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DETONANDO O VÍDEO DO PIRULLA:CONTRADIÇÕES DA BÍBLIA…

Em mais um vídeo simplista e raso, típico para enganar ignorantes, Pirulla, um palpiteiro ateísta de Youtube que se diz biólogo, vem com mais esse besteirol para enganar trouxas sobre as “contradições” da Bíblia.

Não são os cristãos que estão tentando responder às “contradições”. São os ateístas como ele que veem coisas onde não existem e não entendem nada de exegese, hermêutica, linguagem bíblica, etc. Por isso faz bem estudar.

O problema são as pessoas ignorantes que esses vídeos enganam. O engraçado é que o cara não é nada, arqueológo ou outra coisa e alega sobre o que não sabe.

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1. Enumeração das Alegações de Pirulla

Alegação 1: Contradição entre “Não matarás” e os mandamentos divinos para invadir e destruir povos em Josué

Pirulla argumenta que há uma contradição explícita na Bíblia porque Deus ordena “não matarás” nos Dez Mandamentos (Êxodo 20:13), mas posteriormente comanda os israelitas a invadir cidades como Jericó, matando homens, mulheres e crianças (Josué 6).

Alegação 2: Ausência de evidências históricas para a invasão de Canaã

Ele afirma que não existem evidências arqueológicas ou históricas que sustentem a narrativa da conquista de Canaã descrita no livro de Josué, sugerindo que isso foi inventado durante o exílio babilônico para criar um “sentimento de pertencimento à terra”.

Alegação 3: Atribuição de motivações humanas à invasão

Pirulla sugere que a invasão de Canaã foi motivada por interesses humanos (políticos ou territoriais) e que os israelitas simplesmente atribuíram essas ações a Deus como desculpa.

Alegação 4: Problemas lógicos com a onipotência de Deus

Ele questiona por que um Deus onipotente precisaria recorrer a métodos violentos para alcançar Seus objetivos, sugerindo que Deus poderia ter resolvido tudo de maneira pacífica (por exemplo, transportando os cananeus para outro lugar).

Alegação 5: Falta de razões para acreditar em eventos sobrenaturais

Pirulla conclui que não há boas razões para acreditar que eventos sobrenaturais como Moisés falando com Deus no monte Sinai realmente aconteceram, pois tais relatos são indistinguíveis de ficção.

Falácias do Pirulla

1. Falácia do Falso Dilema

  • O que é?
    Ocorre quando alguém apresenta uma situação como tendo apenas duas opções possíveis, ignorando outras alternativas.
  • Exemplo no vídeo:
    Pirulla sugere que Deus poderia simplesmente “transportar os cananeus para Madagascar” ou algo similar, como se fosse a única solução alternativa à violência descrita na Bíblia. Ele ignora que existem razões teológicas, morais e espirituais para a abordagem divina, como o julgamento sobre a corrupção moral dos cananeus.

2. Falácia da Generalização Apresada

  • O que é?
    Consiste em tirar conclusões amplas a partir de evidências insuficientes ou mal interpretadas.
  • Exemplo no vídeo:
    Pirulla afirma que não há evidências históricas para a invasão de Canaã descrita no livro de Josué e conclui que isso prova que o evento é fictício. Ele generaliza a ausência de evidências arqueológicas como evidência de ausência, ignorando que muitos eventos históricos antigos carecem de registros materiais completos.

3. Falácia do Apelo à Ignorância

  • O que é?
    Presumir que algo é verdadeiro (ou falso) simplesmente porque não há provas suficientes do contrário.
  • Exemplo no vídeo:
    Pirulla diz: “Não tenho nenhum bom motivo para acreditar nisso porque tá escrito num livro antigo” (04:28). Ele assume que a antiguidade do texto bíblico automaticamente o desacredita, sem considerar a confiabilidade textual, o contexto histórico ou os testemunhos de sua influência ao longo dos séculos.

4. Falácia do Espantalho

  • O que é?
    Distorce o argumento do oponente para torná-lo mais fácil de atacar.
  • Exemplo no vídeo:
    Pirulla interpreta o mandamento “não matarás” como uma proibição absoluta de qualquer forma de morte, incluindo guerra justa ou pena capital. Ele ignora que, no contexto bíblico, o termo hebraico ratsach refere-se especificamente ao assassinato injustificado, não à aplicação da justiça divina ou à guerra.

