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Maconha e seus riscos à saúde

maconhaO fumante de maconha tende a encarar seu hábito como um passatempo inofensivo. Não raro se aflige mais com a forma de ocultar seu hábito do que com os danos que pode estar causando à mente e ao corpo.

Os adolescentes, porém, não são os únicos a preocupar-se. Registram-se as seguintes afirmações do Diretor Nacional do Serviço de Saúde Pública dos EUA: “Insto com outros médicos e profissionais a aconselhar os pais e os pacientes quanto aos efeitos prejudiciais do consumo de maconha, e a instar que descontinuem tal consumo.” Mas, existe real evidência de que a maconha seja uma “imundície da carne”? — 2 Coríntios 7,1.

Efeitos Sobre os Pulmões e a Garganta
Poucos minutos depois de ser inalada, a fumaça dum cigarro de maconha começa a ter efeito sobre seu consumidor. Aumentam suas pulsações, sua boca e garganta ficam ressequidas, seus olhos avermelham-se — e o consumidor não raro é lançado num estado de euforia, embora apenas temporariamente. Mas, depois de estudar milhares de trabalhos de pesquisa sobre o assunto, o Instituto de Medicina, dos Estados Unidos, concluiu que existem motivos de “grave preocupação nacional” de que os consumidores de maconha talvez paguem elevado preço por tal prazer.

Considere seus pulmões. Mesmo os mais empedernidos defensores da maconha admitem que inalar fumaça não lhe poderia trazer nenhum bom resultado. A fumaça da maconha, assim como a do fumo, abrange diversas substâncias tóxicas, tal como o alcatrão. No entanto, alguns argúem que, uma vez que até os grandes consumidores de maconha fumam menos do que os consumidores de cigarros, o perigo é mínimo.

Todavia, Davi, ex-consumidor de maconha, diz: “Já fumei cigarros e maconha, e diria que a maconha é mais prejudicial a seus pulmões, até mesmo pelo modo como se inala a fumaça da maconha. A maioria dos fumantes de cigarros suga a fumaça para o interior da boca e então a traga junto com algum ar, o que dilui a fumaça. Não tragam tal fumaça diretamente do cigarro para os pulmões, mas os consumidores de maconha fazem isso. Costumávamos tragar com intensidade um baseado, e então retínhamos a fumaça nos pulmões o máximo que podíamos. Afinal de contas, um baseado de maconha custa muito, e queríamos aproveitar toda fumaça que pudéssemos tirar dele!”

É interessante que o dr. Forest S. Tennant Jr. pesquisou 492 soldados do Exército dos EUA que tinham consumido maconha. Cerca de 25 por cento deles “sofriam dores de garganta por fumarem a cannabis, e por volta de 6 por cento declaravam ter sofrido de bronquite”. Em outro estudo, Tennant e seus colegas examinaram 30 consumidores de maconha. Vinte e quatro destes apresentavam, em seus brônquios, “lesões características dos estágios iniciais de câncer”. Na verdade, ninguém pode garantir que tais pessoas realmente contrairão câncer mais tarde. Mas, quem deseja ser uma cobaia da pesquisa do câncer?

As descobertas contraditórias sobre os efeitos da maconha moveram, em época recente, um repórter do Journal de Milwaukee, EUA, a perguntar a um cientista: “Ou a maconha é, ou não é, prejudicial. Por que os senhores, que são peritos, não podem reunir-se para resolver essa controvérsia?”

Hardin Jones, professor de física médica da Universidade da Califórnia, respondeu:

“Obtemos diferentes respostas porque propomos diferentes perguntas. Para exemplificar, se apenas olhasse o começo do uso da maconha, ou o seu uso ocasional, veria muito pouco dano. Mas estou habituado a procurar efeitos a longo prazo. E encontrei evidência desta espécie aos montes.” — 29 de maio de 1977, p. 28.

Um fator por trás de tais “efeitos a longo prazo” é o ingrediente ativo da maconha, o THC (tetrahidrocanabinol), que se acumula em tecidos adiposos do corpo, tais como os neurônios do cérebro, e as células germinativas dos testículos e dos ovários. Isto se contrasta com o álcool, que é solúvel em água, e que é completamente metabolizado pelo corpo, transformando-se em água e bióxido de carbono em questão de horas. O THC pode ainda ser detectado semanas depois de sua ingestão.

