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[Livro] Como o Cristianismo Mudou o Mundo

Olá, leitores. Trago a tradução/adaptação feita por mim de uma cartilha da Christian Book Summaries com breves tópicos a respeito do livro “How Christianity Changed the World” (Como o Cristianismo Mudou o Mundo), de Alvin J. Schmidt. Atualmente, o site deles está fora do ar, mas consegui a cartilha neste endereço web. Além disso, o livro aparentemente não tem tradução em português, por isso, pelo menos este resumo pode dar um gostinho aos leitores sobre esse assunto tão interessante. 

Como o Cristianismo Mudou o Mundo

 
Objetivos:
  • Pesquisa e ilustra os 2.000 anos de influência que o cristianismo teve no mundo.
  • Revela como não apenas indivíduos, mas toda a civilização foi transformada por Cristo.
  • Adverte que a atual cultura de secularismo e pluralismo tem obscurecido a influência de Cristo na civilização ocidental.

 

A mensagem do livro
Jesus Cristo – Seu nascimento, vida, morte e ressurreição – teve uma profunda influência na vida humana. Através do Seu exemplo, a civilização ocidental alcançou um nível mais alto do qual a humanidade, sem saber, se beneficia até hoje.

Oito principais pontos que Cristo influenciou profundamente

TRANSFORMAÇÃO DE PESSOAS

“Com base nas evidências históricas, estou plenamente convencido de que se Jesus Cristo nunca tivesse andado nas estradas empoeiradas da antiga Palestina, sofrido, morrido e ressuscitado dos mortos, e nunca tivesse reunido em volta dele um pequeno grupo de discípulos que se espalharam pelo mundo pagão, o Ocidente não teria atingido seu alto nível de civilização, dando-lhe os muitos benefícios humanos que desfruta hoje.”

Pessoas Transformadas
Eles eram cidadãos judeus comuns – vários pescadores, um coletor de impostos desprezado e outras ocupações de baixo nível. Entre eles, havia uma variedade de características pessoais e personalidade: excesso de confiança, busca de atenção, ceticismo e avareza. Esses mesmos indivíduos, por causa de Jesus Cristo, foram transformados em seguidores devotados que produziram mudanças sociais, políticas, econômicas e culturais que afetam a vida humana até hoje. No entanto, eles preferiram dormir em vez de consolar Jesus no Jardim do Getsêmani; Pedro – o mais confiante – negou conhecê-lo e todos, exceto João, esconderam-se com medo quando Jesus foi crucificado. Quando Cristo morreu, pareceu aos discípulos que tudo o que haviam testemunhado e experimentado havia acabado, de forma que temiam por suas vidas. Eles passaram três anos vendo-O, ouvindo-O – vivendo em Sua presença física real – e, apesar disso, não conseguiram lembrar Suas palavras explícitas: “o Filho do Homem deve sofrer muitas coisas e ser rejeitado pelos anciãos, chefes dos sacerdotes e mestres da lei, e ele deve ser morto e ressuscitado no terceiro dia ” (Lucas 9:22).
No terceiro dia, havia uma tumba vazia, houve uma aparição a Maria e uma aparição a dez dos discípulos em uma sala bem fechada. Mas Tomé, que não estava entre esses dez, recusou-se a acreditar. Ele queria provas absolutas – tocar as mãos feridas e o lado de Cristo. Oito dias depois, com Tomé presente, Jesus apareceu novamente e pediu a Tomé para tocar suas mãos e lado. Ao tocar Jesus, Tomé gritou: “Meu Senhor e meu Deus!” (João 20:28).

“Sua confissão, a mais significativa em toda a Bíblia, declarou que esse Jesus ressuscitado não era apenas um homem, mas também Deus”.

Cristo apareceu depois pelo menos 20 vezes. Ele assegurou a seus seguidores que ele não era apenas um espírito – Ele tinha carne e ossos, e comia com eles. O corpo fisicamente ressuscitado de Cristo transformou o medo dos discípulos em segurança, e a dúvida em certeza. Eles entenderam Suas palavras, ditas antes da crucificação: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá; e quem vive e crê em mim nunca morrerá” (João 11:25–26) e “todo aquele que vê o Filho e nele crê terá a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6:40). Ficou claro para eles que um dia, como crentes em Cristo e em Sua ressurreição, eles também seriam ressuscitados dentre os mortos e viveriam com Ele para sempre.
Eles entenderam. Eles foram transformados e, por essa transformação, eles foram motivados a levar essa mensagem ao mundo. Eles não estavam mais com medo. Ao longo dos anos que se seguiram, eles foram ameaçados de morte pelas autoridades romanas. Em resposta, Pedro e João afirmaram destemidamente: “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos” (Atos 4:20). Eles viveram esse fato histórico e estavam dispostos a morrer para compartilhá-lo. Todos, exceto o apóstolo João, morreram de forma sangrenta por este testemunho.

