Há uma ampla variedade de drogas a que as pessoas recorrem para “ser estimuladas” ou se deleitar. Talvez já tenha ouvido falar muito sobre isso. Mas, tome alguns momentos para examinar o que elas são.
Há os barbitúricos, às vezes conhecidos por vários apelidos. São sedativos, que os médicos talvez receitem para causar sono. Há mais de duas dúzias de tipos deles, e cada ano se produzem mais de 476 toneladas só nos Estados Unidos. Uma grande parte do estoque é desviado para canais ilegais.
Existem também muitos estimulantes usados, em geral conhecidos como “bolinhas” ou “boletas”. Os principais deles são as anfetaminas. Alguns médicos os receitam para suprimir o apetite, reduzir a fadiga ou aliviar a depressão. Calcula-se, porém, que metade das anfetaminas legalmente fabricadas encontra seu caminho para canais ilegais.
LSD é o mais potente de uma dúzia de drogas que produzem alucinações. Em anos recentes, muitos laboratórios “clandestinos” começaram a fabricá-lo. Produz efeitos esquisitos nos que o usam. Especialmente a visão fica alterada. Até mesmo meses depois de se tomar a última dose podem ocorrer ilusões e alucinações. Numa “viagem péssima”, aquilo que a pessoa vê em visões pode ser aterrorizante.
A maconha, produto da planta canábis, é uma das drogas mais amplamente usadas. Conhece alguém que a fuma? Seu efeito é mais brando do que o do LSD, embora também produza distorções dos sentidos. Quando se fuma maconha, cinco minutos podem parecer como uma hora. Os sons e as cores parecem intensificados.
A heroína é produzida da morfina, que provém da papoula de que se extrai o ópio. É uma droga especialmente perigosa. As pessoas podem ficar viciadas depois de injetá-la apenas algumas vezes, passando por terríveis dores de privação, a menos que obtenha mais. Quando alguém é viciado em heroína, esta pode destruir-lhe a vontade e a capacidade de aprender. Ele fica escravo dum vício que aos poucos o destrói. Um parlamentar de Nova Iorque escreveu: “A heroína tem destruído o funcionamento de nosso sistema escolar.”
Naturalmente, há outras drogas das quais muitos acham que lhes dão maior usufruto da vida. A cocaína é uma delas. A nicotina no fumo é outra. Deve você usar essas drogas? Conforme já vimos no capítulo anterior, a Bíblia não condena o uso moderado de bebidas alcoólicas, que podem descontrair a pessoa e alegrar-lhe o coração. Então, é correto ou sábio usar qualquer destas muitas drogas diferentes, no empenho de tornar a vida mais satisfatória?
Efeitos sobre o corpo
Talvez saiba que muitas drogas estão disponíveis apenas sob prescrição médica e que algumas delas até mesmo são ilegais em muitos países. Pergunte-se: Por quê? É para a proteção de todos nós. Sim, as drogas podem ser perigosas e até mesmo mortíferas. Na realidade, são uma espada de dois gumes, em alguns casos capazes de curar, mas, em outros, de prejudicar ou mesmo matar. O livro Drogas, publicado em inglês e da coautoria dum professor de farmacologia, explica o seguinte:
“Todas as drogas são venenos e todos os venenos são drogas. Não é acidental que as palavras ‘veneno’ e ‘poção’ tenham a mesma raiz, ou que a palavra grega pharmakon, que encontramos arraigada nas nossas palavras ‘farmácia’ e ‘farmacologia’, originalmente significou tanto uma poção para curar como uma mortífera.
Assim, mesmo quando você está doente, tomar uma droga é um risco calculado. Mas, visto que dá valor à sua vida, talvez aceite o risco e tome uma droga para aliviar a dor ou para melhorar a condição precária da saúde. Seria correto, porém, que você engolisse, injetasse, fumasse ou cheirasse uma droga, para produzir o que se chama de “euforia”, a fim de esquecer a realidade e passar para algum mundo dos sonhos? Está tal uso de seu maravilhoso corpo, dado por Deus, em harmonia com o propósito de nosso Criador?
Pense nisso. Se você pudesse dar a alguém um presente extraordinário, digamos um automóvel zero-quilômetro, como se sentiria você se ele deliberadamente o estragasse? Digamos que ele tentasse usá-lo sem jamais colocar óleo ou trocar o óleo, e que o usasse para fazer entrega de esterco? É provável que você ficasse irado ou furioso com ele, por tal uso estúpido de seu presente, não é verdade? Então, como acha que Deus se sente quando usamos mal o nosso maravilhoso corpo, enchendo-o desnecessariamente com algum veneno, na busca de “estímulo” ou “emoções”? A sua Palavra nos deixa saber a resposta, por exortar-nos: “Purifiquemo-nos de toda imundície da carne e do espírito, aperfeiçoando a santidade em temor de Deus.” (2 Coríntios 7,1) De modo que não podemos viver em harmonia com a vontade de Deus, se na busca de “estímulo” ou “emoções” ingerimos uma droga que avilta o corpo.
Considere também o seguinte ponto. Já tratamos antes daquilo que o Criador aconselhou sobre a embriaguez. Ele mostra claramente na sua Palavra que aquele que perde o controle por beber demais rebaixa-se, muitas vezes tornando-se imundo e tolo, causando embaraço aos outros em volta dele. Não há dúvida sobre isso, nosso Criador condena corretamente a embriaguez. Portanto, seria o conceito diferente, se alguém perdesse o autodomínio por causa de heroína, maconha ou outra droga? Embora a reação causada pelas drogas não seja exatamente a mesma do álcool, pode-se perder o controle tanto ou até mais do que aqueles que se embriagam com bebidas alcoólicas. Assim, em vista do conselho sábio e razoável encontrado na Bíblia, podemos ver o valor de não recorrermos às drogas para ter emoções eufóricas.
Alguns jovens estão inclinados a comparar fumar maconha com tomar bebidas alcoólicas. Talvez vejam seus pais ou outros adultos ficar “inebriados” com o álcool e cheguem à conclusão de que fumar maconha, para produzir efeitos similares, não é em nada diferente. Mas, é mesmo? Seis médicos do Colégio de Médicos e Cirurgiões da Universidade de Colúmbia, numa carta ao editor do Times de Nova Iorque, explicaram:
“A maconha contém substâncias tóxicas . . . que só são solúveis na gordura e são estocadas nos tecidos do corpo, inclusive os do cérebro, durante semanas e meses, como o DDT. A capacidade de estocagem dessas substâncias pelos tecidos é enorme — o que explica seus lentos efeitos deletérios nos fumantes habituais. Qualquer pessoa que utilize estas substâncias mais de uma vez por semana não pode estar livre dos tóxicos.”