Em mais um vídeo simplista e falacioso, cheio de pseudagem, o tal “verdades ocultas”vem com mais bobagens. Vamos responder ponto por ponto. Basicamente suas alegações são:
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. A ideia da ressurreição não nasceu no judaísmo, mas foi influenciada por tradições estrangeiras.
- A crença na ressurreição tem raízes antigas em culturas como a persa, babilônica, egípcia e grega.
- O contato com o zoroastrismo persa teria introduzido no judaísmo conceitos como julgamento final e ressurreição universal.
2. Textos judaicos posteriores mostram influências externas.
- Antes do exílio babilônico, os israelitas não tinham uma concepção clara de vida após a morte; o Sheol era visto como um reino sombrio e apagado.
- Após o contato com o pensamento persa, surgem textos como o Livro de Daniel (12:2) e o Segundo Livro dos Macabeus, que mencionam a ressurreição.
3. O Livro de Enoque descreve a ressurreição supervisionada por um anjo específico (Remiel).
- O Livro de Enoque, embora apócrifo, influenciou o pensamento judaico e cristão sobre a ressurreição.
- A presença de um anjo responsável pela ressurreição demonstraria um processo divinamente ordenado.
4. Muitos mitos antigos contêm histórias de deuses que morrem e ressuscitam.
- Exemplos incluem:
- Baal, no mito ugarítico, que desce ao submundo e retorna à vida.
- Osíris, no Egito, que é assassinado por Set, desmembrado e restaurado à vida por Ísis.
- Dionísio e Mitra, na tradição greco-romana, que passam por morte e renascimento associados a rituais de iniciação.
5. A narrativa cristã da ressurreição seria uma adaptação desses mitos antigos.
- A ressurreição de Jesus segue um padrão arquetípico semelhante ao de outros deuses que morrem e retornam à vida.
- Essa narrativa teria sido moldada a partir de tradições mais antigas, como as mitologias egípcia, grega e persa.
6. O Novo Testamento apresenta a ressurreição como central para a fé cristã.
- Paulo afirma que “se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé” (1 Coríntios 15:17).
- A Carta de Clemente de Roma também compara a ressurreição ao ciclo natural da vida, como o trigo que cai na terra e renasce.
7. A ressurreição é um mito adaptado, não exclusivo ao cristianismo.
- A ideia da ressurreição percorreu um caminho longo e complexo, absorvendo elementos de várias culturas (zoroastrismo, mitologia ugarítica, egípcia e grega).
- A pergunta final feita pelo autor é: “Se a Bíblia é a verdade, por que seu dogma mais fundamental é um conceito dito pagão?”
1. Afirmação: A ideia da ressurreição não nasceu no judaísmo, mas foi influenciada por tradições persas, babilônicas, egípcias e outras culturas antigas.
Refutação:
Essa afirmação ignora evidências textuais e históricas que demonstram que a crença na ressurreição surgiu organicamente dentro do judaísmo, sem necessidade de “importação” de outras culturas.
- Origem Judaica da Ressurreição:
Embora o judaísmo pré-exílico (antes do exílio babilônico) enfatizasse uma vida após a morte sombria no Sheol , textos posteriores começaram a desenvolver a ideia de uma ressurreição corporal como parte da esperança escatológica judaica. Essa mudança ocorreu internamente, dentro do contexto teológico judaico, e não foi simplesmente “copiada” de outras culturas.- Livro de Daniel (165 a.C.):
O livro de Daniel apresenta uma das primeiras referências claras à ressurreição no judaísmo:“Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, outros para vergonha e desprezo eterno.” (Daniel 12:2).
Esse texto reflete preocupações judaicas específicas sobre justiça divina e retribuição após a morte, independentemente de influências externas.
- Livro de Daniel (165 a.C.):
- Influência Persa?
Enquanto é verdade que o zoroastrismo persa tinha conceitos como a restauração final (frashokereti ), esses conceitos são significativamente diferentes da ressurreição judaica.- No zoroastrismo, a restauração final envolve a renovação cósmica de toda a criação, enquanto no judaísmo a ressurreição é pessoal e corporal.
- Como observa o estudioso Alan Segal em “Life After Death: A History of the Afterlife in Western Religion” : “Embora haja semelhanças superficiais entre o zoroastrismo e o judaísmo tardio, as diferenças teológicas fundamentais sugerem que a crença na ressurreição judaica foi desenvolvida independentemente.”
