Neste diálogo “A” é um ateu e “C” é um católico.
A — Com Galileu, o papa errou feio. Por defender a verdade, sofreu vexames e foi preso e martirizado o grande Galileu.
C — Ele foi preso porque afirmara que a Bíblia mentia, quando Josué disse ao sol: “para”. Devia ter dito à terra “pára”, e não ao sol. O sábio esquecia que a Bíblia fala popularmente. Logo, ele foi preso por injuriar a Bíblia e não por defender o sistema heliocêntrico, defendido antes dele por Copérnico e conjuntamente com ele pelos padres jesuítas Clávio, Griemberger, Guldin, Shiner, Grimaldi, Ricenil e pelos padres Castelli, Rimieri, Cavaliri e Gassendi. No próprio Vaticano havia partidários dele, pois tinha ativa correspondência com os cardeais Barberini e Conti e Monsenhores Clampi, Picoimini e Vergílio Cesarini.
Torturas. Só se teve notícias no ano 1770, tendo ele morrido em 1642, 128 anos depois. . .
Preso: Foi preso em 1632. Durante o processo habitava a casa do embaixador de Toscana, Nicolini, seu amigo.
Na véspera do seu interrogatório, passou para o Palácio Minerva, onde ficou entre 12 a 30 de abril de 1633, tendo por morada os compartimentos do procurador do S. Ofício, com liberdade de passear pelos jardins, sendo servido pelo seu próprio criado e pelo do embaixador. Sobrevindo-lhe pequena indisposição, foi levado ò caso do embaixador, onde podia receber os amigos. Ficou ali até 22 de junho, dia de sua condenação.
Condenação: Era de morar nos compartimentos do procurador do Santo Ofício. Mas no dia seguinte, 23, deu-se- lhe licença para ir morar em cosa do Duque de Toscana. Depois passou a morar com seu amigo, o arcebispo de Siena e, por fim, em sua casa de campo de Arcetro, onde morreu cm 1642, recebendo sempre desde 1630 o pensão que o papa designava a ele e a seu filho. Diga-me que preso é tratado com maior benignidade?
Entretanto, Galileu é o “mártir da ciência”, embora ele mesmo escrevia em 1634 “Nada ter sofrido nem em seu corpo, nem em sua honra!” É que a Igreja deve ser condenada…
Por isso, deve-se mistificar a história.
Fonte: Fonte: “Horas de Combate”, do Mons. Ricardo Domingos Liberali, OFM, pg. 169ss.