Por: Rich Deem
Tradução: Lílian Berlandi do Valle
Esta é a primeira parte de uma introdução de duas partes à evidência para a crença no Deus do Cristianismo. Esta primeira parte considera o que as pessoas crêem e porquê. O ponto principal é que nós devemos considerar a possibilidade de que nossas crenças estão erradas, para que examinemos de forma realista as evidências que contrariam nossas crenças. Esse princípio se aplica tanto para crentes como para céticos. Particularmente, tenho crescido como um ateu agnóstico (aquele que não acredita em Deus, mas não declara que nenhum deus existe), eu passei por algumas mudanças de paradigma quando adulto. A primeira ocorreu quando era um estudante na USC no começo dos anos 1970, quando passei do ateísmo para o deísmo (uma crença de que um deus criou o universo), como resultado da minha percepção de que a ciência falhou miseravelmente na sua explicação da origem do universo e da origem da vida na Terra. Minha segunda, mais difícil mudança de paradigma ocorreu no final dos anos 1980, quando determinei que Jesus Cristo era o Deus que criou o universo e a vida nele. Se você está pronto para considerar a possibilidade de que suas crenças podem estar erradas, e olhar diretamente para as evidências, sinta-se livre para pular para a parte 2 . Entretanto, eu sinto que é importante para céticos reconhecer que nem todas as suas crenças são baseadas em evidências físicas, e até não são condizentes com sua visão de mundo.
Os céticos tem crenças?
A maioria dos céticos tem orgulho na sua habilidade intelectual e gostam de pensar que não tem “crenças”. Entretanto, a ciência moderna tem nos mostrado que todo mundo tem crenças, já que é assim que nosso cérebro funciona. Uma boa introdução a esse campo pode ser encontrada no livro de Andrew Newberg, Why We Believe What We Believe: Uncovering Our Biological Need for Meaning, Spirituality, and Truth (Porque acreditamos no que acreditamos: Descobrindo Nossa Necessidade Biológica de Significado, Espiritualidade, e Verdade). Embora gostemos de pensar que tudo o que acreditamos é baseado em evidência e lógica, isso simplesmente não é verdade. Na verdade, nos tornamos apegados emocionalmente a nossa visão de mundo, tanto que mudanças de visão de mundo ocorrem raramente, se ocorrem. Como eu estou pedindo que você considere mudar sua visão de mundo, vou pedir que você jogue fora o seu apego emocional a sua visão e considere a evidência, separando-a de apegos emocionais.
A visão de mundo cética
Antes de começarmos, precisamos concordar em alguns princípios que governam (ou deveriam governar) uma visão de mundo cética. O primeiro e mais forte é que todas as crenças são baseadas em evidências observáveis. Diferente dos teístas, que baseiam algumas de suas crenças em escritos religiosos, céticos devem se apoiar completamente sobre evidência física. O segundo princípio é que céticos devem ser logicamente condizentes sempre. Em outras palavras, o cético não pode acreditar que algo seja verdade se é contradito por evidência observável. A maioria dos céticos que são ateus acreditam que todo fenômeno tem causas naturaus. Essa crença é baseada na observação de nosso mundo no qual causa e efeito são observados diariamente, com poucas exceções, se alguma. É preciso perguntar “Só porque causa e efeito operam sobremaneira no nosso universo, isso quer dizer que eventos sobrenaturais nunca ocorrem?” Até na Bíblia, que declara ser um registro das ações sobrenaturais de Deus, mais de 90% do que é descrito é puramente natural. Assim, até mesmo a Bíblia reconhece que a maioria dos eventos que ocorrem no universo tem uma causa natural. Entretanto, aquele que insiste que eventos sobrenaturais nunca ocorrem está expressando uma crença que nunca pode ser completamente confirmada. Para ser verdadeiramente “cabeça-aberta”, é preciso reconhecer a possibilidade de que eventos sobrenaturais ocorrem sim.
Problema com a visão de mundo cética
Deixe-me mostrar um problema maior com a visão de mundo cética para fazê-lo ver que nem todos os dados se ajustam a sua visão de mundo. O dados que vamos examinar é a origem do universo. Antes do séc. XX, os ateus afirmavam que o universo era eterno. Porém, com a teoria da relatividade geral de Einstein e as evidências de observação, ficou aparente que o universo estava se expandindo. Extrapolando-se de volta no tempo, mostravam que o universo tinha bilhões de anos. Os dados levaram até o Big Bang, que é a teoria aceita pela maioria dos cosmologistas. As tentativas para evitar a idéia de que o universo teve um começo encontraram várias dificuldades. A idéia que o universo pudesse ter passado por um número infinito de nascimentos e mortes (a teoria de universo oscilante) foi demonstrada ser falsa em base da falta de quantidade de matéria dentro do universo, e o fato que qualquer colapso teria levado ao “Big Chunch” em vez de outro Big Bang. Assim, nós viemos a perceber que o universo começou a existir 13.7 bilhões anos atrás. Os ateus ficam com um dilema, já que sua visão de mundo requer que todas as coisas que começam a existir têm que ter uma causa. Assim, a lógica requer a admissão de que o universo teve uma causa. Virtualmente todos ateus dizem que esta causa foi algum fenômeno natural. Também é possível que a causa do universo seja uma inteligência sobrenatural (i.e., Deus). Porém, não há nenhuma evidência direta comprovando qualquer crença. Aqueles que são “ateus fortes” (não pensando superficialmente, mas tendo uma crença que nenhum deus existe) violam uma das principais regras do ateísmo – que todas as crenças são baseadas em evidência. Assim, qualquer ateu que nega a possível existência de Deus viola sua própria visão de mundo.
O problema na verdade fica pior para o ateu. As leis físicas do universo incluem-se dentro do alcance muito estreito para que vida (ou até mesmo a matéria) exista, desígnio (a evidência que apóia esta declaração será apresentada na parte 2). Se é verdade, então as evidências na verdade apóiam a existência de Deus e contradizem o ateísmo forte. A esperança de encontrar uma causa natural para a origem do universo é desanimadora, pois as leis físicas indicam que nós nunca seremos capaz de fugir das fronteiras de nosso universo para tenta procurar a causa do universo.
Introdução Geral para não-Crentes, Parte 2: Evidência para a crença em Deus
CONCLUSÃO
Um cético ou ateu é governado por dois princípios básicos;
1) todas as crenças devem ser apoiadas por evidência observável;
2) crenças que contradizem evidência observável não podem ser toleradas.
Entretanto, ateísmo convicto dita que não há deus, mesmo sendo que evidências observáveis indicam que o universo tem uma causa que não pode ser detectada por observação. Assim, apesar da falta de evidência observável para uma causa natural para existência do universo, o ateu convicto acredita que o universo tem uma causa natural e que não há deus, contradizendo o dogma de que todas as crenças devem ser baseadas em evidência observável.