Algumas pessoas afirmam que a ideia de um Messias Divino é apenas um toque cristão e que os judeus nunca enxergaram dessa forma. Mas será que isso é verdade? Vamos mergulhar no Antigo Testamento com três pesos-pesados: Daniel, Isaías e Zacarias, para ver se a divindade do Messias sempre esteve na agenda.
Primeiro, Daniel 7:13-14 nos apresenta o Filho do Homem. Ele diz:
“Eu estava olhando nas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu alguém como o Filho do Homem; ele se dirigiu ao Ancião de Dias, e foi apresentado diante dele. E foi-lhe dado domínio, glória e um reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído.”
Aqui temos duas figuras: o Ancião de Dias, também conhecido como Deus, e o Filho do Homem. Agora vem o ponto crucial: tronos — sim, no plural — são colocados no verso 9, mas apenas um desses tronos é ocupado até que o Filho do Homem chega, senta-se e reivindica autoridade divina. E veja isso: o mesmo domínio eterno que é dado a Deus em Daniel 6:26 é atribuído ao Filho do Homem em Daniel 7. Mesma linguagem, mesma autoridade.
Mas há mais: o Filho do Homem vem nas nuvens. No Antigo Testamento, montar nas nuvens é algo exclusivamente Divino. Isaías 19:1 mostra Yahweh vindo sobre uma nuvem para julgar o Egito; Deuteronômio 33:26 chama Yahweh de “O Deus que cavalga pelos céus”; e no Salmo 68:33 e 104:3 Ele comanda os céus e faz das nuvens seu carro. Quando Daniel descreve o Filho do Homem vindo nas nuvens, ele está conectando diretamente essa figura à autoridade de Yahweh, mostrando que ele é divino, mas distinto de Deus Pai.
Agora, vamos dar uma olhada no épico Servo Sofredor de Isaías 53. Se você já leu esse capítulo, é difícil negar que ele parece muito com Jesus, embora tenha sido escrito 700 anos antes de Sua chegada. Mas o mais interessante é como esse servo é descrito com termos que vão muito além de um ser humano.
Primeiro, Isaías 52:13 descreve o servo como “elevado e muito exaltado” — linguagem reservada exclusivamente para Yahweh em Isaías. O profeta usa a mesma expressão para Deus quando Ele aparece numa visão no início do livro. E em Isaías 2:11-17, ele deixa bem claro que somente Yahweh merece esse tipo de exaltação. Então, se este servo é “elevado e muito exaltado”, estamos falando de mais do que um simples homem — é uma figura divina.
Depois, Isaías 53:11-12 descreve o servo justificando muitos e intercedendo pelos pecadores. No entanto, Isaías 45:24-25 nos diz que Israel será justificado somente em Yahweh, e Isaías 59:16 enfatiza que ninguém poderia interceder pela humanidade, então Yahweh fez isso Ele mesmo. E ainda assim, em Isaías 53, é esse servo que está realizando exatamente isso. Como? Porque o servo é o próprio Yahweh em carne, intercedendo por Seu povo. Isso se conecta ainda mais em Isaías 9:6, onde o Messias é chamado de “Deus Forte” e “Pai da Eternidade”, títulos que Isaías reserva somente para Yahweh. Para Isaías, este Servo Sofredor é o próprio Deus.
Por fim, vejamos a visão de Zacarias sobre o rei de Israel em Zacarias 9:9-11: um rei humilde entrando em Jerusalém montado em um jumento.
“Exulte muito, ó filha de Sião! Exulte, ó filha de Jerusalém! Eis que o seu rei vem a você, justo e vitorioso, humilde e montado num jumento.”
Isso soa familiar? Mas este não é apenas um líder político — ele é um governante divino trazendo justiça e salvação ao mundo, assim como o Servo Sofredor de Isaías.
Mas as coisas ficam ainda mais impressionantes em Zacarias 14, onde Yahweh em pessoa se põe fisicamente sobre o Monte das Oliveiras, dividindo a montanha em duas partes. E no verso 9, este rei é identificado como o próprio Yahweh — o mesmo rei que vem montado em um jumento.
Assim, com esta rápida análise de Daniel, Isaías e Zacarias, vemos que o Antigo Testamento não é nem um pouco tímido ao afirmar a divindade do Messias.
Espero que este vídeo tenha sido útil. Muito obrigado por assistir!