Todos nós reconhecemos o fato de que vivemos em um mundo ‘menos do que perfeito’. Todos nós reconhecemos que o mal moral e natural são abundantes. Todos nós entendemos o que significa testemunhar (ou pessoalmente experimentar) estes tipos de mal. Vivemos em um mundo que está cheio de crime, pobreza, doenças e desastres naturais. E enquanto podemos falar sobre o mal natural e o mal moral de forma analítica, no final da contas precisamos tratar a maneira em que experimentamos isto. O mal apresenta-se à nós individualmente por meio de experiências de ‘dor’ e ‘sofrimento’.
Todos nós já experimentamos algum tipo de dor; todos nós sofremos de alguma forma em um momento ou outro. Teístas e ateus igualmente têm que explicar o fato de que o mundo está cheio de dor e sofrimento, e os ateus muitas vezes veem a existência da dor e sofrimento como evidência de que Deus simplesmente não existe. O argumento deles é algo assim:
- Se existe um Deus, Ele é, por definição, todo poderoso e todo amoroso. Em outras palavras, se há um Deus, Ele é um Deus ‘bom’.
- Um Deus bom, todo-poderoso e todo amoroso não permitiria que a dor e o sofrimento existissem em Seu mundo criado.
- A dor e o sofrimento EXISTEM em nosso mundo.
- Portanto, um Deus bom, todo poderoso, todo amoroso não existe.
É fácil entender por que os céticos poderiam fazer este tipo de argumento, e é importante para todos nós pensarmos nas questões e ver se este argumento é realmente verdadeiro. Por que um Deus bom permitiria dor e sofrimento? Não criaria um Deus bom um mundo no qual a Sua criação experimentaria nada além do conforto, amor e gratificação imediata? Não desejaria um Deus bom eliminar a dor e o sofrimento? Precisamos responder estas perguntas, e ao procurarmos profundamente por estas respostas, poderemos descobrir algumas falácias que estão inibindo a nossa compreensão do papel da ‘dor’ e ‘sofrimento’. Vamos analisar estas falácias e ver se é possível para um Deus bom, todo-poderoso e todo-amoroso criar um mundo em que a dor e o sofrimento são uma parte importante de Sua criação amada…
A Falácia do ‘Conforto’
Vamos começar com uma pergunta simples: “É possível que um Deus bom pode não entender ‘conforto’ no mesmo apreço que nós, humanos, entendemos?” Em outras palavras, é possível que o conforto não seja tudo aquilo que pensamos que seja? Pense nisto por um minuto. Você e eu sabemos que muitas vezes que BUSCAMOS a dor em um esforço para alcançar algum bem maior. Deixe-me dar-lhe um exemplo. Você já ficou dolorido depois de um bom exercício? Você já exerceu e sentiu a dor dos músculos que foram esticados e estes foram exigidos a fazer mais do que normalmente podem fazer? Sabemos que a dor deste tipo é um indicador de que temos exercitado bem e que este exercício irá, eventualmente, produzir um melhor nível de aptidão! Você já exercitou SEM ficar dolorido depois? Quando isto acontece, você não pondera se tem esforçando-se o bastante? Assim, reconhecemos que a dor é muitas vezes algo que estamos dispostos a suportar a fim de alcançar um objetivo maior. Claro, nós poderíamos permanecer no conforto, mas nos encontramos antecipando a dor de um bom exercício. A dor na verdade torna-se uma fonte de prazer!
Existe um senso entre os céticos de que um bom Deus estaria mais interessado em nosso conforto do que qualquer outra coisa. Para pessoas assim, o desconforto na verdade é uma prova de que Deus não existe. Mas arrazoe sobre esta ideia por um minuto; estamos realmente preparados para dizer que um Deus ‘bom’ se preocupa mais com o nosso conforto do que o nosso caráter? E se um Deus bom, por definição, deveria se preocupar mais com o nosso caráter do que o nosso conforto, não é razoável que este mesmo Deus possa usar a dor de desenvolver este caráter?