“Ninguém escolhe morrer por histórias inventadas.”

A Crucificação de Pedro, por Caravaggio.
O poder de Cristo para transformar os indivíduos não terminou com os discípulos. Por meio de Sua presença e/ou de seus discípulos, muitos outros foram transformados e, por sua vez, deixaram suas marcas na história. Fortalecidos pelos exemplos de Estêvão, Tiago e Saulo (Paulo), centenas e depois milhares de cristãos sofreram severa perseguição, que muitas vezes os levou à execução, ao longo dos primeiros trezentos anos após a morte de Jesus. Nas mãos de imperadores romanos como Nero (54-68 d.C.), Domiciano (81-96 d.C.), Antônio Pio (138-61 d.C.), Marco Aurélio (161-80 d.C.), Valeriano (253-60 d.C.) e outros, muitos cristãos foram perseguidos, torturados e mortos. Robin Lane Fox observou que, durante esse período, os cristãos “não eram conhecidos por atacarem seus inimigos pagãos; eles não derramam sangue inocente, exceto os seus próprios”.
Os primeiros cristãos não se propuseram a mudar o mundo. O mundo é que foi afetado como um subproduto de suas vidas transformadas. Eles rejeitaram os deuses pagãos e recusaram o estilo de vida imoral dos greco-romanos. Eles sabiam que Jesus não fez promessas de uma vida fácil e sem dor. Pelo contrário, ele previu que eles seriam odiados e desprezados por sua crença nEle.
Os crentes continuam a ser transformados na era pós-neotestamentária; por exemplo, John Hus, Martinho Lutero, Johann Sebastian Bach, Willian Wilberforce, David Livingstone, Dietrich Bonhoeffer e C. S. Lewis. Esses indivíduos tornaram o mundo um lugar mais humano e civilizado porque, como muitos cristãos antes deles, viveram suas vidas de acordo com as palavras de Jesus Cristo: “Que a tua luz brilhe diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e louvem o teu Pai que está no céu” (Mateus 5:16).

VALOR DA VIDA HUMANA

 
Vida Humana Santificada
 Os primeiros cristãos ficavam chocados com o valor extremamente baixo que os romanos e gregos atribuíam à vida humana. Os cristãos acreditam que o homem foi criado à imagem de Deus (Gênesis 1:27) – a coroa gloriosa da criação de Deus! A vida humana deveria ser protegida e honrada, independentemente de sua forma ou qualidade. Eles se opuseram ativamente à depravação da sociedade greco-romana em questões como infanticídio, abandono infantil, aborto, sacrifícios humanos e suicídio.
Bebês nascidos deformados ou frágeis eram mortos, principalmente as meninas. Esse comportamento não era exclusivo das culturas greco-romanas – o infanticídio também era comum na Índia, na China e no Japão. Também ocorreu nas selvas brasileiras, entre os esquimós, em partes da África pagã, e entre vários nativos americanos da América do Norte e do Sul.
Os primeiros cristãos chamavam o assassinato de crianças infanticídio com base no mandamento de Deus: “Não matarás”. A atitude deles era fiel às palavras de Paulo, escritas pouco antes de ele mesmo ser executado por Nero: “Não se conformem com o padrão deste mundo, mas sejam transformados pela renovação de suas mentes. Então vocês serão capazes de experimentar e aprovar a vontade de Deus – a Sua boa, agradável e perfeita vontade” (Romanos 12:2). Se bebês indesejados não fossem mortos diretamente, eles seriam frequentemente abandonados. Os cristãos não apenas condenaram o abandono de crianças, mas também levavam essas crianças para suas casas. Embora severamente perseguidos, os cristãos nunca pararam de promover a santidade da vida humana. Só após meio século de pressão que Valentiniano, um imperador convertido ao cristianismo e influenciado pelo bispo Basílio de Cesaréia, proibiu o infanticídio e o abandono de crianças em 374. O aborto também era uma prática comum da cultura greco-romana. Esta prática foi usada para esconder a evidência de infidelidade sexual e para permanecer sem filhos. Muito antes do nascimento de Cristo, filósofos como Platão, Aristóteles e Celso ajudaram a validar a prática do aborto. Platão enfatizou que “era da prerrogativa do governo submeter a mulher a abortos para que a cidade não se tornasse muito populosa” (A República, V, 461). Os cristãos primitivos, assim como eram os judeus muito antes do nascimento de Cristo, acreditavam na santidade da vida humana, incluindo a vida no útero.

“A oposição da igreja primitiva ao aborto, juntamente com a sua condenação ao infanticídio e ao abandono infantil, foi um fator importante na institucionalização da santidade da vida humana no mundo ocidental. (…) A santidade da vida, com a exceção do aborto, ainda está presente em grande parte hoje [na cultura]”.

