A desconfiança dos ateus está “profunda e culturalmente enraizada” entre as pessoas, e até mesmo muitos ateus não são capazes de confiar uns nos outros, de acordo com um novo estudo realizado pelo departamento de psicologia da Universidade de Nottingham Trent, na Inglaterra.
Publicado no Jornal Internacional de Psicologia da Religião, o estudo chamado “a robustez do preconceito anti-ateu medido por meio de erros cognitivos”, foi realizado com 100 participantes provenientes do Reino Unido
Eles completaram uma experiência on-line em que os participantes foram convidados a ler uma vinheta descrevendo as ações de um indivíduo não confiável. Pediu-se, então, para que fizessem um julgamento com relação à identidade do indivíduo não confiável.
Metade dos participantes foi convidada a dizer se era mais provável que o homem fosse (a) um professor ou (b) um professor e religioso. A outra metade foi convidada a dizer se pensaram que era mais provável que o homem fosse (a) um professor ou (b) um professor e um ateu, de acordo com a Research Digest.
De acordo com os resultados, 66 por cento disse que o homem provavelmente era um professor e um ateu. Os participantes foram convidados a mesma pergunta novamente depois de ser informados sobre as proporções da população que é religiosa ou ateia, disse o Digest, acrescentando que a informação fez pouca diferença na percepção dos participantes.
O estudo mostra que “o preconceito anti-ateu não se limita aos países dominantemente religiosos ou a pessoas religiosas, mas parece ser uma opinião sólida sobre ateus”.
Um total de 43 por cento dos participantes eram ateus, 33 por cento eram cristãos e o restante pertencia a outras religiões, de acordo com o Independent, que disse que os resultados “sugerem que a desconfiança anti-ateia está profunda e culturalmente enraizada, independentemente da participação em grupo de um indivíduo”, e acrescentou que até mesmo muitos ateus mostraram ter uma grande desconfiança instintiva do outro.
Cerca de 13 por cento das pessoas na Grã-Bretanha se identificam como ateus.
O professor Leah Giddings e Thomas Dunn, que conduziram o estudo, foram citados como dizendo: “Olhando para o futuro, é também importante explorar como essas percepções e atitudes em relação à ateus manifestam-se comportamentalmente, se as pessoas agem por estes preconceitos e em que contextos. Mais uma vez, é preciso entender a natureza e a extensão do problema para que possamos tomar medidas para enfrentá-lo”.
