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“Mamãe, não posso passar sem você”

aO NASCIMENTO é uma revolução na vida duma criança. O bebê sai dum líquido e da escuridão, entrando em contato com o ar e a luz. Começa a respiração. O controle da temperatura começa a funcionar. O cérebro começa a registrar impressões inteiramente novas que precisam ser selecionadas e arquivadas. Os olhos precisam acostumar-se à luz, e os ouvidos a sons inteiramente novos. É preciso então começar a nutrir-se pela boca.
Antes de nascer, o desenvolvimento do bebê é regulado pelas leis que o ligam à sua mãe. É razoável presumir que tais leis subitamente deixem de aplicar-se logo após o nascimento do bebê? Muitos pesquisadores concordam que, durante a vida inicial da criança, a mãe e o bebê recém-nascido interagem de forma harmoniosa, como que de acordo com alguma lei. Isto é importantíssimo para o desenvolvimento contínuo do nenê.

A Lei da Interação
Pouco depois do nascimento, a lei da interação começa a aplicar-se. É refletida no desejo instintivo da mãe de segurar o bebê junto de si, e de a criança procurar o seio da mãe. Quando o queixo do bebê toca no seio, o nenê começa a movimentar a cabeça em direção a ele, até que sua boca encontra o mamilo. A boca da criança se abre, suga com a língua qual bomba, e então se fecha. O mecanismo de sugar começa a operar. A sucção do bebê dispara um mecanismo de reflexo na mãe, fazendo com que o útero e a cervice ou colo uterino se contraiam. Isto contribui para ajudar tais órgãos a voltar à sua forma original.
Os recém-nascidos não são, como muitos creem, passivos ou preguiçosos. Assim como o bebê suga ansiosamente o leite, ele capta ativamente informações do mundo que o rodeia. As células do seu sistema nervoso são moldadas pelas informações recebidas e processadas pelo cérebro. É vital que o bebê obtenha justamente a dose correta e a espécie correta de informações. Isto se dá porque o período mais importante de desenvolvimento cerebral ocorre durante os últimos três meses da gravidez e os primeiros quinze meses de vida.
Especialmente enquanto é amamentado, o bebê recebe muitas informações importantes sobre o mundo exterior. Nessa época, todos os sentidos da criança são estimulados. O nenê percebe o calor e o cheiro da pele de sua mãe. Sente-a por meio do seu sentido do tato. O bebê olha quase que continuamente para o rosto dela, enquanto ela o alimenta. Ouve a voz dela e as batidas de seu coração. O senso de equilíbrio é estimulado na posição do aleitamento — o líquido no ouvido interno é colocado em movimento — um dos muitos estímulos necessários para que o cérebro se desenvolva corretamente.
Também, a criança tem de empenhar-se arduamente em obter do peito o alimento. Isto lança uma base para o poder de concentração e perseverança da criança, habilidades que precisam ser desenvolvidas. A criança aleitada que desiste facilmente arrisca sua vida. Nesse caso, a mãe é verdadeiramente necessária.

A Visão do Bebê
A faculdade visual duma criancinha é muito maior do que certa vez se imaginava. Recentes experiências indicam que o mundo do recém-nascido não é uma bruma difusa, cinzenta, sem contornos. O exame de neonatos demonstra que seu olhar se fixa preferivelmente em superfícies de padrões complexos, ao invés de nos simples. Uma visão frontal do rosto humano resulta ser o objeto mais estimulante e atraente para o bebê.
O psicólogo R. L. Fantz fez uma prova cabal de quarenta e nove bebês, de quatro dias a seis meses de idade, para descobrir seu interesse visual. Fez com que olhassem vários objetos de teste, inclusive um rosto humano. Quais foram os resultados? Bebês de todas as faixas etárias mostraram o maior interesse no padrão facial. Concluiu Fantz: “Demonstra-se conhecimento inato do ambiente . . . pelo interesse dos bebezinhos em tipos de forma que mais tarde o ajudarão no reconhecimento dos objetos, na resposta social e na orientação espacial.” Assim, parece que, desde o nascimento, procuramos o importante, estimulante e significativo rosto humano.
Visto que o movimento das pupilas duma pessoa resulta ser uma medida da atividade intelectual e emocional do cérebro, muitas pesquisas têm sido feitas no tocante aos reflexos das pupilas das criancinhas. Certo pesquisador descobriu que a visão do rosto de sua mãe provocava a máxima dilatação das pupilas, até mesmo em bebês com menos de um mês. Não raro é a face da mãe que suscita o primeiro sorriso, uma reação ímpar dos humanos e um sinal de boa atividade emocional do cérebro. Assim, pode acontecer que uma função importantíssima da mãe seja prover estímulos que desempenham um papel no amadurecimento do sistema nervoso da criança.