- Fontes Acadêmicas:
- N. T. Wright, em “The Resurrection of the Son of God” , argumenta que a crença na ressurreição corporal era única no mundo antigo e surgiu especificamente no judaísmo como parte de sua teologia escatológica. Ele escreve: “A ideia de um indivíduo sendo ressuscitado antes do fim dos tempos, como acontece com Jesus, era completamente inovadora e não derivada de mitologias pagãs.”
- Norman Geisler , autor ou coautor de mais de 100 livros, escreve:
“O primeiro paralelo real de um deus morrendo e ressuscitando não aparece até 150 d.C., mais de cem anos após a origem do cristianismo. Então, se houve alguma influência de um sobre o outro, foi a influência do evento histórico do Novo Testamento [ressurreição] na mitologia, não o inverso. O único relato conhecido de um deus sobrevivendo à morte que antecede o cristianismo é o deus do culto egípcio Osíris. Neste mito, Osíris é cortado em quatorze pedaços, espalhado pelo Egito, então remontado e trazido de volta à vida pela deusa Ísis. No entanto, Osíris não retorna de fato à vida física, mas se torna um membro de um submundo sombrio. . . . Isso é muito diferente do relato da ressurreição de Jesus, onde ele era o Príncipe da vida gloriosamente ressuscitado que foi visto por outros na terra antes de sua ascensão ao céu. . . . mesmo que existam mitos sobre deuses morrendo e ressuscitando antes do cristianismo, isso não significa que o Novo Testamento escritores copiaram deles. O programa de TV fictício Star Trek precedeu o programa do Ônibus Espacial dos EUA, mas isso não significa que as reportagens de jornais sobre missões do ônibus espacial sejam influenciadas por episódios de Star Trek!” ( I Don’t Have Enough Faith to be An Atheist , 2004, p. 312
2. Afirmação: A ressurreição de Jesus é apenas mais um exemplo de mitos de deuses que morrem e ressuscitam, como Baal, Osíris, Dionísio e Mitra.
Refutação:
Essa comparação é superficial e ignora as diferenças fundamentais entre os mitos pagãos e a narrativa cristã da ressurreição de Jesus.
- Diferenças Fundamentais:
- Motivação e Contexto: Nos mitos pagãos, a morte e ressurreição de deuses geralmente simbolizam ciclos naturais (como estações do ano ou fertilidade). Por outro lado, a ressurreição de Jesus está profundamente enraizada em eventos históricos específicos e tem implicações teológicas únicas, como a vitória sobre o pecado e a morte.
- Natureza do Evento: A ressurreição de Jesus é apresentada como um evento histórico verificável, com testemunhas oculares (1 Coríntios 15:3-8). Em contraste, os mitos de deuses que morrem e ressuscitam são alegóricos e não têm pretensão de historicidade.
- Paralelos Superficiais:
- Muitos dos “paralelos” mencionados no vídeo foram desacreditados por especialistas. Por exemplo:
- Osíris: Na mitologia egípcia, Osíris não ressuscita verdadeiramente; ele se torna o governante do submundo. Isso é muito diferente da ressurreição corporal de Jesus.
- Dionísio: As histórias de Dionísio estão relacionadas a rituais de iniciação e não a uma ressurreição literal. Além disso, esses mitos surgiram séculos antes ou depois do cristianismo, o que dificulta qualquer conexão direta.
- Mitra: Não há evidências confiáveis de que Mitra tenha morrido e ressuscitado. Essa ideia foi amplamente desmentida por estudiosos como Ronald Nash em “The Gospel and the Greeks” .
- Muitos dos “paralelos” mencionados no vídeo foram desacreditados por especialistas. Por exemplo:
- Fontes Acadêmicas:
- Bart Ehrman, um estudioso secular, reconhece que “os paralelos entre Jesus e os deuses pagãos são exagerados e mal interpretados”. Ele escreve: “A ressurreição de Jesus não pode ser explicada como uma mera adaptação de mitos pagãos.” (Ehrman, Did Jesus Exist? ).