O sacrifício humano, os espetáculos de gladiadores e a aceitação geral, se não a glorificação, do suicídio também eram práticas comuns. Com o tempo, estes também foram banidos como resultado da oposição cristã, baseada na santidade da vida humana.
Moralidade Sexual
Os primeiros cristãos se opuseram às atividades sexuais imorais dos gregos e romanos. Motivados pelas palavras de Cristo: “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos” (João 14:15) e ao mandamento de Deus: “Não cometerás adultério”, eles rejeitaram completamente o comportamento imoral. Consequentemente, eles foram desprezados e perseguidos ainda mais.

“Ao se opor à decadência sexual greco-romana, seja ao adultério, fornicação, homossexualidade, pedofilia ou zoofilia, e introduzindo padrões sexuais agradáveis ​​a Deus, o cristianismo elevou grandemente a moralidade sexual do mundo. Foi uma de suas muitas grandes contribuições para a civilização, uma contribuição que muitos cristãos hoje (que nominalmente compõem cerca de 83% da população americana) não parecem mais apreciar, muito menos defender, já que esforços calorosos estão em andamento para trazer de volta a devassidão sexual do paganismo antigo.”

Afresco achado em Pompeia mostrando uma orgia sexual.
As mulheres recebem liberdade e dignidade
Como se vê nos atuais países islâmicos, as mulheres, em culturas sem influência cristã, ainda estão sem liberdade e dignidade. Os antigos atenienses da Grécia tratavam as mulheres da mesma maneira. As mulheres não tinham permissão para sair de casa sem um acompanhante masculino. Eles não tinham permissão para comer ou interagir com os convidados do sexo masculino de seus maridos. A discriminação contra as mulheres começava desde quando eram crianças. Muitas crianças do sexo feminino eram mortas logo após o nascimento. Aquelas que sobreviviam não eram autorizadas a frequentar a escola. Ao longo de suas vidas, as mulheres não eram autorizadas a falar em público e eram fortemente encorajadas a permanecer em silêncio em casa. Elas eram consideradas inferiores aos homens e muitas vezes igualadas ao mal. As mulheres romanas tinham um pouco mais de liberdade, mas não tinham nenhum dos direitos e privilégios dos romanos.
Em contraste, as ações e ensinamentos de Cristo elevaram o status das mulheres a um nível que nunca existiu antes.

“Tanto por palavras quanto por ações, ele [Jesus] foi contra as crenças e práticas antigas e tradicionalmente aceitas que definiam a mulher como socialmente, intelectualmente e espiritualmente inferior. Fiel às suas próprias palavras, ele disse uma vez: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância” (João 10:10). Se algum grupo de seres humanos necessitava de uma vida mais abundante, espiritualmente e socialmente, eram as mulheres de sua época”.

Jesus desafiou as normas culturais ao aceitar e honrar as mulheres, como se pode ver nos exemplos do diálogo com a mulher samaritana (João 4:5–29), a defesa de Maria no caso de Maria e Marta (Lucas 10:38–42), Suas palavras para Marta [na ocasião da morte de Lázaro] (João 11:25-26) e na aparição para as mulheres após Sua ressurreição (Mateus 28:10). A Igreja Apostólica passou a aceitar mulheres em papéis de destaque, como visto nos exemplos de Ápia (Filemom 2), Ninfa (Colossenses 4:15), Priscila (1 Coríntios 16:19), e Febe (Romanos 16:1-2).

Gradualmente, as mulheres na cultura ocidental passaram a desfrutar de liberdade e dignidade, sendo vistas como indivíduos em vez de propriedade, tendo controle sobre suas próprias propriedades, recebendo direito de tutela sobre seus filhos, escolhendo quem e quando casar e se recusando a ser fisicamente mutiladas de acordo com o costume de suas culturas.

Filósofa e poetisa medieval Cristina de Pisa lendo para o povo
Embora Cristo e os primeiros cristãos nunca tenham pregado a revolução em favor das mulheres, Seus seguidores refletiram Seu exemplo em seus relacionamentos, assegurando à mulher dignidade, liberdade e direitos desconhecidos anteriormente.
Escravidão Combatida
A abolição da escravidão e a rejeição da segregação estão enraizadas nos primeiros ensinamentos do cristianismo. O cristianismo não era restritivo. Foi oferecido gratuitamente a todos os indivíduos, classes e nações. Na época de Cristo, 75% da população na antiga Atenas e mais da metade da população romana eram escravos. Paulo, em Gálatas, disse a Filemom que ele não deveria mais manter Onésimo como escravo. Ele deveria tratar Onésimo como irmão. Paulo disse aos cristãos da Galácia que eles eram “nem judeus nem gregos, nem escravos nem livres (…) porque todos vocês são um em Cristo Jesus” (Gálatas 3:28).
A oposição à escravidão não era popular durante a era greco-romana; nem era popular na Inglaterra ou na América no século XIX. Ao longo da história, foi necessária uma incrível coragem e convicção por parte dos cristãos para libertar os escravos.

