1. Confusão entre Determinismo Científico e Livre-Arbítrio Metafísico
O vídeo da Elaine sugere que fatores como genética, ambiente, traumas e cultura anulam nossa liberdade. No entanto, como Craig sempre aponta:
“Mostrar que fatores influenciam nossas decisões não é o mesmo que mostrar que esses fatores determinam nossas decisões.”
A psicologia e a neurociência podem explicar predisposições ou influências, mas influência não é igual a determinação. Mesmo sob influência, o agente ainda pode escolher livremente entre alternativas reais.
2. A Falácia do Experimento de Libet
O vídeo menciona o famoso experimento de Benjamin Libet, em que há atividade cerebral antes da consciência da decisão. Craig responde a isso em diversos debates e artigos:
“O experimento de Libet mostra apenas impulsos motores automáticos para movimentos triviais, como mover o pulso, e não decisões morais complexas.”
Além disso, Libet acreditava que sua pesquisa não refutava o livre-arbítrio. Ele argumentava que a consciência pode exercer o chamado “veto consciente” — ou seja, podemos interromper a ação iniciada inconscientemente.
3. Responsabilidade Moral sem Livre-Arbítrio é Autocontraditória
O vídeo tenta sustentar que, mesmo sem livre-arbítrio, ainda podemos falar de responsabilidade, justiça e progresso moral. Mas William Lane Craig destacaria que isso é logicamente incoerente:
“Se você não tem liberdade para escolher, não pode ser moralmente responsável. A responsabilidade moral pressupõe liberdade real para fazer ou não fazer o bem.”
Dizer que somos apenas “produtos de influências” e, ao mesmo tempo, sugerir que podemos ser responsabilizados ou que devemos melhorar, é contraditório.
4. A Justiça de Deus e o Livre-Arbítrio
O vídeo questiona: “Como Deus pode punir alguém por algo que ela não escolheu?”. Craig responde com o conceito do conhecimento médio (Molinismo):
“Deus sabe o que qualquer pessoa livre escolheria em qualquer circunstância. Ele cria o mundo em que suas criaturas livres tomam decisões genuínas, mesmo que influenciadas.”
Ou seja, a onisciência divina não anula a liberdade humana, e o julgamento de Deus é justo justamente porque se baseia em escolhas livres e conhecidas por Deus desde a eternidade.
5. Determinismo é Autorefutável
Se tudo o que acreditamos for resultado de processos que não controlamos, como confiar na própria conclusão de que o livre-arbítrio não existe?
Craig diria:
“Se você não é livre para crer ou descrer no livre-arbítrio, então sua crença contra o livre-arbítrio não é racional, é apenas resultado cego de química cerebral.”
Ou seja, negar o livre-arbítrio mina a própria racionalidade humana, tornando toda argumentação filosófica inválida, inclusive a do próprio vídeo.
6. O Testemunho da Consciência Humana
Por fim, Craig sempre defende que a experiência interna de liberdade é uma evidência prima facie (à primeira vista), e qualquer argumento contra ela tem o ônus de prova:
“Se me parece que sou livre em minhas decisões, não rejeitarei isso com base em dados inconclusivos ou mal interpretados da neurociência.”
✅ Conclusão
O vídeo apresenta uma versão popular de determinismo biológico/social, mas falha em distinguir influência de determinação, neurociência trivial de decisões morais, e tenta preservar a responsabilidade sem base racional. A visão de William Lane Craig, ao contrário, mostra que o livre-arbítrio:
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é compatível com ciência,
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é necessário para responsabilidade moral,
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é fundamento da justiça divina e humana,
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e é experienciado por todos nós.
Sem livre-arbítrio, não podemos sequer confiar que estamos buscando a verdade.
Poderá ver o vídeo no youtube Aqui