Sua Audição
Não só as impressões visuais que se originam com a mãe fazem com que o nenê sorria ou reaja de outros modos importantes, mas o som também é importante, e é a voz feminina que fornece os melhores estímulos. Quão vital, então, é que a mãe converse de forma acalentadora e calma com seu bebê, ou sua suave cantiga de ninar!
Quando o bebê chora, a mãe instintivamente o pega e, usualmente o segura perto de seu seio esquerdo. Isto habilita o bebê a ouvir a batida do coração dela — algo que não é de somenos importância no desenvolvimento do bebê. Experiências feitas com crianças indicam que aquelas às quais se permitia ouvir as batidas normais do coração aumentavam de peso, choravam menos, e dormiam melhor do que as crianças às quais não se permitia ouvir tais sons.

Contato e Estímulo da Pele
Sentir a pele de sua mãe também, evidentemente, desempenha um papel no desenvolvimento da criança. A psicóloga infantil, Anne-Marit Duve, observa: “Visto que o movimento das pupilas mostra claramente o grau de atividade cerebral, temos motivos de crer que um alto grau de estímulo da pele, um alto grau de contato — não sendo de somenos importância o contato relacionado ao amamentar ao peito — pode estimular a atividade mental, que, por sua vez, pode levar a maior capacidade intelectual na vida adulta.” Assim, quando a mãe pega a criança, acaricia-a, banha-a e enxuga-a, seu contato estimula a pele dela duma forma que pode ser de grande importância em sua vida posterior.

Pai e Mãe São Igualmente Importantes, de Formas Diferentes
Muitos pesquisadores concordam que a criança precisa estar ligada a uma pessoa por vínculos íntimos e tem de estabelecer uma relação de “pessoa a pessoa” com alguém, a fim de poder desenvolver-se mais em todos os aspectos da vida. É muitíssimo natural e biologicamente corretíssimo que tal relacionamento seja estabelecido com a mãe. No entanto, concorda-se que o papel do pai é, pelo menos, igualmente importante, embora seja diferente. O papel do pai, entre outras coisas, é usar sua força física usualmente superior e suas faculdades mentais construtivas a fim de criar as condições necessárias para tornar este relacionamento íntimo entre mãe e filho tão eficaz quanto possível.
Reconhecemos este padrão desde tempos antigos. No passado, a mãe quase sempre levava seu filho onde quer que fosse. Ela amiúde o carregava, talvez nas costas, enquanto trabalhava. Ela o erguia, embalava, acariciava, cantava para ele e o apertava junto ao seio. O pai, por outro lado, sustentava materialmente a família e trazia, do mundo exterior, as informações de que seus filhos precisavam.
Este é o padrão de vida que a Bíblia descreve como existindo entre os hebreus. Havia uma intimidade especial entre a mãe e os filhos. As mães hebreias aleitavam ao peito seus filhos até que eles tinham cerca de três anos, ou até os cinco anos de idade. Depois de a criança ser desmamada, o pai começava a cuidar de sua criação e educação.
Atualmente, contudo, os filhos amiúde ficam com babás, ou em creches diurnas e jardins de infância. Passam grande parte do período ativo do dia com pessoas que não são seus pais. Mas, quando as circunstâncias não exigem isso, será sábio? Muitos ficam imaginando se este padrão de vida não aumentou os problemas mentais, inclusive a depressão, entre as crianças. Declara Anne-Marit Duve, psicóloga infantil: “A experiência clínica me leva a sugerir que muita tristeza subsiste e fermenta, em muitas mentes jovens, porque seus portadores, bem cedo na vida, perderam seu mais importante alicerce na vida — sua mãe.”
A pesquisa recente parece indicar que a mulher que deseja ter filhos precisa aceitar seu papel de mãe, tanto para o seu próprio bem como o de seus filhos. Não é apenas uma questão de gravidez física e de então dar à luz. Pelo que parece, outra “gravidez”, que os pesquisadores chamam de “gravidez mental”, ocorre imediatamente depois do parto e continua até que a criança esteja completamente desenvolvida. Esta “gravidez” também está ligada à mãe.
Quão verdadeiramente importante é o papel da mãe! A declaração: “Mamãe, não posso passar sem você”, não é nenhum exagero. É claro que nosso Criador, Deus, tinha presente papéis distintos para os homens e as mulheres. Quando seus respectivos papéis são devidamente prezados, os genitores conseguem suprir à sua prole a melhor base possível para um bom começo na vida.

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