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Leitor pergunta sobre poligamia

polygamyDeus aprova a poligamia? – Pedro P. Henrique

Não; o padrão que Deus estabeleceu no Éden com o primeiro casamento foi a monogamia. Mais tarde, Jesus Cristo, ao falar a seus seguidores, confirmou que esse era o padrão a ser seguido. — Gênesis 2,18-24; Mateus 19,4-6.
Mas não é verdade que homens como Abraão, Jacó, Davi e Salomão, dos tempos pré-cristãos, tiveram mais de uma esposa? Sim, mas o que a Bíblia diz sobre essa situação? Ela mostra os conflitos e dificuldades que surgiram na vida de Abraão e Jacó por causa dessa prática. (Gênesis 16,1-4; 29,18–30,24) Mais tarde, a Lei de Deus incluiu a seguinte ordem que todo rei devia cumprir: “[Não] deve multiplicar para si esposas, para que seu coração não se desvie.” (Deuteronômio 17,15-17) Salomão desconsiderou esse mandamento ao casar com mais de 700 mulheres! Tragicamente, o coração de Salomão acabou se desviando de Deus por causa da má influência de suas muitas esposas. (1 Reis 11,1-4) Fica claro que a Bíblia retrata a poligamia de forma negativa.
Ainda assim, alguns talvez se perguntem por que Deus decidiu permitir a poligamia entre seu povo. Pense no seguinte: Já decidiu alguma vez permanecer temporariamente num emprego que você não gostava, porque deixar esse emprego e procurar outro, naquele momento, não seria prático e talvez prejudicasse sua família? É claro que os pensamentos de Deus são mais elevados do que os nossos. (Isaías 55,8, 9) No entanto, é possível discernir algumas razões práticas para ele ter tolerado a poligamia por um tempo.
Lembre-se de que no Éden, Deus prometeu que surgiria um “descendente” que por fim destruiria Satanás. Mais tarde, Abraão foi informado de que se tornaria pai de uma grande nação e que o predito Descendente viria de sua linhagem. (Gênesis 3,15; 22,18) Satanás estava determinado a impedir a chegada desse Descendente. Assim, ele tentou destruir a antiga nação de Israel. Muitas vezes induzia Israel a pecar para que a nação perdesse o favor e a proteção de Deus.
Para combater esses ataques, Deus várias vezes enviou seus profetas para alertar seu povo quando eles se desviavam dos padrões corretos. No entanto, ele sabia de antemão que eles muitas vezes deixariam de obedecer até a ordens tão básicas como a ordem contra a idolatria. (Êxodo 32,9) Se para eles já seria difícil obedecer a uma lei tão básica, o que dizer da lei contra a poligamia? Com sua compreensão perfeita da natureza humana, Deus viu que ainda não era o tempo de proibir essa prática, que já era antiga naqueles dias. Se ele tivesse feito isso, Satanás teria encontrado uma maneira muito fácil de levar Israel a pecar.
Tolerar temporariamente a poligamia teve outras vantagens. Permitiu que a nação crescesse rápido. Ter uma grande população ajudou aquele povo a sobreviver até o tempo do Messias. A poligamia pode também ter garantido certa medida de proteção para algumas mulheres, dando-lhes abrigo e um lar em tempos perigosos.
Lembre-se, porém, que Deus não originou essa prática. Ele a tolerou por um período limitado, ao mesmo tempo dando regras firmes para que não houvesse abusos. (Êxodo 21,10-11; Deuteronômio 21,15-17) Quando Deus decidiu pôr um fim à prática da poligamia entre seus adoradores, ele reafirmou, por meio de seu próprio Filho, que o padrão correto para o casamento era o estabelecido no Éden. Assim, Jesus proibiu a poligamia entre seus seguidores. (Marcos 10,8) Então, esta verdade ficou ainda mais clara: A Lei de Moisés foi excelente para o seu tempo, mas “a lei do Cristo” é ainda melhor. — Gálatas 6,2.

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