançamento. Queria ouvir a opinião do senhor.
José Octavio Dettmann. Isso é um bom começo. Mas não faça isso por meio da publicidade do face. Faça boca-a-boca, sobretudo com todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas que você. Eu fiz experimento com publicidade no face recentemente e este só me trouxe gente do mais baixo nível. O processo de capitalização moral e pessoal é lento, é verdade, mas traz gente de gabarito. Hoje, por conta da experiência acumulada, eu só adiciono alguém mediante indicação de alguém que me conhece.
Alberto Barbosa: Ótimo ouvir isso do senhor. Ainda bem que meu marketing virtual é composto de pessoas que conheço ou de amigos de pessoas que conheço
José Octavio Dettmann: É isso aí. Tudo tem que ter base no concreto.
Alberto Barbosa: Muitos evangélicos que nem lêem vão ler meu livro. Se eu conseguir desenvolver a minha arte, localmente posso trazer muita gente pra Igreja Católica
José Octavio Dettmann: Sim. Faz muito bem.
Alberto Barbosa: Não faço isso por ser bonzinho, faço porque sou inteligente e sei que Deus vai entender o meu esforço
José Octavio Dettmann: Sim.
Alberto Barbosa: Essa sua tese de Ourique é muito linda
José Octavio Dettmann Sim. E ela é a base sob a qual se edifica o senso de país tomado como se fosse um lar. O quinhentismo jogou isso fora – e dá a impressão de que esse país nasceu sem a crença na fraternidade universal.E é por conta de um regime nascido num país fundado nessa crença, em não se acreditar na fraternidade universal, que os protestantes prosperaram por aqui. Por isso, é crucial resgatarmos o senso de Ourique. Sem Ourique, não há o mundo português – o Brasil é o desdobramento da tradição em terras americanas. Não devemos jogar essa herança fora – é isso que nos diferencia dos países de língua hispânica ou mesmo dos EUA.
Alberto Barbosa: Ourique me lembrou tanto da herança que faz do povo hebreu um país forte, quanto os mitos protestantes sobre a origem sagrada dos EUA – isso dá a eles um papel definido no mundo
José Octavio Dettmann: Sim. Exatamente. Ourique é a pedra basilar da nossa civilização. E isso leva a uma teoria do Estado fundada na direção de servir a Cristo em terras distantes. Como isso nasce de uma revelação, ela não permite comparação com todas as outras, pois ela tem mistérios – e o que nos cabe é termos fé no criador, pois explicar isso só atrapalharia.
Alberto Barbosa: Entendo.
Alberto Barbosa. Se um dia eu levar a arte da escrita a um nível profissional, farei de tudo pra debatermos esse assunto até o fim. E assim, quem sabe, criamos algo.
José Octavio Dettmann: Eu ainda não li os livros-chave sobre Ourique. E esses livros estão citados na primeira página da história do brasil, do IPCO.
Alberto Barbosa: Eu só li o que você escreveu sobre o assunto. E foi o suficiente pra ser abduzido pelos fatos.
Alberto Barbosa: Porque será que Darcy Ribeito deixou isso passar?
José Octavio Dettmann: Eles foram todos influenciados pelo positivismo e marxismo. Tudo isso é antropologia e sociologia tomando o fato como se fosse coisa, como se tivesse sua própria verdade, o que é uma tremenda de uma furada. Ao descrevê-la, a coisa se justifica e se impõe como estrutura da realidade, afastando-nos do sagrado. Isso começou nos anos 30 e tudo isso deu origem ao quinhentismo. Oliveira Viana diria que estamos nos século VI, contando de 1500. Se olharmos bem, o quinhentismo não é cristão.
Alberto Barbosa: Até nisso fui manipulado na escola? Esses comunistas não tem limites.
José Octavio Dettmann: Eu tive a oportunidade de ler alguns livros do Senado sobre o assunto, como os do Oliveira Viana; os Donos do Poder, do Raymundo Faoro e o Portugueses e Brasileiros na Guiana Francesa, de Arthur Cezar Ferreira Reis. E, por sorte, eu tomei conhecimento sobre o livro Belonging in the Two Berlins, principalmente sobre o que tentaram fazer com a Alemanha – fazer com que Ocidentais e Orientais se vissem como se fossem duas imagens distorcidas de um mesmo espelho.
Alberto Barbosa: Preciso ler isso também.
José Octavio Dettmann: O Belonging in the Two Berlins está em inglês, ainda não tem tradução para o português e o livro tem citações marxistas de cabo a rabo. Para lê-lo, você precisa fazer muita engenharia reversa.
Alberto Barbosa: E eu tô engatinhando no inglês ainda. Ano que vem estarei apto, pois chegarei ao nível intermediário. Vou deixar esse na reserva.
José Octavio Dettmann: Da combinação desse livro e do que conheço da história do Brasil, há ainda os livros do Kujawski. Recomendo o livro A Pátria Descoberta. Nenhum desses livros eu li totalmente – encontrei um ou outro elemento e fui compondo. Eu já li muito quando era jovem. Eu tenho muito conhecimento empírico.
José Octavio Dettmann: Outro que recomendo: as preleções do Mancini – é preciso não cair no engodo de tomar o país como se fosse uma segunda religião. Essa segunda religião vai terminar se arrogando a primeira e isso é uma tragédia.
Alberto Barbosa: Seria a ascensão de um nacionalismo fascista?
José Octavio Dettmann: Sim. Mancini era de esquerda e o socialismo de nação deu causa ao fascismo.
José Octavio Dettmann: Recomendo a leitura do livro Um Mapa da Questão Nacional. Foi deste que comecei minhas investigações. Quando falo sobre nacionismo, é porque estudei a fundo a questão nacional – e é o que faço há pelo menos três anos e meio.
Alberto Barbosa: Lerei tudo que o doutor recomendar. Uns em breve, outros mais tardiamente. Estou construindo uma boa biblioteca e essas dicas são essenciais. Fico muito grato!
José Octavio Dettmann: Sim. E esse é um bom caminho.
José Octavio Dettmann: Anote suas impressões sobre o livro e compare com o que já escrevi. Eu tenho mais de 1300 artigos escritos.
Alberto Barbosa: Isso será interessante demais
José Octavio Dettmann: Estude também o COF do Olavo. Muito do que escrevo tem fundamento no Olavo. Recomendo o Curso de Teoria do Estado dele.
Alberto Barbosa: Isso eu já faço – leio tudo que ele manda também. Isso é muito útil. Confesso que se não fosse ele eu não teria reforçado a minha fé para escrever. Vivo numa região muito pra baixo. E totalmente dominada pelo Marxismo
José Octavio Dettmann: É preciso remar muito contra a maré. Sei que você vai conseguir. Estou vendo o seu esforço.
Alberto Barbosa: Sim. Eu me esforço e muito no sentido de remar contra a maré, de modo a suprir os meus déficits intelectuais e históricos. Mas a fé verdadeira me ensinou a ter um projeto eterno de vida voltado ao chamado que me foi dado. Por isso, Não me preocupo mais com quem vai falar mal ou com o glamour de intelectuais marxistas em Paris debatendo porcarias.
José Octavio Dettmann: É isso aí. Isso é que é amadurecimento.
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