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John Lennox: o Cristianismo É a Única Religião Verdadeira?

É o Cristianismo a Única Religião Verdadeira? Uma Perspectiva com John Lennox

O Professor John Lennox, renomado matemático e defensor da fé cristã, abordou diversas questões complexas em uma sessão de perguntas e respostas, incluindo o tema central: a singularidade da verdade cristã diante de outras religiões.

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Vida Extraterrestre e a Busca por Significado

Lennox começa discutindo a possibilidade de vida extraterrestre. Ao ser perguntado se acredita em outras formas de vida inteligente no universo, ele responde afirmativamente, mencionando não apenas a possibilidade de vida física, mas também a existência de seres espirituais como anjos e, claro, Deus. Para ele, essa perspectiva é significativa porque ajuda a responder à pergunta fundamental sobre a origem da humanidade. Se fôssemos os únicos seres inteligentes, ficaríamos sozinhos com a questão de nossa própria origem. A consciência de Deus, no entanto, fornece uma resposta substancial.

O Ilusionismo da Terra Plana e a Recusa da Verdade

A conversa então se volta para um fenômeno mais peculiar da era moderna: a teoria da Terra plana. Lennox a considera um exemplo do “intelectualismo” contemporâneo e da rejeição de Deus. Citando 2 Coríntios 4:4, ele sugere que essa crença absurda, apesar da evidência contrária, reflete uma “escuridão intelectual” que surge quando as pessoas rejeitam a Deus. Ele argumenta que isso demonstra uma tendência preocupante: acreditar em coisas claramente falsas enquanto se recusa ouvir argumentos sérios a favor da existência de Deus, evidenciando um tipo de “pensamento duplo”.

O Declínio do Cristianismo na Europa: Causas e Contrastes

Uma das perguntas mais populares foi sobre o declínio do cristianismo na Europa, especialmente entre os jovens. Lennox aponta para raízes históricas profundas, incluindo o legado do Iluminismo e o silêncio sobre Deus em instituições fundamentais, como a ausência da palavra “Deus” na Constituição da União Europeia. Ele critica a educação que ignora as raízes cristãs da cultura, resultando em uma forma de “lavagem cerebral” ao não apresentar os fatos históricos aos jovens.

Ele contrasta esse cenário com o crescimento do cristianismo em outras partes do mundo, especialmente onde houve perseguição. Observa que comunidades como a romena e a da Europa Oriental, que viveram sob regimes ateus como o comunismo, mantiveram uma fé forte. A experiência com o ateísmo forçado, paradoxalmente, muitas vezes fortaleceu a crença. Ele menciona que grande parte da Bíblia foi escrita em tempos de perseguição, e a relativa paz e prosperidade da Europa recente criaram um vácuo preenchido por ideologias como o pós-modernismo e o ateísmo.

A Comunidade Romena no Reino Unido: Um Farol de Fé

Ao ser perguntado especificamente sobre a comunidade cristã romena no Reino Unido, Lennox expressa admiração. Ele reconhece a força dessa comunidade, atribuindo-a à experiência histórica com o comunismo, que promoveu oficialmente o ateísmo. Essa vivência tornou a fé cristã mais preciosa e significativa. Ele vê nessas comunidades de diáspora, incluindo a polonesa, um potencial para revitalizar a fé cristã em uma cultura secular como a britânica, pois trazem uma perspectiva enraizada na realidade do sofrimento e da resistência ideológica.

O Problema do Sofrimento: Beleza e Arame Farpado

Uma das perguntas mais difíceis abordadas foi sobre o sofrimento: por que Deus permite guerras e desastres naturais? Lennox reconhece imediatamente a gravidade da questão, o problema clássico do mal e do sofrimento. Ele ressalta que não há respostas simplistas e que a perspectiva de quem sofre é radicalmente diferente da de quem observa.

Ele faz uma distinção importante entre o mal moral (ações humanas) e o mal natural (desastres). Para Lenho, negar a existência de Deus para resolver o problema do sofrimento remove também toda esperança e o próprio conceito de bem e mal, como apontado por Dostoiévski (“se Deus não existe, tudo é permitido”).

Lennox propõe uma mudança na formulação da pergunta: em vez de “como um Deus bom e poderoso permite isso?”, perguntar “há evidência de um Deus em quem se possa confiar com esse cenário misto de beleza e horror?”. Ele acredita que essa reformulação leva diretamente à cruz de Cristo. A centralidade da fé cristã, para ele, está na afirmação de que Deus não permaneceu distante do sofrimento humano, mas o experimentou pessoalmente em Jesus Cristo. A ressurreição de Jesus é o fundamento da esperança cristã, oferecendo significado e transcendência mesmo diante da morte e do sofrimento injusto.

Cristianismo: Religião ou Relação?

O cerne da discussão sobre a unicidade do cristianismo surge com a pergunta direta: “Como provar que o cristianismo é a verdadeira religião e outras são falsas?”. Lennox enfatiza que ao discutir as diferenças entre religiões, é crucial evitar o julgamento ou a sensação de superioridade moral. Ele destaca que pessoas de todas as religiões possuem valor infinito, sendo criadas à imagem de Deus, e frequentemente compartilham códigos morais robustos. A distinção não reside necessariamente na moralidade, mas nas crenças fundamentais sobre a natureza de Deus e como nos relacionamos com Ele.

Ao confrontar diretamente as três grandes religiões monoteístas – Judaísmo, Cristianismo e Islã – Lennox aponta para uma diferença irredutível: a identidade e o destino de Jesus Cristo (ou Yeshua/Isa). Enquanto judeus e muçulmanos discordam sobre a crucificação e ressurreição de Jesus, o cristianismo afirma ambas como centrais. Para Lennox, essa diferença factual não pode ser reconciliada; ela exige uma avaliação baseada em evidências.

No entanto, Lennox argumenta que o cerne do cristianismo é frequentemente mal compreendido. Muitos o veem como uma religião típica: um caminho que exige esforço e boas obras para alcançar a aceitação divina no final da jornada, semelhante a um curso universitário onde o diploma depende do mérito adquirido.

Lennox propõe uma visão radicalmente diferente. Ele descreve o cristianismo não como uma religião no sentido convencional, mas como uma relação baseada na graça. A aceitação por parte de Deus não é o ponto final de uma jornada de méritos, mas o ponto de partida. Através do arrependimento e da fé em Jesus Cristo, que segundo a fé cristã morreu e ressuscitou pelos pecados da humanidade, o indivíduo recebe o perdão e a aceitação antes de iniciar a caminhada espiritual.

Ele ilustra isso com uma analogia terrena: ao invés de oferecer um relacionamento amoroso condicionado ao desempenho futuro da outra pessoa (como impor regras culinárias antes do casamento), o amor verdadeiro se dá incondicionalmente primeiro. Da mesma forma, a aceitação cristã é um presente gratuito. As boas obras e a vida cristã fluem dessa aceitação já concedida, não como um meio para obtê-la.

Conclusão: Uma Escolha Baseada em Oferta Única

Portanto, para John Lennox, o cristianismo não compete diretamente com outras religiões porque oferece algo único: uma relação pessoal com Deus fundamentada na graça divina manifestada na vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. É essa oferta distinta – perdão, aceitação e amor incondicionais desde o início – que o leva a considerá-lo verdadeiro, não uma superioridade moral intrínseca dos cristãos. A fé cristã, nessa perspectiva, não é sobre cumprir requisitos para ganhar o favor de Deus, mas sobre responder ao convite de um relacionamento já estabelecido pela graça.

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