Como testemunhar às Testemunhas de Jeová sobre
a divindade de Cristo
Parte III
Por R. K. McGregor Wright, Ph.D.
Tradução: Emerson Honório de Oliveira
Este artigo é a continuação de Jesus é Jeová – Parte II
IX. O Logos de João; o Verbo era Deus.
Um olhar em um interlinear do Novo Testamento grego-inglês como a Enfática Diaglótica da Sociedade logo mostra que eles traduzem a frase “e o Verbo era Deus” em Jo. 1:1, como “a Palavra era um deus”. A mais nova versão deste interlinear é a chamada Tradução Interlinear do Reino, que reimprime o texto de Westcott e Hort.
Como exatamente, devemos honrar o Filho de Deus em nossa adoração pessoal? Devemos lhe dar uma adoração mais baixa que a do Pai? Ou Jesus deve ser adorado igual ao Pai? João já respondeu esta pergunta por nós no capítulo cinco de seu livro: “Pois o Pai…deu todo julgamento ao Filho: que todo homem honre ao Filho, como é honrado o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou” (Jo. 5:22-23 – siríaco Peshitta). João diz que deveríamos adorar o Filho da mesma forma com que nós honramos o Pai. Isto só acontece, é claro, se o Filho for completamente Deus.
[N. do T.: até um pagão testemunhou da divindade de Cristo melhor que as Testemunhas de Jeová. Plínio, o Jovem, em uma carta ao imperador Trajano, descreve um culto dos cristãos, onde eles cantavam hinos a Cristo como Deus.]
E sobre o tratamento das Testemunhas sobre o primeiro versículo de João? A Interlinear da Sociedade diz em seu Apêndice que quando o substantivo grego Theos está “sem o artigo definido”, deveria ser lido “e a Palavra era um deus”. É fácil de ver na Interlinear que o artigo definido (ho, o) não existe na segunda vez que aparece Theos (Deus) neste versículo. Fora do fato já estabelecido que este texto parece contradizer Isaías (que disse que não há nenhum outro deus além de Jeová), é verdade que a falta do artigo definido significa a presença do artigo indefinido “um”?
[N. do T.: para esclarecer melhor o leitor, vamos pôr aqui o texto original de Jo.1.1 em grego e a tradução embaixo, correta, para pesquisa:
en arch hn o logov kai o logov hn prov ton yeon kai yeov hn o logov
no princípio era o Verbo e o Verbo estava com O Deus e Deus era o Verbo
em grego se pronuncia: en arcai ane ho o logos kai o logos ane pros o teos kai teos ane o logos]
Para começar, não há nenhum “artigo indefinido” em grego. Quando os gregos queriam expressar que isto é um exemplo indefinido de algo (não “o”) eles usavam “uma (coisa)” ou “algumas (coisas).” Estas formas não aparecem neste versículo e por isso não é correto escrever “um deus”. Os tradutores da Sociedade então mostram na mesma página que “um deus” é errado quando eles traduzem os versículos 6, 12, 13, e 18.
Versículo 6: houve um homem enviado por “um deus”?
Versículo 12: filhos de “um deus”?
Versículo 13; nascido de “um deus”?
Versículo 18; nenhum homem viu “um deus”?
Compare estes com:
Versículo 19; o testemunho do “o João (ho na forma de tou)”?
Também compare o v. 15, onde “João” aparece sem o artigo definido, com o v. 26, onde o artigo definido aparece como ho. Isto deveria ser lido como “o João respondeu” ? Se a resposta é NÃO, então em 1:1, ho Theos (na forma acusativa ton Theon) não deveria ser traduzido “o Deus”.
A Sociedade não traduz Theos por “um deus” nestes quatro versículos, o que os deixaria esquisitos, comparados com os vv. 19 e 26. A razão para o uso do artigo definido deste modo no Novo Testamento é que em grego às vezes se usa um artigo definido antes dos nomes para indicar ênfase. Não tem nada a ver com a presença ou ausência de “um” que só acontece no português.
Em outras palavras, embora eles saibam que o grego não tem artigo indefinido, os tradutores da Sociedade (talvez Fred W. Franz) inseriram isto do inglês e basearam nisto seu argumento contra a tradução correta “e o Verbo era Deus”, ou “e Deus era o Verbo” (a ordem original no grego). Então, eles entram em contradição no resto do primeiro capítulo de João (para não dizer do resto do Novo Testamento). Por isso você nunca irá ver uma Testemunha formada no grego do Novo Testamento.