Não é razoável que este Deus bom pode valorizar a dor que eventualmente produz algo desejável? Consequentemente, este é exatamente o tipo de Deus que nós, como Cristãos, acreditamos que existe. Os Cristãos entendem que Deus pode usar a dor e o sofrimento para realizar algo maravilhoso. O sofrimento permite-nos demonstrar amor e compaixão, e desenvolve um caráter que é maduro e duradouro:
Romanos 5:3-4
E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, E a paciência a experiência, e a experiência a esperança.
Tiago 5:10-11
Meus irmãos, tomai por exemplo de aflição e paciência os profetas que falaram em nome do Senhor. Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso.
1 Pedro 5:10
E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará, fortificará e fortalecerá.
Então, os Cristãos não afirmam que a existência de Deus exclui a existência da dor e sofrimento. Em vez disso, os Cristãos sempre afirmaram que Deus usa a dor e o sofrimento para realizar um bem maior. O conforto nunca foi este bem maior; o objetivo de Deus sempre tem sido mais focado na questão do caráter.
A conclusão: Um Deus bom dar valor ao caráter mais do que o conforto. O caráter é frequentemente melhor desenvolvido como resultado da nossa experiência de dor e sofrimento. Deus, portanto, permite algum nível de dor e sofrimento para desenvolver o nosso caráter.
A Falácia do ‘Amor’
Agora, vamos fazer outra pergunta: “Podemos realmente chamar Deus, que usa a dor para desenvolver o nosso caráter, de ‘amor’?”. Em outras palavras, pode um Deus amoroso justificadamente permitir a inflição da dor, independentemente de se haver ou não um bem maior como resultado no futuro? Para responder a esta pergunta, precisamos realmente compreender o caráter de Deus relacionado com a questão de ‘amor’. A Bíblia frequentemente descreve Deus como ‘amor’; a escritura também descreve a natureza de Deus como o equilíbrio perfeito da misericórdia e da justiça. O amor pode, portanto, ser descrito como a combinação perfeita de misericórdia e justiça. Esta definição pode parecer estranha para um mundo que vê o amor como a resposta emocional simples da misericórdia somente. Mas se pretendemos compreender o papel da dor e sofrimento em nosso mundo, precisaremos em primeiramente de entender a natureza equilibrada do amor de Deus.
Os céticos podem argumentar que o bom caráter pode ser alcançado por um Deus amoroso sem nunca ter que usar a dor ou sofrimento. Eles certamente argumentariam que a ideia de um Deus amoroso é inconsistente com o Seu uso de dor mental ou fisiológica. A visão deles de um Deus ‘amoroso’ espera que um Deus como este nunca disciplinaria os seres humanos com punição positiva, mas, ao invés, estimularia os seres humanos em direção ao comportamento e caráter correto através do reforço positivo somente. Eles podem oferecer o exemplo do dono do cachorro que está tentando ensinar o seu cachorro a fazer suas necessidades. Se tal dono fosse bater no cachorro dele todas as vezes que este não fizesse o que ele quisesse, considerá-lo-íamos um dono ‘amoroso’? Não considerá-lo-íamos um dono mais amoroso se ele desse ao cachorro um biscoito todas as vezes este usasse o quintal apropriadamente? Semelhantemente, um Deus amoroso encorajaria e estimularia os humanos através do prazer ao invés de disciplinar os humanos por meio da dor, não é?
Bem, vamos analisar a natureza do amor mais uma vez, e desta vez, vamos relacioná-la com a nossa própria experiência. Se você for um pai ou mãe (ou já teve um dos pais), você sabe que o reforço positivo (misericórdia) por si só simplesmente não é suficiente para mudar o comportamento das crianças. Todos nós concordaríamos que crianças comportam-se de maneiras que são ambos aceitáveis e inaceitáveis. Os pais geralmente recompensam comportamentos aceitáveis na tentativa de incentivá-los. Mas quando os pais falham em punir um comportamento inaceitável, eles estão, em essência, incentivando este comportamento ruim também. A maioria de nós que já foram pais reconhece que simplesmente não é suficiente para recompensar o que é aceitável. Deixar de punir o que é inaceitável é na verdade uma recompensa em si mesmo.