Embora haja desacordo quanto a quão prejudicial é este acúmulo de THC, vale a pena considerar alguns dos seus efeitos, altamente divulgados, sobre a mente. O Dr. Jones assevera que, por um lado, “os pais e os mestres estão certamente cônscios das grandes alterações de personalidade que ocorrem com os jovens dependentes”. Adiciona ele: “Jamais vejo um lampejo vivo em seu rosto ou em seus olhos.”

E o Dr. John A. S. Hall, presidente do Departamento de Medicina do Hospital de Kingston, Jamaica, concorda que “alterações de personalidade entre os fumantes de ganja [maconha] . . . são um assunto comumente observado na Jamaica”. Apatia, a fuga da realidade, e a incapacidade ou indisposição para a concentração contínua, são alguns dos sintomas que ele menciona.

Forte evidência do efeito da maconha sobre a mente é o fato de que, depois da heroína, relata-se que tal tóxico é a segunda causa principal dos recolhidos a hospitais psiquiátricos que recebem fundos federais, nos EUA. Similarmente, “durante uma visita a um hospital psiquiátrico em Salé, Marrocos”, escreve o Dr. Pierre C. Haber, numa carta à revista New York, “vi uma enfermaria completa de pacientes hospitalizados em resultado de prolongado fumo da canábis”.

Caso sejam verídicas as acusações acima, deveríamos razoavelmente esperar ver os danos mentais serem refletidos nas relações sociais com outros. Existe evidência disto?

A Maconha e o Cérebro
Em Eclesiastes 12,6 chama-se poeticamente o cérebro humano de “a tigela de ouro”. Sendo um pouco maior do que seu punho fechado, e mal chegando a pesar um quilo e quatrocentos gramas, o cérebro não é somente o receptáculo precioso de suas recordações, mas também o centro de comando de todo o seu sistema nervoso. Todavia, avisa o Instituto de Medicina: “Podemos afirmar com confiança que a maconha produz efeitos agudos sobre o cérebro, incluindo alterações químicas e eletrofisiológicas.” — O grifo é nosso.

Desconhece-se o modo exato como tal tóxico realiza estes golpes de alteração do cérebro. Nem existe prova conclusiva de que a maconha prejudique de forma permanente o cérebro. O dr. Robert Heath tem realizado algumas experiências em que se expuseram macacos a altas doses de maconha. Um exame dos cérebros dos macacos revelou danos causados às células cerebrais. Os estudos de Heath, contudo, foram alvo de ataques por terem sido limitados (alegadamente, apenas quatro macacos foram examinados), e não terem incluído controles científicos. Todavia, como reconheceu o Instituto de Medicina, as possibilidades de que a maconha possa causar danos à “tigela de ouro” não deveriam ser levianamente desprezadas.

Defeitos Congênitos?
Tornar-se um genitor talvez lhe pareça no momento algo a muitos anos-luz de distância. Mas é provável que já tenha pensado um pouco na possibilidade de casar-se e ter filhos. Poderia o fumar maconha representar algum tipo de ameaça para seus descendentes em perspectiva? Os pesquisadores receiam que sim.

A publicação Marijuana Effects on the Endocrine and Reproductive Systems (Efeitos da Maconha Sobre o Sistema Endócrino e o Reprodutivo) informa que a maconha parecia induzir abortos em ratinhas. Esse fármaco também parecia suprimir a produção de certos hormônios nos animais machos. Na verdade, um homem não é um camundongo. No entanto, afirmam os pesquisadores: “Estudos clínicos [sobre a maconha] realizados em humanos geralmente concordam com as descobertas feitas com animais.” Ainda se desconhece exatamente quão significativo, ou até mesmo perigoso, é tal efeito sobre o sistema reprodutivo. Entretanto, os pesquisadores avisam que a maconha parece representar a maior ameaça aos adolescentes, uma vez que os sistemas reprodutivos deles ainda se estão desenvolvendo.

