Deus Aprovou Lot ao Oferecer Suas Filhas Para Serem Violentadas?
A questão sobre Lot, um dos personagens do Antigo Testamento, oferecendo suas filhas a uma multidão enfurecida em Sodoma é uma das passagens mais controversas da Bíblia. Para alguns críticos e céticos, como o ilusionista e ator americano Penn Jillette, este relato é um exemplo do que eles consideram uma razão para a incredulidade no texto bíblico. Jillette, em uma entrevista no canal “Big Think”, afirmou que ler a Bíblia de ponta a ponta o levou ao ateísmo, e apontou essa passagem como um exemplo do que ele vê como falta de moralidade no texto sagrado.
No entanto, uma análise mais cuidadosa do capítulo 19 de Gênesis e de outros contextos bíblicos pode ajudar a esclarecer mal-entendidos sobre o relato. Embora Lot tenha realmente oferecido suas filhas para proteger seus convidados, não há nada no texto que indique que Deus aprovou essa atitude. Ao contrário, a Bíblia deixa claro que Deus interveio na situação. Os dois visitantes na casa de Lot eram, na verdade, anjos enviados por Deus, e eles impediram qualquer mal às filhas de Lot, cegando os homens de Sodoma e eventualmente levando Lot e sua família para fora da cidade antes de sua destruição.
A Atitude de Lot e a Posição de Deus
Para entender essa passagem, é essencial separar as ações de Lot da vontade divina. Em toda a Bíblia, não há uma indicação de que Deus aprova atos imorais. Na realidade, atos como os de Lot são relatados na Bíblia não como um exemplo a ser seguido, mas como uma parte honesta da narrativa histórica, mostrando a falibilidade humana. Assim como outros personagens bíblicos, Lot não era perfeito. A Bíblia apresenta várias figuras de destaque, como Noé, Abraão e Moisés, que, apesar de sua fidelidade, também cometeram erros.
A Reta Conduta de Lot em Meio à Perversidade
No Novo Testamento, Pedro usa o termo “justo” ao descrever Lot em sua carta (2 Pedro 2:7-8). Isso levanta questões, pois muitos questionam como alguém que ofereceu suas filhas poderia ser descrito como “justo”. Contudo, é importante entender o que Pedro realmente quis dizer. Quando ele chama Lot de justo, ele não está afirmando que ele era perfeito. Assim como Noé foi descrito como justo por viver em uma geração corrupta, Lot é chamado de justo por ter se mantido separado dos atos pecaminosos e imorais que permeavam a sociedade de Sodoma.
Um Homem Justo em Meio à Maldade
A cidade de Sodoma é apresentada na Bíblia como um lugar de imoralidade extrema, e Lot, apesar de suas falhas, se manteve como uma figura que não participou dos mesmos atos depravados. Ele estava “atormentado dia após dia ao ver e ouvir os atos iníquos” dos habitantes de Sodoma. Esse contexto de vida em um ambiente profundamente corrupto é relevante para entender por que Pedro usou o termo “justo” para descrever Lot. Ele não era justo porque era perfeito, mas porque, em comparação com os habitantes de Sodoma, ele buscava viver de forma diferente, resistindo ao mal ao seu redor.
A Intervenção de Deus e a Limpeza de Sodoma
A intervenção dos anjos no momento em que a multidão se aproximava da casa de Lot reforça o papel de Deus em proteger os inocentes e demonstrar a distinção entre justiça e impiedade. Eles cegaram os homens da cidade e salvaram Lot e sua família, mostrando que a intenção de Deus era a preservação dos justos, mesmo em uma sociedade tão corrupta. Isso culmina na destruição de Sodoma, onde Deus estabelece um julgamento contra a maldade daquela cidade.
Reflexões Finais
A narrativa de Lot oferece lições complexas e desafiadoras sobre a natureza humana, a imperfeição até dos servos de Deus e a santidade que Ele espera. A história mostra que, mesmo que Lot tenha cometido erros, ele não era um participante da cultura depravada de Sodoma. Embora a oferta de suas filhas seja inaceitável, a Bíblia não endossa essa ação, e a presença de anjos enfatiza que Deus interveio para proteger os inocentes.
Para aqueles que buscam entender passagens difíceis como esta e aprender mais sobre textos bíblicos controversos, o site Apologetics Press oferece uma série de recursos de estudos bíblicos e apologéticos que exploram essas e outras questões em profundidade.
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