“No início do século IV,  Lactâncio (o “Cícero Cristão”), na sua obras Instituições Divinas, disse que aos olhos de Deus não havia escravos. Santo Agostinho (354-430) via a escravidão como o produto do pecado e como contrária ao plano divino de Deus (A Cidade de Deus 19:15). São Crisóstomo, no século IV, pregou que quando Cristo veio ele anulou a escravidão. Ele proclamou que “em Cristo Jesus não há escravo (…) Portanto, não é necessário ter escravos. (…) Compre-os, e depois de lhes ter ensinado alguma habilidade pela qual eles possam se manter, liberte-os” (Homilia 40 em 1 Coríntios 10)”.

[Nota do tradutor: Apesar dessas admoestações, baseadas nas palavras de Cristo, a escravidão voltou a aparecer na cultura ocidental, cerca de mil anos depois, na época do Renascimento. Isto ocorreu porque houve um contínuo interesse na época pelas culturas pagãs pré-cristãs, o que também levou a mudanças na arte e no pensamento. A influência do Renascimento levou a prática da escravidão para a Idade Moderna e foram necessários séculos de oposição das lideranças da Igreja (que depois da Idade Média, perderam influência na sociedade) para que pudesse ser abolida novamente.]
Através do incrível trabalho, coragem e liderança do político britânico e abolicionista William Wilberforce, a escravidão foi abolida nas colônias inglesas.

“O biógrafo de [Wilberforce], John Stoughton, diz: “Ele acreditava em Jesus Cristo como a imagem do Deus invisível; ele acreditava que somos salvos pela graça; ele acreditava na justificação pela fé; ele acreditava na obra do Espírito Santo; ele acreditava no mundo por vir. Essas crenças, com suas conseqüências e aplicações práticas, eram tão valiosas para ele quanto a própria vida”.

Em 26 de julho de 1833, poucos dias antes de sua morte, Wilberforce recebeu a notícia de que o Parlamento aprovou a Lei da Abolição, libertando 700.000 escravos.
Nos Estados Unidos, a escravidão continuou por mais trinta anos. Homens e mulheres de grande coragem, como Elijah Lovejoy, que foi baleado por suas convicções; Edward Beecher, que abriu as portas do Illinois College para estudantes negros; Harriet Beecher Stowe, que publicou o Uncle Tom’s Cabin; John Hersey, que publicou um apelo aos cristãos sobre o tema da escravidão; Julia Ward Howe, que escreveu “Hino de Batalha da República”, e muitos outros trabalharam, lutaram e morreram para acabar com isso. Finalmente, em 1863, Abraham Lincoln acabou com a escravidão nos Estados Unidos, emitindo sua Proclamação da Emancipação.

“Assim, o esforço para acabar com a escravidão, seja Wilberforce na Grã-Bretanha ou os abolicionistas na América, não foi um fenômeno novo no cristianismo. Tampouco foram novos para a ética cristã os esforços de Martin Luther King Jr. e as leis americanas de direitos civis dos anos 1960 para remover a segregação racial. Eles eram meros esforços para restaurar práticas cristãs que já existiam nos primeiros séculos do cristianismo”.

Muitos homens e mulheres negros ao longo da história foram considerados santos pela Igreja Católica. Acima da figura, uma citação de uma bula papal de Gregório XVI condenando a escravidão.


CARIDADE, COMPAIXÃO, HOSPITAIS E CUIDADOS DE SAÚDE

Caridade

Na era greco-romana, oferecer cuidados aos pobres, enfermos ou moribundos não era comum. Na cultura pagã, as pessoas davam às vezes, mas algo era esperado em troca. Na cultura cristã, os crentes davam oferendas para o alívio econômico ou físico do recebedor, com nada esperado em troca. A doação cristã refletia as palavras de João: “Nisto consiste o amor: não que amamos a Deus, mas que ele nos amou e enviou seu Filho como sacrifício expiatório pelos nossos pecados. Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros” (1 João 4:10-11) e as palavras de Paulo: “Cada um de vocês deve olhar não só para os seus próprios interesses, mas também para os interesses dos outros” (Filipenses 2:4). A caridade praticada pelos cristãos foi notada pelos que os rodeiam.