Quando os criminosos ficam na frente de um juiz, tendo sido julgados culpado de um crime, a justiça exige não somente que eles não serão recompensado, mas que eles sofrerão uma punição apropriada. Se o juiz falhar em ser justo em relação àqueles que tenham cometido um crime, ele falha em amar aqueles que foram vitimizadas. O amor requer o equilíbrio de misericórdia e justiça, e a dor é frequentemente aplicada para o benefício amoroso do objeto de nosso amor. Semelhantemente, Deus frequentemente demonstra a Sua natureza amorosa (Sua misericórdia, fidelidade, justiça e poder) em meio às circunstâncias dolorosas:
João 9:1-3
E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.
Além disto, nós, como filhos de Deus, somos muitas vezes conformados ao caráter de Deus através da dor e sofrimento:
2 Coríntios 12:7
E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar.
Salmo 119:71
Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos.
Hebreus 5:8
Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.
Então, os cristãos têm uma visão bem equilibrada do ‘amor’ que permite a existência da dor e sofrimento. A cosmovisão Bíblica não exclui a existência de Deus com base simplesmente na existência de tal dor e sofrimento, porque entende que a natureza do ‘amor’ inclui a necessidade de justiça.
A conclusão: Um Deus amoroso demonstra o equilíbrio perfeito entre a misericórdia e justiça. A justiça muitas vezes requer a inflição da dor e sofrimento para alcançar um bem maior. Deus, portanto, permite algum nível de dor e sofrimento, a fim de manter o caráter justo do ‘amor’.
A Falácia da ‘Satisfação Imediata’
Vamos fazer uma última pergunta: “Por que um Deus bom e todo-amoroso criaria um mundo em que as pessoas sofrem e morrem em dor não resolvida, ao invés de viver sem dor?” Em outras palavras, por que um bom Deus nos permitiria sofrer ou morrer injustamente, sem a resolução (ou satisfação) da nossa dor ou sofrimento? Muitas pessoas sofrem de doença ou como resultado de uma catástrofe, e continuam a sofrer (ou até mesmo morrer) antes que possam ser curados ou antes que a sua situação possa ser revertida. Como pode um Deus bom permitir tal sofrimento não resolvido? Não permitiria um Deus bom que o nosso senso de misericórdia e justiça fosse satisfeito antes de morrermos? Precisamos lidar com o fato de que muitas pessoas sofrem muita dor e NUNCA experimentaram alívio terreno. Se o Deus Bíblico realmente existe, precisamos entender a natureza da “satisfação Bíblica”.
Se os ateus estiverem corretos, nós humanos temos uma vida útil muito curta. Vivemos aproximadamente 80 anos de idade e depois morremos em um estado de fragilidade e decadência. Se os ateus estiverem certos, gastamos cerca de 80 anos vivendo em um mundo em que a dor e sofrimento muitas vezes parecem completamente injustificado e injusto; 80 anos de lenta decadência em que muitas vezes sentimos crescente dor , crescente decepção e crescente sofrimento. Do ponto de vista ateísta, a vida é um passeio curto e brutal, cheio de dor não resolvida. É compreensível que a cosmovisão ateísta relacionada à natureza da existência humana descreve a nossa existência mortal como uma experiência dura e muitas vezes sem amor. Um mundo ateísta é verdadeiramente inconsistente com a existência de Deus.
Mas e se a visão ateísta da existência humana estiver completamente imprecisa? E se a vida humana não for limitada aos 80 anos que passamos aqui na terra? E se os humanos, em vez de viverem por 80 anos mortais, forem, na verdade, IMORTAIS pela sua própria natureza? Faria isto uma diferença na forma como entendemos a natureza da dor e sofrimento assim como a experimentamos nos primeiros 80 anos? Pode ser. Deixe-me dar-lhe um exemplo por meio de uma ilustração.
