Introdução ao Argumento Ontológico Modal de Plantinga
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Alvin Plantinga fez contribuições importantes para a filosofia da religião e é um dos filósofos cristãos mais importantes de todos os tempos. Uma de suas contribuições mais significativas é seu argumento ontológico modal. Se alguém pedisse para você explicar esse argumento, você conseguiria? Neste vídeo, vamos explorar alguns pontos importantes que ajudarão a desbloquear um entendimento mais profundo dele, incluindo visualizações no quadro para facilitar a compreensão. Bem-vindo ao “Examined Faith”.
A Opinião de William Rowe sobre o Argumento de Plantinga
O filósofo ateu William Rowe disse o seguinte sobre o argumento de Plantinga:
“Não há apresentação do argumento ontológico que seja tão cuidadosamente desenvolvida, convincente e clara quanto a formulação e discussão de Plantinga do argumento nas páginas [blá blá blá] de ‘The Nature of Necessity’, um clássico, e sua defesa da versão modal do argumento em outras páginas.”
William Rowe ficou muito impressionado com a defesa de Plantinga de seu argumento. Em “Deus, Liberdade e Mal”, Plantinga também discute seu argumento ontológico modal bem no final. Então, se você tiver esse livro, pode pegá-lo e ir direto para o final.
As Premissas do Argumento Ontológico Modal
Agora, o que vou fazer é discutir uma versão desse argumento que conecta todos os pontos, e ela está neste excelente livro. A primeira premissa é a seguinte:
“Há um mundo possível no qual a máxima grandeza é instanciada.”
A segunda premissa:
“Necessariamente, um ser é maximamente grande apenas se tem máxima excelência em todos os mundos.”
A terceira premissa:
“Necessariamente, um ser tem máxima excelência em todos os mundos apenas se tem as características ônticas — onisciência, onipotência e perfeição moral — em todos os mundos.”
Evitando Suposições Metafísicas Pesadas
O que Plantinga está fazendo é evitar comprometer-se desde o início com a ideia de que Deus é possível, um ser possível que não existe realmente no mundo atual. A versão do argumento ontológico modal que ele estava considerando antes de chegar à sua versão “triunfante”, como ele a chama, era uma que assumia que há entidades possíveis, mas não reais, ou seja, que não existem. Por exemplo, unicórnios: unicórnios existem, pelo menos são possíveis, e talvez existam em algum mundo possível, mas não existem no mundo atual e, portanto, não existem de fato.
Agora, para evitar comprometer-se com essa ideia, você pode perguntar: “Por que evitar comprometer-se com isso?” Bem, pense nisso: se pode haver seres possíveis que não existem realmente, então, desde o início, você está pedindo que as pessoas assumam uma suposição metafísica bastante pesada. Ele fala sobre diferentes montanhas. Imagine que você tem o Monte Whitney, que é uma montanha específica. O mesmo tipo exato de montanha, mas de alguma forma colocada em um lugar diferente, bem ao lado das Grandes Tetons. Então, o Monte Whitney não foi realocado; há apenas outro Monte Whitney possível nas Grandes Tetons. É possível, mas não existe de fato. Bem, você pode imaginar que isso infla sua metafísica, sua ontologia, desde o início. Haveria todos os tipos de entidades possíveis por toda parte, e Plantinga pensou: “Se seguirmos por esse caminho, as pessoas vão desistir logo no início.” Então, ele decidiu não assumir que há um ser possível que não existe no mundo atual. Em vez disso, ele simplesmente diz que há uma propriedade: a propriedade de que há um mundo possível em algum lugar onde a máxima grandeza é instanciada.
O Conceito de Máxima Grandeza
A máxima grandeza é simplesmente uma propriedade, e a máxima grandeza é basicamente possuir todas as perfeições, todas as propriedades que tornam algo grandioso, e essas propriedades são intrinsecamente boas de se ter e estão maximizadas ao seu grau máximo. Elas acabam sendo as propriedades ônticas. É por isso que, na segunda premissa, temos:
“Necessariamente, um ser é maximamente grande apenas se tem máxima excelência em todos os mundos.”
Vamos desenhar alguns mundos para ajudar a visualizar isso. Aqui estão todos os nossos mundos possíveis. Há um mundo possível em algum lugar onde a máxima grandeza é instanciada, necessariamente. Então, você tem um operador de necessidade: essa proposição não pode ser falsa; é necessariamente verdadeira.
Necessariamente, um ser é maximamente grande apenas se tem máxima excelência em todos os mundos. Portanto, se há um ser — não estamos dizendo que há um ser, mas se houver — então ele será maximamente grande apenas se, em todos os mundos possíveis, ele tiver máxima excelência. Caso contrário, ele não será um ser maximamente grande, porque em um dos mundos possíveis, ele careceria de uma propriedade grandiosa, e isso, por definição, significaria que ele não era maximamente grande. Havia algo faltando que ele poderia ter tido, ou seja, em quase todos os mundos possíveis, mas não em todos, ele tinha as propriedades grandiosas.