Na parte de trás da Tradução Interlinear do Reino, existe uma referência às páginas 1158-1160 do livro New Testament Greek Grammar dos famosos estudiosos Dana e Mantey. Isto fez o dr. Mantey escrever para um tal Van Buskirk (numa carta de 25 de fevereiro de 1974) dizendo que as Testemunhas tinham alterado suas idéias, falsificado e citado fora de contexto, e que ele não as autorizou a utilizar de seu livro. O leitor pode ver os detalhes no Apêndice para Jehovah of the Watchtower por Walter Martin e Norman Klann.
A única razão por traduzir Jo.1.1: “e o Verbo era Deus” por “e a Palavra era um deus” é destruir seu testemunho para a Divindade do Verbo. Não há dúvida que isto era o que eles queriam, porque não fizeram o mesmo com outros versículos no mesmo capítulo. A Testemunha de Jeová comum não sabe nada disso, mas o mesmo não pode ser dito da liderança que produziu a falaciosa Tradução do Novo Mundo.
Em resposta para esta exposição das falhas de sua tradução, a Testemunha talvez irá mostrar versículos como “o Pai é maior que eu”. Mas estes versículos só mostram que as três Pessoas são distintas, ou que Cristo como homem obedeceu ao Pai na encarnação. Eles não mostram que Jesus não tinha uma natureza divina. A Testemunha usa mal esses versículos. Já vimos como eles distorcem os fatos.
Jo. 1:1-3 fala mais sobre o Logos. Se os cristãos têm razão, porque “a Palavra já estava no princípio com Deus”, ele deve ter precedido o tempo. Isto é importante, porque significa que ele é eterno. E isto é exatamente o que estes versículos ensinam.
No v. 3 diz: “todas as coisas foram feitas por sua mão” (peshitta). O termo para “todas as coisas” é a expressão habitual na filosofia grega para o mundo, o cosmo como um todo, ta Panta, “o tudo”. O cosmo finito e temporal nem sempre existiram, como Deus; houve um tempo quando tudo “veio a ser”, ou “se tornou”. A Palavra não veio a ser, pois o v. 2 diz que ele já
“estava” no princípio com Deus. De fato, o v. 3 continua dizendo que nada “se tornou” sem que a Palavra fizesse. Quer dizer, a Palavra precedeu todas as coisas que “se tornaram”.
Este Prólogo para o Evangelho de João distingue entre as coisas temporais, todas as coisas “que vieram a ser” para qual o verbo “ser” é usado, e aquelas coisas que já existiram antes das coisas (ta Panta) que vieram a existir, Deus e o Logos, para qual o verbo “ser” é usado na forma “era”. A Criação “começou a existir” porque Deus e o Logos já eram eternos no princípio.
O ponto chave destes versículos é que o Logos é eterno. Esta observação é por si só útil para estabelecer que a Sociedade não é a “Organização” de Deus, mas outra seita herética.
Esta diferença entre as coisas temporais e um ser eterno é vista em outros lugares no evangelho. No cap. 8, Jesus se defende contra os fariseus. Nos vv. 13-18 ele afirma ser Aquele que disse no Antigo Testamento; “EU SOU O QUE SOU” (Ex. 3:13-14). Seus inimigos perceberam a ligação (melhor que as Testemunhas de Jeová) e perguntaram quem era seu Pai (vv. 18-20). Jesus fala nos vv. 44-47 que eles são “vocês são de seu pai, o caluniador” e a resposta deles foi que ele estava endemoniado. Finalmente, Jesus diz no v. 56 que ele foi visto por Abraão. Zombando, eles disseram: “não tens ainda cinqüenta anos, e já viu Abraão?”
Neste momento, se as Testemunhas estão corretas, Jesus deve ter respondido com “sim, antes de Abraão vir a existir, eu tenho sido”. Esta teria sido uma afirmação que Ele foi criado antes de Abraão, como qualquer outro anjo. Não. Jesus diz que “antes de Abraão existir, eu SOU”. Isto confirma que quando ele disse que “testifico de Mim mesmo” (v. 18), ele realmente estava dizendo que Ele não foi criado, mas era o próprio Jeová. “Ele estava no princípio com Deus” porque já existia “antes de todas as coisas”.
Quando vemos a TNM, descobrimos logo que os tradutores da Sociedade estão desesperados para cobrir estes fatos. Em vez de traduzir ego eimi como eu sou, como eles fazem em outro lugar (veja os vv. 18 e 28, e muitos outros lugares neste Evangelho), eles traduzem mal o tempo presente grego como “eu tenho sido” que é pretérito-perfeito. Para cobrir sua falsa idéia, eles inventam uma “regra” ortográfica que não há no grego e a colocam numa nota de rodapé.