Compaixão

A compaixão humana era rara dentro das culturas antigas – ia contra os ensinamentos de seus filósofos. Platão e outros sustentavam que um pobre homem deveria ser deixado para morrer se não pudesse mais trabalhar. Os greco-romanos consideravam os famintos, doentes e moribundos não dignos de assistência humana.
Jesus demonstrou uma abordagem totalmente diferente. “Ele teve compaixão deles e curou os doentes” (Mateus 14:14). Seguindo a admoestação de Cristo, os primeiros cristãos procuravam dar compaixão aos doentes e moribundos sem pensar em receber nada em troca. Isso era feito não só com os doentes e moribundos, como também com os órfãos e os idosos.
A caridade e a compaixão continuam até hoje, tanto de forma individual como coletivamente, por meio de inúmeras organizações de caridade e sociedades beneficentes. Na maioria dos casos, os que recebem assistência social não fazem ideia de que a assistência que recebem é dada por causa da influência do cristianismo.

“Em resumo, toda vez que a caridade e a compaixão são vistas em operação, o crédito vai para Jesus Cristo. Foi ele quem inspirou os seus primeiros seguidores a dar e ajudar os desafortunados, independentemente da sua raça, religião, classe ou nacionalidade. (…) Estes primeiros cristãos estabeleceram um modelo para os seus descendentes seguirem, um modelo que as sociedades seculares modernas de hoje procuram imitar, mas sem motivação cristã ”.

“O Dom da caridade”, de Waldmuller.
Hospitais e Cuidados de Saúde

Em Mateus 25:45, Jesus disse: “O que você não fez por qualquer um destes pequeninos, você não fez por mim”. Ao acatar Suas palavras, os cristãos não apenas se opuseram ao infanticídio, ao aborto e ao abandono de crianças, eles cuidaram dos doentes. Suas circunstâncias particulares ou quem eles eram – cristãos ou pagãos – não faziam diferença. Eles seguiram o exemplo de Cristo de curar os cegos, coxos, surdos, paralisados ​​e leprosos. Em cada cura, Cristo também estava preocupado com o bem-estar espiritual do indivíduo. Isso estava em drástico contraste com o mundo greco-romano.

“Dionísio, um bispo cristão do terceiro século, descreveu o comportamento existente dos pagãos em relação a seus semelhantes doentes numa praga alexandrina por volta de 250 dC. ‘Os pagãos’, disse ele, ‘afastavam qualquer um que começasse a ficar doente, e se mantinham alheios até mesmo de seus amigos mais queridos, e lançavam os sofredores quase mortos nas estradas públicas, e não os enterravam, e os tratavam com profundo desprezo quando morriam’ (Obras de Dionísio, Epístola 12.5).

Devido à severa perseguição durante o cristianismo primitivo, durante três séculos os cristãos só podiam cuidar dos doentes se eles os encontrassem. Não foi até a 369 d.C. que o primeiro hospital foi construído. Evidências indicam que o hospital incluía unidades de reabilitação e oficinas que permitiam que pacientes não qualificados aprendessem um ofício durante a recuperação. Isso mostra um nível ainda mais elevado de conscientização humanitária, exemplificando ainda mais o espírito de Cristo em Seus seguidores.
Hotel Dieu, em Paris, um dos mais antigos hospitais da História.
Mais hospitais cristãos foram construídos como unidades separadas ou anexados a mosteiros e, a partir do ano 750, se espalharam da Europa Continental para a Inglaterra. O conceito de hospital hoje normalmente não é mais baseado em caridade.

“O precedente que os primeiros hospitais cristãos estabeleceram não apenas aliviou o sofrimento humano, mas também prolongou a vida de multidões de pessoas, sejam elas ricas ou pobres. Além disso, essas instituições refletiam o amor de Cristo pela humanidade. Hoje esta contribuição humanitária inovadora – o hospital – é unanimemente apreciada em todo o mundo.”

O cristianismo também iniciou o estabelecimento de instituições mentais, profissionais de enfermagem médica e a Cruz Vermelha. Fielding Garrison, um médico e historiador da medicina, observou: “A principal glória da medicina medieval foi, sem dúvida, na organização de hospitais e enfermarias, cuja organização era baseada nos ensinamentos de Cristo”.