- Charlie Campbell , autor de Scrolls and Stones: Compelling Evidence the Bible Can Be Trusted , diz: “Muitas das acusações apresentadas no Zeitgeist são baseadas em ideias ultrapassadas e refutadas que estavam em circulação no início do século passado. Aqui está um exemplo. O Zeitgeist afirma que Átis (uma divindade romana) foi crucificado, morto por três dias e então ressuscitado. Isso não é absolutamente verdade para o relato mitológico. Na história mitológica, Átis foi infiel à sua amante deusa e, em um ataque de ciúmes, ela o deixou louco. Nessa insanidade, Átis castrou-se e fugiu para a floresta, onde sangrou até a morte. Como J. Gresham Machen aponta, “O mito não contém nenhum relato de uma ressurreição; tudo o que Cibele [a Grande Deusa Mãe] é capaz de obter é que o corpo de Átis seja preservado, que seu cabelo continue a crescer e que seu dedo mindinho se mova.” As alegações do Zeitgeist de que Átis foi crucificado e ressuscitado não são apenas imprecisas, mas muito enganosas. E isso é apenas a ponta do iceberg. A suposta ressurreição de Átis nem sequer é mencionada até depois de 150 d.C., muito depois da época de Jesus.”
- Gary Habermas e JP Moreland escrevem: “Nenhum caso claro de qualquer suposto ensino de ressurreição aparece em qualquer texto pagão antes do final do segundo século d.C., quase cem anos depois que o Novo Testamento foi escrito.” (Citado por Dan Story em The Christian Combat Manual: Helps for Defending your Faith: A Handbook for Practical Apologetics , 2007, p. 206).
3. Afirmação: O Livro de Enoque e outros textos apócrifos influenciaram a crença cristã na ressurreição.
Refutação:
Embora o Livro de Enoque tenha influenciado certos aspectos do pensamento judaico, ele não é a fonte da crença cristã na ressurreição.
- O Papel do Livro de Enoque:
- O Livro de Enoque trata principalmente de temas como juízo final, anjos caídos e cosmologia. Embora mencione a ressurreição, ele não fornece uma doutrina sistemática sobre o assunto.
- Além disso, o cristianismo primitivo baseou-se principalmente nas Escrituras Hebraicas canônicas (Antigo Testamento) e nos ensinamentos de Jesus e dos apóstolos, não em textos apócrifos.
- Fontes Acadêmicas:
- James H. Charlesworth, em “The Old Testament Pseudepigrapha” , observa que “o Livro de Enoque contribuiu para o desenvolvimento de certas ideias escatológicas no judaísmo, mas não foi a principal fonte da doutrina cristã da ressurreição.”
4. Afirmação: Paulo e outros autores cristãos adaptaram conceitos pagãos para construir a narrativa da ressurreição de Jesus.
Refutação:
Essa alegação ignora o contexto judeu de Paulo e os outros autores do Novo Testamento, que estavam firmemente enraizados na tradição judaica.
- Paulo e o Judaísmo:
- Paulo, originalmente Saulo de Tarso, era um fariseu que acreditava na ressurreição corporal antes de sua conversão ao cristianismo (Atos 23:6-8). Sua pregação da ressurreição de Jesus estava alinhada com suas convicções judaicas pré-existentes, não com mitologias pagãs.
- Em 1 Coríntios 15, Paulo apresenta a ressurreição de Jesus como o cumprimento das promessas bíblicas e como a base da fé cristã. Ele escreve: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé.” (1 Coríntios 15:14).
- Fontes Acadêmicas:
- Larry Hurtado, em “Lord Jesus Christ: Devotion to Jesus in Earliest Christianity” , argumenta que “a adoração de Jesus como Deus ressuscitado surgiu no contexto do monoteísmo judaico e não como uma adaptação de religiões pagãs.”
Conclusão:
As alegações feitas no vídeo ignoram evidências textuais, históricas e teológicas que demonstram que a crença na ressurreição de Jesus é única e surgiu dentro do contexto judaico. Comparar a ressurreição de Jesus com mitos pagãos é uma abordagem superficial e equivocada que carece de suporte acadêmico sólido.
Resposta Final: As alegações do vídeo são infundadas e baseadas em interpretações superficiais e descontextualizadas. A ressurreição de Jesus é um evento histórico singular, enraizado na teologia judaica e confirmado por múltiplas fontes independentes.
Poderá ver o vídeo no youtube Aqui