A Terceira Premissa e as Propriedades Ônticas
A terceira premissa:
“Necessariamente, um ser tem máxima excelência em todos os mundos apenas se ele tem onisciência, onipotência e perfeição moral em todos os mundos.”
Portanto, necessariamente, um ser terá essa máxima excelência, essa propriedade, em todos os mundos se e somente se, ao ir para um mundo, ao escanear nossos mundos de possibilidades, nesse mundo, se encontrarmos esse ser, ele terá todas as perfeições, ou seja, terá todas as propriedades ônticas. Então, em qualquer lugar que formos, ele terá isso.
Aplicando a Primeira Premissa
Agora, se a primeira premissa é verdadeira — lembre-se, a primeira premissa:
“Há um mundo possível no qual a máxima grandeza é instanciada” — se isso for verdade, então há um mundo possível W (vamos colocar um W aqui em um desses mundos) no qual, se ele tivesse sido o mundo atual (lembre-se, o mundo atual é um mundo possível), então teria existido um ser onisciente, onipotente e moralmente perfeito que teria essas qualidades em todos os mundos possíveis. Então, estamos escaneando todas as possibilidades e dizemos: “Em qualquer mundo que formos, se um ser tem máxima excelência, é maximamente grande, ele terá máxima excelência em todos os mundos.” Então, quando vamos para um mundo específico, esse ser teria — não estamos dizendo que ele existe, mas esse ser teria — todas as perfeições ônticas. Então, simplesmente escolhemos um mundo, dizemos: “Aqui está um mundo W”, e se ele fosse o mundo atual (lembre-se, o mundo atual é um mundo possível), então teria existido um ser onisciente, onipotente e moralmente perfeito que teria essas qualidades em todos os mundos possíveis.
A Impossibilidade da Não Existência de um Ser Ôntico
Então, se há um mundo possível no qual a propriedade de máxima grandeza é instanciada, então, se formos para um mundo possível e se ele tivesse sido o mundo atual, teria existido um ser ôntico que teria essas qualidades em todos os mundos possíveis. Portanto, encontraríamos esse ser neste mundo tendo todas as qualidades ônticas, e esse ser teria igualmente todas as propriedades ônticas em todos os mundos possíveis.
Agora, chegamos à quinta premissa:
“Se a não existência de um ser ôntico é impossível em pelo menos um mundo possível, então é impossível em todos os mundos possíveis, pois o que é possível não varia de um mundo para outro.”
Então, se formos para um mundo W (vamos continuar com W), e a não existência desse ser ôntico é impossível nesse mundo (que é um mundo possível, porque lembre-se, esse ser ôntico tem que existir em todos os mundos possíveis), então é impossível que esse ser ôntico não exista no mundo W. Portanto, é impossível em todos os mundos possíveis. Então, é impossível que esse ser com as propriedades ônticas não exista em todos os mundos possíveis.
Conclusão do Argumento
Agora, chegamos à conclusão:
“Portanto, a não existência de um ser ôntico é impossível em nosso mundo atual e em todos os mundos possíveis.”
Então, em vez de nos concentrarmos apenas em um mundo, generalizamos e dissemos: “A não existência de tal ser é impossível em nosso mundo atual.” Qualquer mundo que seja, pode ser W, porque o mundo atual é um mundo possível, e esse ser terá as perfeições em todos os mundos possíveis. Portanto, a não existência desse ser é impossível em todos os mundos possíveis. Então, se é impossível que esse ser não exista em todos os mundos possíveis, isso significa que é necessário que esse ser exista em todos os mundos possíveis. Lembre-se, necessidade é: se é necessário que P, então também é dizer que não é possível que não P. Então, se não é possível que Deus não exista, então é necessário que Deus exista, e o que queremos dizer com “necessário que Deus exista” é que Deus existe em todos os mundos possíveis.
A Opinião de Elizabeth Burns
Como Elizabeth Burns diz, o resultado disso é:
“É possível que haja um ser com máxima grandeza, ou seja, um que tenha máxima excelência em todos os mundos possíveis, e, como nosso mundo é um mundo possível, ele deve conter um ser com máxima grandeza.”
Então, no que isso acaba se baseando? Bem, uma coisa importante que Plantinga aponta em “Deus, Liberdade e Mal” é que, no final das contas, a solidez do argumento dependerá da primeira premissa:
“Há um mundo possível no qual a máxima grandeza é instanciada.”
Ele acredita que é racional aceitar essa premissa, mas reconhece que alguns podem rejeitá-la por considerá-la incoerente ou impossível.
Reflexão Final
O argumento de Plantinga é uma defesa poderosa da existência necessária de Deus. Ele desafia os críticos a considerar se a ideia de um ser maximamente grande é possível. E você, o que acha? O argumento funciona? Deixe sua opinião nos comentários e inscreva-se para mais discussões sobre filosofia e teologia!
Poderá ver o vídeo no youtube Aqui