
A Idade da Terra: Um Conflito Real ou Uma Pergunta Mal Formulada?
Muitos cristãos se veem em conflito ao lidar com a pergunta: “Quantos anos tem a Terra?”. Essa questão, embora relevante, pode nos afastar de perguntas mais profundas e significativas sobre nossa existência. Neste artigo, inspirado em uma palestra do professor John Lennox, matemático e apologista cristão de renome mundial, vamos explorar como ciência e fé não precisam ser inimigas — e por que a idade da Terra não é o ponto central da narrativa bíblica.
A História da Cronologia Jovem da Terra
O professor Lennox relembra que o arcebispo James Ussher, também historiador, calculou a criação de Adão como ocorrida em 4004 a.C. Essa cronologia jovem foi levada a sério em sua época, e até cientistas como Newton e Kepler fizeram estimativas semelhantes. No entanto, Lennox destaca que, embora a idade proposta esteja errada, Ussher acertou em algo crucial: houve um início. A criação aconteceu. E esse é o ponto central.
A Ciência Também Resistiu à Criação
Surpreendentemente, quando a ciência descobriu que o universo teve um início finito — evidenciado pelo fundo cósmico de micro-ondas — muitos resistiram à ideia. Segundo Lennox, o editor da revista Nature chegou a dizer que a hipótese favorecia demais os cristãos. A ciência, por séculos, esteve presa ao modelo aristotélico de universo eterno. Se não fosse por esse apego, talvez tivéssemos reconhecido mais cedo a evidência de um começo.
O Que a Bíblia Realmente Diz?
Um dos pontos mais relevantes da fala de Lennox é a diferença nos tempos verbais em Gênesis. A frase “No princípio, Deus criou os céus e a terra” está em um tempo verbal diferente das descrições dos dias da criação. Isso sugere que a criação do universo pode ter ocorrido muito antes dos “seis dias” descritos. De acordo com estudiosos como Jack Collins, isso indica que a Bíblia não especifica a idade da Terra ou do universo.
Ciência e Fé: Conflito ou Complementaridade?
A Bíblia não é um livro de ciência, mas isso não a impede de fazer afirmações reais sobre o universo. Quando diz que “a terra é firme”, por exemplo, o sentido não é geométrico, mas estável. Assim como entendemos que as estações do ano são fixas, podemos compreender que “a terra firme” simboliza a constância do mundo criado por Deus.
A história da aceitação do heliocentrismo é um ótimo exemplo: antes, parecia contradizer a Bíblia, mas hoje sabemos que as Escrituras não estavam erradas — estávamos interpretando mal.
A Pergunta Mais Importante
Ficar preso à pergunta “qual é a idade da Terra?” pode nos distrair de questões mais profundas e transformadoras:
- De onde viemos?
- Para que fomos criados?
- Qual o sentido da vida?
- Quem é Deus?
- Qual é o nosso destino?
Essas são as perguntas que a Bíblia busca responder — e elas exigem mudança de vida, não apenas conhecimento técnico.
Ciência Não Tem Todas as Respostas
A ciência é valiosa, mas não pode explicar tudo. Você não pode colocar uma personalidade ou um milagre em um tubo de ensaio. O nascimento virginal de Jesus, por exemplo, não é um “Deus das lacunas” — é uma intervenção pessoal de um Deus pessoal. Não é falta de entendimento, é revelação.
A Bíblia Fala de Um Criador Pessoal
O universo não é impessoal. Grandes cientistas cristãos como Newton, Kepler e Maxwell acreditavam que a ordem do universo refletia um Deus racional. Eles faziam ciência por amor ao Criador. A base da ciência moderna foi construída com a convicção de que há um Criador que impôs ordem e propósito à criação.
Conclusão: O Que Realmente Importa
A idade da Terra não define a veracidade da Bíblia. O que importa é reconhecer que houve uma criação, que há um Criador, e que Ele é pessoal e acessível. A Bíblia não está tentando ser um manual científico, mas sim responder às perguntas mais importantes da existência humana.