[N. do T.: os fariseus mais uma vez deram uma mostra que sabiam mais da divindade de Jesus que os TJ, ainda que vissem nisso uma blasfêmia. Em Jo. 10.33, eles dizem: “fazes a Ti mesmo Deus”. Quer dizer, os fariseus entendiam (não que Jesus fosse criado) que Jesus estava dizendo que Ele mesmo era Jeová, o Único. Mas na TNM, eles falseiam este versículo de duas formas:
1 – Traduzindo como “um deus”, sendo que no grego original não existe “um” (gr. on poieio seauton Teon – “te fazes a Ti mesmo Deus”); e
2 – Colocam o “deus” aqui com “d” minúsculo, como se fosse um deus qualquer. Só que o grego se refere ao Deus Único, Jeová]
Infelizmente, eles ainda tentam mostrar que Ex. 3.14 na Septuaginta, o hebraico para “EU SOU” não é dado como ego eimi, mas como ego eimi ho ohn, que significa “eu Sou O Ser” (em português eles traduziram com a estranha tradução de “mostrarei ser o que eu mostrar ser”, o que não corresponde ao hebraico original). Esta nota de rodapé é um clássico exemplo de como as Testemunhas gostam de mudar de mudar de assunto para não serem desmascaradas com os versículos que desaprovam suas idéias. O problema é que em Ap. 1:8, sua própria tradução mostra que quem fala é “Jeová Deus” e nos versículos 12 e 17-18 diz que ele estava morto mas agora estava vivo. Ele repete isto em 2:8, e novamente em 22:12-16. Então o “Alfa e Ômega, o Primeiro e o Último, o Começo e o Fim” é o Jeová de Isaías e também é o Jesus de João. Quer dizer, o Jesus é Jeová.
[N. do T.: Em Ap. 1.17, Jesus se apresenta: “Eu Sou o Primeiro e o Último, o Vivente” – em grego: ego eimi o protov kai o escatov kai o zon. Em Is. 44.6 Deus (Jeová) diz o mesmo (só que sem o Vivente) ainda acrescentando que além Dele não há Deus (como as TJ insistem que Jesus é um “deus” pequeno sendo que Deus não vê outro além dele?). E há ainda mais lugares onde Deus fala a mesma coisa que Jesus: Is. 41:4 44:6 48:12. Só um pode falar que é “o primeiro e o último”, Jeová. Se Jesus se refere a si mesmo desta forma, Ele é Deus]
A única conclusão que pode ser tirada destas considerações é que o Verbo é eterno. Então a Sociedade é um falso profeta que não presta muita atenção ao texto grego.
X. Alguns versículos para apoiá-lo que talvez não irá usar…
Há muitos outros versículos que diretamente ensinam ou pelo menos implicam a Divindade de Cristo. Vários estudos sobre isto foram feitos nos últimos duzentos anos de teologia ortodoxa. Excelentes estudos como os de B.B. Warfield – The
Lord of Glory (1907) e as palestras de Henry P. Liddon Bampton em 1860, The Divinity of Our Lord And Savior Jesus Christ foram reimpressos atualmente, assim como as obras de David Wells – The Person of Christ (1984), ou Oscar Cullmann – The Christology of the New Testament (1959).
Todos os estudos teológicos ortodoxos sobre a Trindade contêm alguma coisa sobre a Divindade de Cristo. Veja as páginas 257-270 de Teologia Integrativa, Vol I, de Lewis e Demarest ou as páginas 382-387 da Teologia Sistemática de Hodge, Vol II, com o material cuidadosamente organizado de Edward H. Bickersteth, The Trinity. Este último livro foi usado nos estudos anti-arianos na Igreja da Inglaterra no séc. XVIII e talvez seja a melhor obra sobre a evidência bíblica sobre a Trindade.
Bickersteth fez uma ampla apresentação da Trindade neste livro, com muitos textos e gráficos, mostrando a Trindade em ambos so Testamentos. Foi impresso por Kregel desde 1957, e deveria ser lido por todos aqueles que queiram ter uma conversa de verdade com uma Testemunha.