O Instituto de Medicina informa adicionalmente que a maconha é reconhecida “como causando defeitos congênitos, quando administrada em grandes doses a animais experimentais”. Na verdade, “não se fizeram estudos clínicos adequados para determinar se o consumo de maconha pode prejudicar o feto humano”. No entanto, “um efeito de lento desenvolvimento ou de baixo nível [da maconha na prole humana] poderia não ter sido detectado pelos estudos conduzidos até agora”. (O grifo é nosso.) Isto acontece porque os defeitos congênitos nem sempre se manifestam de imediato.

À guisa de exemplo, anos atrás alguns médicos ministraram o hormônio DES para impedir abortamentos involuntários. As crianças que nasceram de mães que tomaram tal fármaco pareciam perfeitamente saudáveis. No entanto, anos depois, à medida que tais crianças cresceram, algumas das mulheres apresentaram câncer. Poderia igualmente levar anos para se provar que a maconha provoca defeitos congênitos. Mas, o Instituto de Medicina reconhece que “podem realmente ocorrer anormalidades no sistema nervoso, e uma redução no peso e no tamanho do bebê ao nascer”, por terem alguns pais consumido maconha.

O dr. Gabriel Nahas afirma assim que fumar maconha pode ser uma “roleta genética”. Poderia assumir tais riscos quem encara os filhos como “uma herança da parte do Senhor”? — Salmo 127,3.

“Nada se Compara com Isso”
Existe, por conseguinte, amplos motivos para se evitar fumar maconha. Afirma a Bíblia: “A beleza dos jovens é o seu poder.” (Provérbios 20,29) Por que até mesmo arriscar-se a jogar fora sua vibrante saúde em troca do prazer dum psicotrópico?

O livro Self-Destructive Behavior in Children and Adolescents (Comportamento Autodestrutivo nas Crianças e nos Adolescentes) comenta que o consumo de tóxicos “persiste sendo uma das poucas opções de prazer para muitos jovens; pode ser um modo predizível e confiável de avigorar uma existência de outra forma não-gratificante”. Há meios menos perigosos, porém, de dar significado à vida. Afirma um ex-consumidor de maconha: “Não preciso mais ficar alto. Conheço a verdade e travo um relacionamento com Deus — e nada se compara com isso.”

Assim, em vez de poluir seu corpo, empenhe-se em cultivar tal relacionamento com Deus! Não é difícil demais. Com efeito, Deus faz a seguinte promessa aos que conscienciosamente ‘purificam-se de toda imundície da carne e do espírito’: “‘Eu vos acolherei.’ ‘E eu serei pai para vós.’” (2 Coríntios 6,17-7,1) Você, também, verificará que, quando usufrui a amizade com Deus, nada se compara com isso!

Maconha Nova Droga Milagrosa?
Tem-se dado muita divulgação às afirmações de que a maconha talvez tenha algum valor terapêutico no tratamento do glaucoma, da asma, e em aliviar a náusea que os pacientes com câncer sentem durante a quimioterapia. Um informe do Instituto de Medicina (EUA) reconhece haver certa verdade nestas afirmativas. Mas, significa isto que, no futuro próximo, os médicos estarão prescrevendo “baseados” (cigarros de maconha)?

Não é provável. Pois, ao passo que alguns dos mais de 400 compostos químicos da maconha possam resultar úteis, fumar maconha dificilmente seria o modo lógico de tomar tais remédios. “Consumir maconha”, afirma a destacada autoridade, o dr. Carlton Turner, “seria o mesmo que dar às pessoas pão bolorento a fim de tomarem penicilina”. Assim, se quaisquer compostos da maconha chegarem a ser alguma vez remédios legítimos, serão “os derivados ou análogos” da maconha, compostos químicos parecidos com ela, que os médicos prescreverão. Não é de admirar, então, que o Secretário de Saúde e de Serviços Humanos dos EUA tenha escrito: “Deve-se sublinhar que os possíveis benefícios terapêuticos de forma alguma modificam o significado dos efeitos negativos da maconha sobre a saúde.”

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