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A Falácia do My Body, My Rules II (promoção da eutanásia e do suicídio como parte do Direito de Morrer)

f_20489501) Quem defende eutanásia e suicídio tende a pensar no corpo como uma propriedade.

02) Um dos poderes da propriedade é dispor da coisas. E destruir é um dos atos de dispor da coisa, a ponto de ter direito de vida e de morte sobre isso. O que é o suicídio senão o ato de ditar a vida e a morte de si mesmo? Quem faz isso pensa que é Deus e se esquece que é criatura. Não é à toa que é um ato nefasto por si mesmo. Do mesmo modo, é igualmente nefasto dispor da vida de outras pessoas, ainda mais quando estão indefesas e em estado terminal, prestes a morrer.

03) A pessoa que vai se matar deseja dispor da vida e da morte de seu corpo da mesma forma como poderia dispor da vida e da morte de seu semelhante. Se ele não se importa com a própria vida, que dirá com a dos outros? É o pior tipo de assassino que pode haver. Ele olha para si como mais um a ser morto. Ele não se enxerga como um filho amado por Deus, já que Deus não é lembrado, na hora de cogitar essa ideia absurda.

04) O corpo não pode ser visto como propriedade – mas, sim, como morada da alma.

05) A propriedade é perpétua e admite sucessão. Nós não somos eternos e outra alma não pode assumir o corpo no meu lugar. Além disso, não somos onipotentes, pois ressurreição é prerrogativa de Cristo, pois Ele foi concebido sem pecado.

06) Como nós, que somos marcados pelo vício do pecado original, podemos usurpar uma prerrogativa que compete a Ele? Quem encara o corpo como propriedade certamente pensa que é algum tipo de Deus ou faz isso porque não tem Deus no coração – tercium non datur.

07) O suicida, uma vez munido dessa falsa compreensão, só não é punido por seu crime por única uma razão: a vítima e o agressor se confundem na mesma pessoa – é por essa razão que não dá pra se definir quem é o titular do direito da indenização por danos materiais e morais, bem como o titular do dever de se pagar a pena pelo crime. Só quando a tentativa é imperfeita, isto é, quando o suicídio não é consumado, é que ele responde pelo crime. E a solução não será prisão, mas, sim, manicômio judiciário. Só um louco é capaz de ousar dispor da própria vida assim. E assim se dá dessa forma porque ele confia demais em si mesmo, a ponto de não ter Deus no coração, por não precisar dele.

08) Se eu desse ao suicida o direito de dispor da própria vida, eu estaria promovendo a destruição de todos os outros poderes decorrentes da vida, como a liberdade. Se eu der essa liberdade pra um, eu dou para todos os outros, por extensão – da mesma forma, os ambiciosos, os mais espertos, que não são tolos a ponto de disporem da própria vida tal como querem os suicidas, estarão dispostos a matar qualquer um pelos motivos mais vis e torpes que lhes forem convenientes, podendo até mesmo alegar razões humanitárias para isso. É a promoção sistemática do homicídio – e isso leva à destruição da sociedade. É uma desgraça.

09) Liberdade, segundo o pensamento do Papa João Paulo II, é uma prerrogativa. Como uma prerrogativa, a liberdade é um poder de se exercer escolhas que decorre do dom de si e deve ser exercido com responsabilidade. E durante 18 anos nós aprendemos a como exercer bem essa prerrogativa de modo a construir um legado para si e para as futuras gerações, desde que se tenha referência Deus como a fonte de tudo isso que buscamos e experimentamos.

10) o fim da liberdade é servir ao próximo; devemos amá-lo como se fosse um espelho de nosso próprio eu, tal como Cristo nos ensinou.

11) A prerrogativa existe porque decorre da vida, que é dom de Deus – e é se eliminando todos aqueles que promovem dolosamente essa falsa cultura libertária que a concepção correta da vida, tal como nós a conhecemos, será conservada.

12) Além da repressão à ação revolucionária, devemos agir tal como os missionários: devemos ensinar a correta concepção das coisas a quem de boa-fé ignora isso, de modo a que não se cometa o erro de transformar o mal objetivo num bem supremo.

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