Vamos imaginar a vida de uma moça (chamada Brittney), que acabou de comprar seu primeiro carro, e vamos congelar a sua história em três locais específicos para avaliar o papel da dor e sofrimento em sua vida. A Brittney compra seu primeiro carro depois de juntar seu dinheiro por muitos meses. Ela não tem uma família rica, então ela compra um carro usado (um Yugo do ano 1990) de um amigo por $1.000,00. O carro roda muito bem e está limpo; ela está tão feliz de tê-lo. No primeiro fim de semana depois de comprar o carro, ela vai até a praia com este, dirigindo-o ao longo da estrada visando a água. Vamos CONGELAR a história de Brittney. A vida é boa para Brittney em relação à dor e sofrimento? Embora a vida não seja necessariamente ótima (ela está, afinal, dirigindo um Yugo de 1990!) teríamos que concordar que, em relação à dor e sofrimento, a vida dela é muito boa. Agora vamos continuar…
Enquanto a Brittney está dirigindo pela praia, ela envolve-se em um acidente de carro. Ela é atingida pelo lado por um adolescente bêbado em um Hummer. O carro dela está completamente destruído e ela está gravemente ferida. Depois do acidente, ela está deitada na cama e os médicos lhe disseram que suas duas pernas estão quebradas. A Brittney precisará MESES de reabilitação se algum dia espera recuperar a vida que ela já teve. A Brittney está com dores terríveis; ela não consegue dormir e mal consegue mover-se. Vamos CONGELAR a história da Brittney mais uma vez. A vida é boa para a Brittney em relação à dor e sofrimento? Não. Neste ponto de sua história a vida está terrível. O corpo da Brittney está aleijado com dor enquanto ela está inocentemente sofrendo a consequência de um acidente que claramente não era culpa dela. O carro dela foi destruído. Se a história terminar aqui, a Brittney teria que dizer que a vida NÃO é boa. Mas há um pouco mais sobre a história da Brittney, então vamos continuar…
Por vários meses após o acidente, Brittney está envolvida em reabilitação intensiva. Ela descobre um senso de determinação e força que ela nunca percebeu que tinha. Ela está mais paciente e determinada do que nunca antes. Seu treinamento de reabilitação resultou em uma recuperação completa. Ela está completamente sem dor. De fato, um ano após o acidente, ela agora está na melhor forma de toda a sua vida. Ela tornou-se uma corredora e goza de um nível de condicionamento até então desconhecido para ela. E além de tudo isso, o seguro dela cobriu a reposição de seu carro destruído. Ela encontrou um ótimo negócio e agora possui um Honda ano de 2005 (uma grande melhoria desde o Yugo!).
Anos após o acidente, a Brittney tem quase esquecido a dor e sofrimento que uma vez experimentou, mas ela continua vivendo com as bênçãos que saíram daquele terrível tempo em sua vida. O acidente parece ser um curto piscar de olhos em comparação com os anos que se seguiram. Vamos CONGELAR a história da Brittney uma última vez. A vida está boa da perspectiva da dor e sofrimento? Sim, a vida da Brittney está boa. Ela passou por muita coisa, mas agora está em melhor condição física do que nunca antes, tem desenvolvido um caráter determinado e serene que ela não tinha anteriormente, e ela está até mesmo dirigindo um carro melhor!
Então, o que tudo isto têm a ver com o nosso entendimento de “gratificação imediata”, a dor e sofrimento? Bem, imagine se a Brittney morresse logo após a segunda estrutura de CONGELAMENTO na história dela. E se ela tivesse morrido naquele acidente de carro? Será que nos sentimos como se Deus tivesse sido justo com ela? Será que duvidaríamos da existência de Deus por causa da maneira que a Brittney experimentou a dor , sofrimento e morte? Creio que sim. Queremos que a vida seja uma história de sucesso. Queremos um final feliz e queremos o melhor que a vida tem para oferecer agora mesmo (imediatamente). Quando vemos pessoas sofrerem sem resolução imediata (e satisfação), começamos a duvidar da existência ou bondade de Deus.
