Nota: eu não concordo necessariamente aqui com todas as opiniões do Craig mas estou trazendo este artigo para conhecimento
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Entrevistador: O evento da criação… Bill, vou começar com você. Algumas ideias aqui para você interagir. Você acredita na criação ex nihilo? Você afirma o criacionismo da Terra antiga? E sobre Adão e Eva? Particularmente, nunca ouvi você articular sua visão sobre a criação. Então, se quiser responder a isso, mas, novamente, é criação ex nihilo, Terra antiga, Adão e Eva.
William Lane Craig: Como um ministério dedicado à defesa do Mero Cristianismo, a Reasonable Faith não inclui nenhuma declaração em nossa declaração de fé pertinente às questões que você levantou, certo? Quanto à doutrina da criação, mas, em um nível pessoal, eu escrevi extensivamente em defesa da criação ex nihilo — a criação de todas as coisas por Deus a partir do nada. Também defendi o modelo padrão do universo, segundo o qual o universo tem aproximadamente 14 bilhões de anos. Recentemente, escrevi um livro, In Quest of the Historical Adam, no qual defendo a historicidade de um casal primordial fundador, a quem chamamos de Adão e Eva, da raça humana, que viveu aproximadamente 750.000 anos atrás.
Finalmente, quanto aos dias da criação, acredito que os dias descritos em Gênesis, capítulo 1, como evidenciado pela expressão “tarde e manhã” seguida pela numeração do dia, descrevem períodos literais de 24 horas. No entanto, considerando o gênero literário que Gênesis 1-11 representa, esses dias devem ser entendidos de maneira figurativa.
Para dar uma analogia, pense na expressão “o braço do Senhor”. Quando as Escrituras usam a expressão “o braço do Senhor”, não estão se referindo a um apêndice literal preso ao ombro, nem a uma arma, como no caso de um homem armado.
Em vez disso, a expressão “o braço do Senhor” é usada de maneira figurativa, representando, por exemplo, o poder do Senhor. Da mesma forma, eu diria que os dias em Gênesis 1 são dias literais, mas são usados de maneira figurativa. Isso se aproxima da visão analógica? Acho que sim.
Já ouvi Richard Averbeck defender a chamada visão analógica. Eu não gosto muito desse rótulo, porque não acho que o autor de Gênesis tencionava fazer analogias. No entanto, na medida em que ambos interpretam esses dias de maneira figurativa, as visões seriam semelhantes.
A Doutrina da Criação: Uma Reflexão sobre Ex Nihilo, Terra Antiga e Adão e Eva
A discussão sobre a criação do universo e da humanidade é um tema que permeia tanto a teologia quanto a ciência, gerando debates profundos e reflexões sobre as origens da vida e do cosmos. Neste artigo, abordaremos algumas das principais questões relacionadas à doutrina da criação, como a criação ex nihilo, a idade da Terra, a historicidade de Adão e Eva e a interpretação dos dias da criação descritos em Gênesis.
Criação Ex Nihilo: A Origem de Todas as Coisas
A ideia da criação ex nihilo — a criação de todas as coisas a partir do nada — é um dos pilares da teologia cristã. Essa concepção afirma que Deus, em Sua soberania e poder, trouxe o universo à existência sem depender de matéria preexistente. Essa visão é amplamente defendida por teólogos e filósofos cristãos, pois estabelece a base para a compreensão de Deus como o Criador absoluto, distinto de Sua criação.
A criação ex nihilo não apenas reforça a transcendência divina, mas também sustenta a noção de que o universo teve um começo, algo que encontra ressonância em descobertas científicas modernas, como a teoria do Big Bang. A ideia de um universo com um ponto inicial de origem alinha-se, de certa forma, com a narrativa bíblica de um ato criativo intencional por parte de Deus.
A Terra Antiga e o Modelo Padrão do Universo
Outro ponto de discussão é a idade do universo e da Terra. Enquanto alguns defendem uma interpretação literal de Gênesis que sugere uma Terra jovem, com cerca de 6.000 a 10.000 anos, outros adotam a visão da Terra antiga, que se alinha com as evidências científicas que apontam para um universo de aproximadamente 14 bilhões de anos.
A defesa de um universo antigo não necessariamente contradiz a fé cristã. Muitos teólogos e cientistas cristãos argumentam que os “dias” da criação em Gênesis podem ser entendidos como períodos extensos ou como uma estrutura literária que comunica verdades teológicas, em vez de uma cronologia científica detalhada. Essa abordagem permite uma harmonização entre a narrativa bíblica e as descobertas da cosmologia moderna.
Adão e Eva: A Historicidade do Casal Primordial
A historicidade de Adão e Eva é outro tema central no debate sobre a criação. A Bíblia apresenta Adão e Eva como os primeiros humanos, criados diretamente por Deus e responsáveis pela queda da humanidade no pecado. Recentemente, tem havido um esforço para reconciliar essa narrativa com as descobertas da genética e da antropologia.
Alguns estudiosos, como William Lane Craig, defendem a existência de um casal primordial que pode ser identificado como Adão e Eva, situando-os em um período de aproximadamente 750.000 anos atrás. Essa visão busca harmonizar a historicidade bíblica com as evidências científicas sobre a origem da humanidade, sugerindo que Adão e Eva foram os primeiros representantes da raça humana, dotados de uma natureza espiritual única.
Os Dias da Criação: Literalidade ou Figurativismo?
A interpretação dos “dias” da criação em Gênesis 1 é um dos temas mais debatidos. A expressão “tarde e manhã” seguida pela numeração dos dias sugere, à primeira vista, períodos literais de 24 horas. No entanto, considerando o gênero literário de Gênesis 1-11, muitos teólogos argumentam que esses dias devem ser entendidos de maneira figurativa.
Uma analogia útil é a expressão “o braço do Senhor”, que não se refere a um membro físico, mas ao poder e à ação de Deus. Da mesma forma, os dias da criação podem ser vistos como uma estrutura literária que comunica verdades teológicas sobre a ordem e o propósito divino na criação, sem necessariamente implicar uma cronologia literal.
Essa visão aproxima-se da chamada “visão analógica”, que interpreta os dias de Gênesis como uma analogia para a atividade criativa de Deus. Embora alguns teólogos evitem esse rótulo, a ideia de que os dias são literais, mas usados de maneira figurativa, oferece uma abordagem equilibrada que respeita tanto o texto bíblico quanto as descobertas científicas.
Conclusão
A doutrina da criação é um tema rico e multifacetado, que desafia tanto a fé quanto a razão. A defesa da criação ex nihilo, a aceitação de um universo antigo, a historicidade de Adão e Eva e a interpretação figurativa dos dias da criação são questões que continuam a inspirar debates e reflexões. Ao buscar uma compreensão mais profunda desses temas, os cristãos podem fortalecer sua fé e engajar-se de maneira significativa com as questões científicas e filosóficas de nosso tempo.
Em última análise, a narrativa da criação em Gênesis não pretende ser um tratado científico, mas uma revelação teológica que aponta para a soberania, o poder e o propósito de Deus na criação de todas as coisas. Seja qual for a interpretação adotada, o essencial é reconhecer que o universo e a humanidade são obra das mãos de um Criador amoroso e intencional
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