EDUCAÇÃO

Jesus Cristo, o maior mestre que o mundo já conheceu, orientou aqueles que Ele ensinou que continuassem a ensinar os outros. Ele disse a Seus discípulos: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações (…) ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei” (Mateus 28:19–20). Eles levaram a orientação a sério, como mostrado nas palavras de Lucas, “eles nunca paravam de ensinar (…) que Jesus é o Cristo” (Atos 5:42).
O ensino continuou depois da morte dos apóstolos. Inicialmente, a instrução ocorria nas casas dos professores. Foi em 150 d.C. que Justino, o Mártir, estabeleceu escolas de catequese em Éfeso e em Roma. Com o tempo, essas escolas passaram a incluir leitura, escrita e outros assuntos, além da religião. Houve lutas no começo, já que os professores também eram um produto da cultura, mas, sendo fiéis aos ensinamentos de Cristo, essas escolas incluíam meninos e meninas, independentemente de classe ou etnia – algo inédito em qualquer cultura daquela época.
Em meados do século XVI, Martinho Lutero e João Calvino haviam convencido as autoridades cívicas a implementarem a educação compulsória, universal e financiada por impostos. No século XVIII, a educação foi expandida para incluir os surdos; no século XIX, os cegos.
A cultura greco-romana possuía os seus filósofos eruditos, mas eles não tinham edifícios permanentes ou bibliotecas. A origem das universidades está nos mosteiros. Um dos primeiros foi o mosteiro de Monte Cassino, dos monges da ordem beneditina, no ano 528, na Itália. Mais mosteiros foram construídos em outros locais. Todos eles valorizavam muito a literatura – particularmente a antiga. Os beneditinos desenvolveram o primeiro sistema de bibliotecas, colecionando livros e manuscritos.
 
Universidade de Bolonha, na Itália, a primeira universidade propriamente dita da história. Foi criada em 1088 e funciona até hoje.

Embora as bibliotecas e os mosteiros não fossem universidades completas, foram a inspiração pela qual, nos séculos XII e XIII, foram construídas as primeiras universidades verdadeiras, sob bases cristãs. Nos Estados Unidos, todas as faculdades e universidades estabelecidas nas colônias antes da guerra de Independência – com exceção da Universidade da Pensilvânia – tiveram origens cristãs. É irônico que, na sociedade ocidental secular de hoje, tão poucos indivíduos percebam as contribuições que o cristianismo fez para a educação que tanto valorizam.

LIBERDADE E JUSTIÇA, TRABALHO E LIBERDADE ECONÔMICA

Liberdade e Justiça
O conceito de Direito Natural está profundamente enraizado na cultura greco-romana. Esta concepção de Direito sustenta que os seres humanos são capazes de perceber, com base em um processo racional natural, o que é moralmente certo e errado. Isto foi visto como o fundamento absoluto de todas as leis humanas. Os cristãos tinham uma perspectiva diferente. Eles acreditavam que a “lei natural” fazia parte da ordem criada por Deus, pela qual os seres humanos racionais estão cientes do certo e do errado. A ordem de Deus é expressa claramente nos Dez Mandamentos.

Países como os Estados Unidos, onde o cristianismo está enraizado, demonstram uma melhoria muito maior na liberdade e na justiça do que os países onde as religiões não-cristãs dominam.

“Alexis de Tocqueville reconheceu a conexão quando disse: ‘Não há país no mundo onde a religião cristã retenha uma influência maior sobre as almas dos homens do que na América.’”

Trabalho e Liberdade Econômica

A cultura greco-romana não valorizava o trabalho braçal. O trabalho manual era executado pelos escravos e pelas classes mais baixas. Era considerado humilhante para qualquer outra pessoa realizar essas tarefas.
Sobre este assunto, as crenças dos cristãos e da cultura da época entraram em confronto. Os cristãos davam dignidade e honra ao trabalho. Seu modelo, Jesus, trabalhou como carpinteiro. Paulo era um fabricante de tendas – uma habilidade comercial que suplementava sua renda durante suas viagens. Essa atitude cristã não se dava bem com os romanos, que desprezavam o trabalho manual, e resultavam em perseguição ainda mais dura.
Além disso, os cristãos reforçaram que um trabalhador deve ser pago, com base nas palavras de Jesus, “o trabalhador merece o seu salário” (Lucas 10:7). Paulo, em sua carta aos tessalonicenses, deixou claro que trabalhar era a coisa certa a fazer, “Se um homem não trabalha, não comerá” (2 Tessalonicenses 3:10).
Antes dos cristãos dignificarem o trabalho e o labor, não havia classe média na cultura greco-romana. As pessoas eram ricas ou pobres e os pobres geralmente eram escravos. Contudo, os cristãos prevaleceram e a classe média – parte integrante de todas as sociedades ocidentais – surgiu, reduzindo grandemente a antiga pobreza generalizada.
Uma cidade medieval típica.

Essa nova ética de trabalho e a prosperidade resultante (em comparação com os níveis de pobreza extrema de épocas anteriores) tornaram possíveis liberdades individuais não conhecidas anteriormente – econômica, política e socialmente. O conceito de direito à propriedade privada é intrínseco a essas liberdades recém-descobertas. O mandamento “Não roubarás” reforça o conceito de direitos de propriedade privada.