A cosmovisão ateísta nos diz que a história da Brittney termina na segunda estrutura de CONGELAMENTO. A cosmovisão ateísta argumenta que toda a vida é curta e muitas vezes acaba em tragédia ou decadência. A cosmovisão ateísta afirma que a vida termina com a morte e não há nada mais. Esta vida mortal é tudo o que temos. A cosmovisão Cristã, por outro lado, não termina na segunda estrutura de CONGELAMENTO. A cosmovisão Bíblica afirma que toda a vida humana continua após o túmulo. A vida não termina com a morte física; o ponto de nossa morte física é apenas o começo da nossa vida eterna espiritual! Se isto for verdade, estamos simplesmente viajando por esta EXATA existência breve a caminho de uma vida eterna, onde nenhuma dor ou sofrimento possa ser experimentado (se temos confiado em Jesus para nossa salvação):
1 Coríntios 7:29-31
Isto, porém, vos digo, irmãos, que o tempo se abrevia; o que resta é que também os que têm mulheres sejam como se não as tivessem; E os que choram, como se não chorassem; e os que folgam, como se não folgassem; e os que compram, como se não possuíssem; E os que usam deste mundo, como se dele não abusassem, porque a aparência deste mundo passa.
João 17:14, 17
Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.
1 Tessalonicenses 4:13-18
Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.
Hebreus 11:13-16
Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Porque, os que isto dizem, claramente mostram que buscam uma pátria. E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam oportunidade de tornar. Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade.
Então, a cosmovisão Cristã não tem nenhum problema em explicar a existência da dor e sofrimento, não porque seja insensível ou ignorante em relação a existência do sofrimento ao redor do mundo, mas porque tem certeza da verdadeira natureza eterna da existência humana. Os cristãos podem ser pacientes para com a justiça e misericórdia, porque eles sabem que esta vida é muito curta em comparação com a eternidade. Os cristãos sabem que qualquer dor e sofrimento que possamos experimentar nesta vida mortal serão como um piscar de olhos em comparação com a eternidade.
A conclusão: Um Deus amoroso providencia aos humanos com uma existência além do túmulo. Toda felicidade, amor, misericórdia e a justiça não precisam ser satisfeitos imediatamente nesta vida, porque todos esses desejos serão satisfeitos na eternidade. Deus, portanto, permite algum nível de dor e sofrimento porque ele sabe (e tem comunicado) a passageira e curta natureza de nossa experiência mortal.
Então, Como Pode Deus existir?
Então, como pode um Deus todo-poderoso de amor permitir dor e sofrimento? Da mesma forma que um pai amoroso pode permitir que sua criança infantil sofra com a agulha do médico. Imagine um pai trazendo seu bebê ao consultório do médico para uma vacina contra a gripe. Da perspectiva da criança, a vacina é terrivelmente dolorosa e indesejada. A criança não sente-se como se ele ou ela tem feito alguma coisa para merecer isto, e não tem nenhum desejo de sofrer através da experiência. Mas o pai sabe mais, mesmo que a criança simplesmente não pode começar a entender o que está acontecendo. O pai sabe que a dor da injeção irá proteger a criança; isto irá resultar em algo que beneficia a criança. E o pai também sabe que ele está agindo por amor, mesmo que um dia sem dor na perspectiva da criança possa parecer uma abordagem mais amorosa. O pai sabe que o verdadeiro amor muitas vezes exige que ele permita um pouco de dor por parte da criança. E, finalmente, o pai sabe que a dor da injeção está passando em relação à vida da criança. Por todas estas razões, o fato de que o pai permitiu a dor da injeção não nega a sua existência! É completamente razoável supor que um bom pai amoroso pode permitir dor e sofrimento para um destes três motivos, e de forma semelhante, é completamente razoável supor que um Deus amoroso pode permitir dor e sofrimento em nossas próprias vidas.
Por J. Warner Wallace
Tradução: Nathan Cazé
(Does Pain and Suffering Prove There Is No God?)
Fonte: http://www.napec.org/