Neste livro ele explica versículos como Zc. 12:10 (Jo. 19:23 e Ap. 1:7), Ap. 1:7-8, Zc. 14:2-5, Is. 9:6, Hb. 2:14, IITm. 3:16, 1 Jo.1:1-3, Rm. 1:2-5 e muitos outros em que Jesus mostra Sua divindade. As muitas passagens do Antigo Testamento que se refere a Jeová (como Is. 45:21-23), são aplicadas a Jesus pelos escritores do Novo Testamento com pouca ou nenhuma explicação. Bickersteth explica tudo isso. Nós só vamos examinar dois versículos.
Isaías 9:6
Este versículo mostra que “porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”. Este versículo é muito ensinado para se fala da Encarnação. O título “Deus Forte” é literalmente El Gibbor onde El significa Deus e gibbor é usado como um adjetivo, “Forte”. Mas esta palavra também significa “homem” em hebraico, e significa um homem poderoso de guerra. É usado aos trinta soldados que formavam a guarda pessoal do rei Davi. Omitir a idéia de homem desta palavra é diminuir seu sentido. O título significa literalmente “O Poderoso Deus-Homem”.
Aqui nós temos em um título a idéia expressa na primeira parte do versículo que uma Criança humana nos nasceu, que seria o Filho divino. Neste versículo está maravilhosamente mostrado a plena humanidade e divindade de Cristo. O Filho é Eterno e não “nasceu” e a natureza humana do bebê não foi “dada” no mesmo sentido, já que já estava presente na história na natureza de sua mãe Maria. É afinal de contas Isaías que prediz o nascimento pela Virgem em 7:14.
O título “Pai da Eternidade” pode causar um problema no princípio; como o Filho pode ser identificado como o Pai? Isto não acabaria com a distinção entre estas duas Pessoas da Trindade? A solução vem quando lembramos que na linguagem hebraica o Criador de alguma coisa pode ser chamado seu “pai”. Os árabes chamam de “pai dos problemas” quem passa por alguma dificuldade, da mesma maneira que o que Saddam Hussein chamou a “mãe de todas as batalhas” se mostrou ser a “mãe de todas as derrotas”.
Em Hb.1:1-2 Deus “fez o mundo” por Seu Filho (TNM, “o sistema de coisas”.) O termo aqui para mundo aqui não é kosmos que significa o Universo ordenado, mas aion (no plural), significando o fluxo temporal das “eras”. Já que Ele fez as eras, pode-se dizer que Ele é o Pai das Eras, e esta é a melhor tradução para o olam Ab em Is. 9:6. Assim, Jesus é o “Pai da Eternidade” porque ele precede o tempo, como João diz em Jo. 1:1-3. Deste modo o Messias se tornará como o rei Davi, o “Príncipe da Paz”. Seja “Pai das Eras” ou “Pai da Eternidade”, o título mostra a Divindade de Jesus.
Isaías 41:4, 44:6, e 48:12
Estes versículos mostram Jeová como “o Primeiro e o Último”, o Criador da criação. As Testemunhas de Jeová não tem como negar que estes títulos falam de Jeová.
O título “eu sou”, com que Deus se apresenta a Moisés e para o faraó em Ex. 3:13-15, se refere à eternidade da natureza divina. Ao contrário da limitação dos deuses egípcios, o EU SOU está acima do tempo, depois de ter criado o tempo e tudo mais. Este Nome reaparece no resto do Antigo Testemanto, sendo parte do Nome Jeová (ou Yahweh). Nestes versículos de Isaías, o “Eu Sou” se refere ao Presente divino, “o Primeiro” se refere a passado da eternidade e “o Último” se refere ao futuro da eternidade. Não ficamos surpresos ao ver Jesus Cristo descrito da mesma maneira como “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e sempre” em Hb. 13:8, enquanto em 1:8, o Pai diz do Filho: “Teu trono, ó Deus, é para sempre e sempre”. Este versículo no Sl. 45:6-7 se refere ao rei messiânico.