A liberdade econômica também foi demonstrada nos ensinamentos de Cristo. Enquanto alguns de seus seguidores venderam tudo o que tinham e compartilharam com os necessitados, “não há uma única referência no Antigo ou no Novo Testamento em que Deus nega a liberdade econômica às pessoas, como fazem o fascismo, o socialismo e o comunismo. As parábolas de Jesus que tocam nas questões econômicas são sempre expressas no contexto da liberdade”, como em Mateus 25:15-30, onde os indivíduos podiam optar por investir ou não investir os talentos que lhes eram dados, totalmente livres de coerção.

A dignidade do trabalho e o espírito de liberdade individual e econômica, tão enraizados na cultura ocidental, são produtos da ética cristã.

CIÊNCIA

Sem a crença cristã em um Deus, não haveria ciência. Deus é um ser racional e o homem foi criado à Sua imagem; portanto, o homem também deve seguir processos racionais para estudar Sua criação. Sobre esse pressuposto, os filósofos cristãos desenvolveram o método empírico e indutivo. Antes do tempo de Cristo, o conhecimento deveria ser adquirido através de meios dedutivos. Apenas a mente deveria ser usada; a atividade manual era inaceitável, relegada apenas aos escravos e à classe baixa.
Os cristãos, os pioneiros da ciência, ramificaram-se em muitas áreas de descoberta. Algumas áreas da ciência e os indivíduos cristãos envolvidos incluem: fisiologia e biologia através do trabalho de Leonardo da Vinci (1452-1519), Andreas Vesalius (1514-1564) e Gregor Johann Mendel (1822-1884); astronomia através da obra de Nicolau Copérnico (1473-1543), Tycho Brahe (1546-1601), Johannes Kepler (1571-1630) e Galileu (1564-1642); a física através do trabalho de Isaac Newton (1642–1727), Gottfried Leibniz (1646–1716), André-Marie Ampére (1775–1836) e Michael Faraday (1791–1867); química através do trabalho de Robert Boyle (1627–1691), John Dalton (1766–1844) e George Washington Carver (1864–1943); e medicina através do trabalho de Paracelso (1493-1541), Ambroise Pare (1509-1590) e Louis Pasteur (1822-1895). Além dos indivíduos mencionados acima, muitos outros cientistas cristãos têm impactado muito o processo e a descoberta científica e, portanto, a qualidade da vida humana.

ARTE, ARQUITETURA, MÚSICA E LITERATURA

Arte
O impacto do cristianismo na arte, arquitetura, literatura e música ao longo da história é inquestionável. Ao contrário do enfoque da era greco-romana na “natureza”, a arte cristã – seja nos primeiros séculos da era cristã, na Idade Média, durante o Renascimento ou na era da Reforma – concentrava-se na vida humana. As cenas retratadas ilustravam a consciência de que Deus, seja pelo Espírito ou por Seu Filho, Jesus Cristo, estava sempre com eles. Como exemplificado em A Expulsão do Jardim de Masaccio, A Última Ceia de Da Vinci, Cristo com Maria e Marta de Tintoretto, O Cavaleiro da Morte e o Diabo de Dürer, Cristo Carregando a Cruz de Rapahel e na gravura de Cristo curando os doentes de Rembrandt, o cristianismo deu uma grande contribuição para o mundo da arte.
Teto da Capela Sistina, por Michelangelo.
Arquitetura
Preocupados com as perseguições que sofreram, os cristãos fizeram pouco de arquitetura nos primeiros três séculos. Desde então, os cristãos fizeram contribuições arquitetônicas incríveis, desde a Igreja da Natividade (Belém) construída na era das Basílicas (320–1000) até a Capela da Academia da Força Aérea dos Estados Unidos (Colorado Springs), construída na era contemporânea (1900–2000). Destes, considera-se o maior acréscimo cristão à arquitetura mundial as catedrais européias construídas na era gótica (1150-1600). Os altos arcos pontiagudos, abóbadas com nervuras e arcobotantes inspiraram Salvadori a dizer que “a altura insondável expressava a aspiração da humanidade em direção a um Deus a serem amados (…)”
Catedral de Milão, na Itália.
Literatura
O cristianismo produziu contribuições notáveis ​​para a literatura e tem sido um ardente defensor dela. Até mesmo algumas obras dos escritores greco-romanos pagãos foram traduzidas, não para promover o paganismo, mas para tornar disponível o conhecimento dessa visão alternativa do drama da vida humana. Martinho Lutero apoiou o estudo de tais itens, mesmo que ele tenha se referido a eles como livros pagãos. Como mencionado anteriormente, foram os monastérios que desenvolveram o sistema de bibliotecas para registrar suas extensas coleções de livros e manuscritos.
O desenvolvimento inicial da literatura cristã (100-426 d.C.) tomou a forma de exortações (convidando os leitores a se apegarem a Jesus Cristo), polêmicas (refutando e disputando religiões com princípios e práticas controversos) e apologética (defendendo a fé e os ensinamentos cristãos). Desde então, muitas marcas registradas da literatura humana foram produzidas, começando com a História Eclesiástica de Eusébio de Cesareia (c. 280–339). Trabalhos posteriores notáveis incluem Cartas de um Diabo a seu Aprendiz e Cristianismo Puro e Simples de C. S. Lewis, Utopia, de Thomas More, O Peregrino, de John Bunyan, Um Conto de Natal, de Charles Dickens, dentre muitos outros.
Música
É amplamente aceito que a era greco-romana não desempenhou um papel relevante no progresso musical; no entanto, os cristãos, começando com o canto dos salmos bíblicos, louvavam e honravam a Deus através das canções e da música. Começando com a melodia simples, monofônica, e evoluindo para a polifonia no século X, a música cristã se desenvolveu em várias formas, incluindo o moteto, o madrigal, o hino, o oratório, a sinfonia, a sonata, a cantata e o concerto. Compositores como Ambrósio, Bach, Handel, Mozart, Mendelssohn, Stravinsky e Vaughn Williams, criaram suas obras-primas inspiradas na vida, morte e ressurreição de Cristo.
[Nota do Tradutor: No que diz respeito à música moderna, por outro lado, em muitos casos ela tem apelado para o prazer sensual e a rebelião contra Deus, os valores bíblicos e a sociedade. Inclusive, infelizmente, esta tendência tem atingido não só a música secular, mas o que é chamado de “música cristã contemporânea”.]

