Hoje é o Dia da Proclamação da República, mas o que temos a comemorar? Ah, sim, lembrei… nos livramos do rei Dom Pedro II, certo?
Então um pouquinho de História para os que pensam que o Brasil se deu muito bem com essa troca.
Se na época do império quem minerava o ouro deveria pagar 1/5 para a Coroa Portuguesa,hoje, de acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, a carga tributária brasileira chega a quase 40% do PIB, ou praticamente dois quintos de nossa produção. Assim, a carga tributária que nos aflige é de praticamente o dobro daquela exigida por Portugal à época da Inconfidência Mineira, o que significa que pagamos hoje literalmente “dois quintos dos infernos”.
Dom Pedro II, o que rei que foi deposto e expulso do país, após um golpe militar do qual o povo não tomou parte e que foi feito por pura sede de poder, governou o Brasil por 49 anos e nos últimos anos de seu governo era sorrateiramente atacado pela imprensa marrom, que manipulava a opinião pública.
Ainda hoje, Dom Pedro II é um dos políticos mais admirados do cenário nacional, e é lembrado pela defesa à integridade da nação, ao incentivo à educação e cultura, pela defesa à abolição da escravidão e pela diplomacia e relações com personalidades internacionais, sendo considerado um príncipe filósofo por Lamartine, um neto de Marco Aurélio por Victor Hugo e um homem de ciência por Louis Pasteur e ganhando a admiração de pensadores como Charles Darwin, Richard Wagner, Henry Wadsworth Longfellow e Friedrich Nietzsche. Durante todo a sua administração como imperador, o Brasil viveu um período de estabilidade e desenvolvimento econômico e grande valorização da cultura, além de utilizar o patriotismo como força de defesa à integridade nacional. Apesar de, muitas vezes, demonstrar certo desgosto pelas intensas atividades políticas, o último imperador do Brasil construiu em torno de si uma aura de simpatia e confiança entre os brasileiros.
Dom Pedro II amava tanto o Brasil, que pouco antes de morrer, no exílio, na França, ele pediu para que colocassem um pouco de terra do Brasil em seu caixão (não consigo imaginar nenhum político brasileiro com tal patriotismo).
A foto que você vê abaixo é dos sobreviventes do massacre de Canudos, cometido durante a… REPÚBLICA! Isso mesmo. Canudos era uma comunidade pacífica de sertanejos pobres que ali tentavam sobreviver e, logicamente, não pagavam impostos.
O governo da República recém-instaurada precisava de dinheiro para materializar seus planos, e só se fazia presente no Sertão pela cobrança de impostos. A escravidão havia acabado poucos anos antes no país, e pelas estradas e sertões, grupos de ex-escravos vagavam, excluídos do acesso à terra e com reduzidas oportunidades de trabalho. Assim como os caboclos sertanejos, essa gente paupérrima agrupou-se em torno do discurso do peregrino Antônio Conselheiro, acreditando que ele poderia libertá-los da situação de extrema pobreza.
O exército brasileiro exterminou essa comunidade, inclusive mulheres e crianças. Esta é a foto de quem sobrou. Não se tem notícia de que tamanha chacina tenha sido cometida no governo de Dom Pedro II, o tal do qual nos livramos para agora “celebrarmos” a república. Eh! Viva!
Honestamente? Eu não tenho nada a comemorar. Principalmente quando olho pra Brasília e vejo corrupção, políticos como José Dirceu em meio a tantos outros saindo ilesos de seus crimes contra a nação, colocando NOSSO dinheiro na Suíça, como fez Maluf, que é procurado pela Interpol, e tantos outros.
Se antes tínhamos apenas uma família real, hoje temos centenas de deputados e senadores que não amam o Brasil, nem os brasileiros, somente a si próprios, que jogam milhões de nossa fortuna pelo ralo e sugam a nossa força de trabalho, como sanguessugas traiçoeiras, a pior raça que poderíamos imaginar para o governo do nosso querido Brasil.
Dia da Proclamação da República? Pra mim está mais pra Dia de Finados.
Por Adriana Polari