Aqueles que querem criar uma ligação entre os nazistas e o cristianismo, por vezes citam discursos de Hitler onde ele se refere a Deus ou o Todo-Poderoso ou Providência. Mas o Deus que ele fala não é o Deus cristão. Isto pode ser visto no estilo em que ele invocou Deus ou Providência:
“Essa intercessão era geralmente oferecida na forma de um ultimato velado no sentido de que o Estado nazista … esperava que o Todo-Poderoso fizesse o seu dever germânico” (p. 9).
Esta citação está no livro “A suástica contra a cruz: a guerra nazista contra o cristianismo”, de Bruce Walker, que devasta as alegações de muitos ateístas contra o cristianismo, tentando usar os discursos de Hitler para fazê-lo parecer um “cristão devoto”. Nada mais do que puro ledo e engano. Nos discursos alemães, “Deus” passou a significar o que quer que qualquer orador quisesse dizer.
Os nazistas viam seu próprio movimento como uma religião distinta e incompatível com o cristianismo. Os ensinamentos de Jesus no Sermão da Montanha foi dito ser “uma ética para covardes e idiotas” (p. 17). “Ensinando, como fez, preceitos de misericórdia, ele [Hitler] zombou do cristianismo como sendo efeminado e completamente incompatível com seus planos de guerra que exigia, em seu esquema, um povo viril de alemães insuscetíveis com a ética e compaixão” (p. 25). Eles escreveram livros como Por que não mais o cristianismo, O Mito do Século XX e Jesus nunca viveu, que foram preenchidos com propaganda contra o cristianismo que quase se igualou com a propaganda contra os judeus (pp. 17-21).
Enquanto os nazistas mantinham o nome de cristianismo para sua religião do Estado, na verdade foi despojado de suas crenças centrais. O Ministro da Religião do Terceiro Reich fez a declaração: “O Credo dos Apóstolos não é mais a afirmação do cristianismo. Agora surgiu uma nova autoridade sobre o que realmente Cristo e o cristianismo são. Esta nova autoridade é Adolph Hitler” (p. 20). Filhos de nazistas foram ensinados a orar a Hitler em vez de Jesus. Uma espécie de serviço batismal foi criado para as crianças, batizando-as não-los em nome de Cristo, mas “como novas herdeiras para a “cadeia ancestral” e deviam guardar seu sangue “para os descendentes dos mil anos do Reich – pois Deus é puro sangue” (pp. 22-23)! O próprio Hitler alegou ser “um pagão até o osso” (p. 26).
Um dos motivos pelos quais os nazistas odiavam tanto o cristianismo era porque este unia povos de todas as raças, o que era completamente contrário ao seu objetivo de segregação das “raças inferiores” da raças “pura” ariana (p. 27). Hitler esperava aplicar a teoria da seleção natural para a fabricação de uma raça superior da humanidade e por isso teve repudiar a afirmação cristã de que todos os seres humanos têm igual valor.
Por: Lita Cosner, B.A., M.A.
Tradução: Emerson de Oliveira