FERIADOS, PALAVRAS, SÍMBOLOS, EXPRESSÕES

Feriados
A origem da palavra holiday (“feriado” em inglês) está na expressão religiosa “dia santo”. O dia de Natal, a Páscoa, a sexta-feira santa e o Pentecostes foram celebrados como dias santos para honrar o que Deus, por meio de Seu Filho Jesus Cristo, havia feito por seu povo. O domingo [palavra que vem do latim dies Dominicus, o “Dia do Senhor”], foi separado como o dia de adoração porque Cristo ressuscitou fisicamente dos mortos no primeiro dia da semana. Até mesmo o Dia de Ano Novo tem significado religioso, pois acontece oito dias após o Natal, quando Jesus foi circuncidado. Historicamente, os cristãos viam a véspera de Ano Novo como um símbolo do fim de suas vidas e um lembrete para estar sempre prontos para o encontro com o Senhor. O Halloween começou como a véspera do Dia de Todos os Santos (“all Hollows’ eve” em inglês) – um dia para os membros da Igreja honrarem seus membros falecidos. O Dia de Ação de Graças, outro feriado norte-americano, começou quando os pioneiros americanos formalmente deram graças a Deus.
Palavras e Símbolos
Muitas palavras comumente usadas em idiomas ocidentais tiveram seu início no cristianismo primitivo. Por exemplo: credo, heresia, mártir, Papai Noel e trindade. Exemplos de símbolos da cultura cristã incluem o peixe, a pomba branca e a cruz. A própria divisão da história em “a.C.” (antes de Cristo) e “d.C.” (depois de Cristo) é um exemplo disto.
Expressões
Muitos expressões e ditados populares foram colhidos das palavras e ensinamentos de Jesus Cristo, como “bom samaritano”, “roubar Pedro para pagar a Paulo”, “dar a outra face”, “espinho na carne”, “dar pérolas aos porcos”, “atirar a primeira pedra”, “os últimos serão os primeiros”, “dar a César o que é de César” ou “a carne é fraca”. Além disso, muitos nomes comuns em nossa sociedade são oriundos da Bíblia. Exemplos incluem Davi, João, Miguel, Daniel, Adão, José, Jacó, Samuel, Maria, Marta, Sara, Rebeca, Rute, Débora e Raquel.
Conclusão

As contribuições feitas pelo cristianismo para a sociedade ocidental são imensuráveis. Nas palavras de Carsten Thiede e Matthew D’Ancona, “os evangelhos são os blocos de construção da nossa civilização. Sem eles, Giotto não pintaria seus afrescos na Capela da Arena em Pádua; Dante não teria escrito a Divina Comédia; Mozart não teria composto o seu Requiem; e Wren não teria construído a Catedral de São Paulo em Londres. A história e a mensagem desses quatro livros – juntamente com a tradição judaica do Antigo Testamento – permeiam não apenas as convenções morais do Ocidente, mas também nosso sistema de organização social, nomenclatura, arquitetura, literatura e educação, bem como os rituais de casamento e morte que moldam nossas vidas (…) seja de cristãos ou não-cristãos”.

Fonte: http://markconner.typepad.com/files/christianity-changed-world.pdf
http://www.respostasaoateismo.com/2018/04/livro-como-o-cristianismo-mudou-o-mundo.html

Tradução / adaptação: David Sousa

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