[N. do T.: em hebraico, o Sl. 45.6 lê literalmente: “kicce’‘elohiym ‘owlam ‘ad shebet miyshowr shebet malkuwth”. A TNM falsifica este versículo de forma horrenda, principalmente para deixar de fazer Hb. 1.8 falar de Jesus como Deus. Eles traduzem “Deus é o teu trono”. Mas isto não é apoiado por nenhuma tradução em português. A única intenção deles aqui é deixar de falar que Jesus Cristo é Deus]
O problema para a Sociedade aparece quando este título é usado por João em Apocalipse 1:8 e 17-18. Em Ap.1:8 “O Senhor Deus” se chama o “Todo-poderoso” e diz “eu sou o Alfa e o Ômega”, transmudando a imagem do tempo na primeira e última letra do alfabeto grego. João se virou para ver a voz que estava falando com ele e ele vê alguém “como um filho de homem”. Esta Pessoa humana é descrita nos vv. 12-16, “E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto”. O Homem fala com ele e diz: “eu sou o Primeiro e o Último” e lhe mostra que ele é o mesmo do v. 8. Ele diz “fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre”. Isto resolve a questão de quem é que fala. João o chama de “Jesus Cristo, a testemunha fiel, o Primogênito dos mortos” em 1:5, e aqui ele diz que ele estava morto e ressuciotu. Mas isto significa que João aplicou os títulos divinos de Jeová diretamente de Isaías para Jesus.
João faz a mesma coisa no v. 7, quando ele cita de Daniel 7:13, se referindo ao “Filho do Homem” que vem nas nuvens,
e Zc.12:10 onde Jeová diz que “eles olharão para mim quem que eles perfuraram, e eles lamentarão por Ele “. João já aplicou esta frase para Jesus em 19:37 mudando “eles olharão para mim” a “olharão para aquele que traspassaram”. Aqui em Ap. 1:7 as tribos da terra se lamentam sobre Aquele que “traspassaram” que então se identifica como Jeová no v. 8. No final do livro de Apocalipse, “Eu, Jesus” diz “sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último, o começo e o fim”. Não há dúivida que quem está falando aqui é o mesmo dos vv.12-13 porque ele se identifica como “Jesus” no v. 16.
Não há como negar o uso de João destes títulos divinos de Isaías. João acreditou na doutrina ortodoxa da Encarnação, de forma que Jesus num momento poderia ser chamado de Filho do Homem (um menino nos nasceu) em 1:4, e num outro é chamado de Filho de Deus (um Filho se nos deu) em 2:18. Ambos se referem ao Homem entre os candelabros, quem João chama de Senhor Deus Todo-Poderoso no v. 8 que morreu e ressucitou no v. 18.
Em 451 d.C., o Concílio de Calcedônia resumiu este ensinamento dizendo que há “duas naturezas” na “Pessoa” do Filho encarnado.
XI. Conclusão
A evidência bíblica para a Divindade de Cristo – que Ele era Jeová encarnado – é muita. Só uma pessoa escravizada às bases racionalistas da filosofia grega não vai querer acreditar nisto. Tem tanta prova da divindade de Jesus na Bíblia como há sal no mar. Pode-se achar sal no mar de dois modos: bebendo água do mar em qualquer parte ou vermos o sal cristalizado pela evaporação nas bordas das piscinas. A Divindade do Messias está em todo lugar na Bíblia, mas alguns versículos são mais claros que outros.
É a oração do autor que este estudo sirva como poderosa estratégia para conversar com as Testemunhas e ajudá-las a ver que Jesus é Deus porque “eu sou Deus, e há nenhum outro” (Is. 46:9).
Para saber mais
Há muitos bons livros para se debater com os TJ (em inglês) como no site Books-A-Million.
Talvez o melhor livro sobre a história e doutrina das Testemunhas de Jeová é Jehovah of The Watchtower (1974), de Walter Martin e Norman Klann. Muitas Testemunhas abandonaram a Sociedade depois de ler este livro.
Fred Franz foi por muitos anos presidente da organização das Testemunhas de Jeová, e Raymond Franz, que foi seu sobrinho, atuou or muitos anos no corpo administrativo. De fato, ele foi o principal autor e editor do dicionário bíblico da Sociedade e do livro Ajuda ao Entendimento da Bíblia. Quando Raymond Franz percebeu que as falsas tentativas da Sociedade de datar a Segunda Vinda estavam baseadas em idéias enganadoras sobre a queda de Jerusalém (falsamente datada em 606 a.C.), tentou criticar este cálculo, mas foi expulso da organização. Ele escreveu uma grande crítica das falhas da Sociedade e um grande livro, Crise de Consciência (1983). Neste livro ele devasta a Sociedade e expõe suas falsidades. A Sociedade nunca respondeu às acusações deste livro.
Jesus is Jeová: How to Witness to Jeová’s Witnesses About The Deity of Christ (Jesus é Jeová: Como Testemunhar às
Testemunhas de Jeová Sobre a Divindade de Cristo) © Janeiro 1996 R. K. McGregor Wright, Ph.D. para Aquila and Priscilla
Study Center.
Fonte: www.dtl.org