5. Falácia da Causa Falsa

  • O que é?
    Atribuir causalidade onde ela não existe ou simplificar excessivamente causas complexas.
  • Exemplo no vídeo:
    Pirulla sugere que os israelitas inventaram a narrativa de que Deus ordenou a invasão de Canaã como desculpa para seus próprios interesses políticos ou territoriais. Ele ignora que essa interpretação contradiz o rigoroso monoteísmo de Israel e a ênfase ética singular presente nos textos bíblicos.

6. Falácia do Apelo à Simplicidade

  • O que é?
    Assumir que soluções mais simples são sempre melhores, independentemente do contexto.
  • Exemplo no vídeo:
    Pirulla critica a escolha divina de usar os israelitas para executar o julgamento sobre os cananeus, sugerindo que Deus poderia ter resolvido tudo de forma mais “pacífica”. Ele ignora a complexidade moral e espiritual envolvida, bem como o propósito pedagógico de Deus ao trabalhar dentro da história humana.

7. Falácia do Apelo à Emoção

  • O que é?
    Usar apelos emocionais para persuadir, em vez de argumentos racionais ou baseados em evidências.
  • Exemplo no vídeo:
    Ao discutir a invasão de Canaã, Pirulla foca na descrição de crianças sendo mortas, evocando uma reação emocional negativa. Ele faz isso sem considerar o contexto teológico e histórico do evento, como o julgamento divino sobre uma sociedade profundamente corrupta.

8. Falácia do Naturalismo Metodológico

  • O que é?
    Presumir que apenas fenômenos naturais podem explicar a realidade, excluindo a possibilidade de intervenções sobrenaturais.
  • Exemplo no vídeo:
    Pirulla desconsidera completamente a possibilidade de eventos sobrenaturais, como Moisés falando com Deus no monte Sinai, classificando-os imediatamente como ficcionais. Ele não oferece argumentos sólidos para essa rejeição, mas simplesmente assume que tudo deve ser explicado naturalisticamente.

9. Falácia do Ataque Pessoal (Ad Hominem Indireto)

  • O que é?
    Desqualificar o argumento de alguém atacando indiretamente suas motivações ou características.
  • Exemplo no vídeo:
    Ao mencionar que os relatos bíblicos foram escritos durante o exílio babilônico, Pirulla sugere que esses textos foram fabricados para criar um “sentimento de pertencimento à terra”. Ele insinua que os autores bíblicos tinham intenções desonestas, sem fornecer evidências concretas para essa acusação.

10. Falácia do Equívoco

  • O que é?
    Usar uma palavra ou frase com múltiplos significados de maneira ambígua.
  • Exemplo no vídeo:
    Pirulla usa o termo “contradição” de forma ampla e vaga, sem distinguir entre diferenças literárias, contextuais ou teológicas. Por exemplo, ele interpreta a ordem para destruir os cananeus como uma contradição direta ao mandamento “não matarás”, sem reconhecer que os dois conceitos operam em contextos diferentes.

As falácias cometidas por Pirulla comprometem a força de seus argumentos contra a Bíblia. Muitas de suas críticas são baseadas em interpretações superficiais, generalizações e premissas não comprovadas. Ao analisar criticamente essas falácias, fica claro que elas não refutam adequadamente os ensinamentos bíblicos, mas sim revelam lacunas no entendimento do contexto histórico, teológico e filosófico da Bíblia.

Refutação 1: Contradição entre “Não matarás” e os mandamentos divinos para invadir e destruir povos em Josué

Contexto histórico e linguístico:

  • A tradução do mandamento “Não matarás” (Êxodo 20:13) pode ser mais precisamente entendida como “Não assassinar”. Em hebraico, a palavra usada é ratsach , que se refere especificamente ao assassinato injustificado ou ilegal, não à guerra justa ou à pena capital.
  • No contexto das leis mosaicas, a guerra contra os cananeus não era vista como um ato arbitrário de violência, mas como uma ordem divina específica dentro de um contexto teológico e histórico particular.

    Por outro lado, os eventos envolvendo a conquista de Canaã, como a queda de Jericó, fazem parte de um contexto histórico e judicial totalmente diferente. Esses atos não se tratam de assassinatos pessoais, mas de julgamentos divinos exercidos através da nação de Israel. Em vez de serem atos arbitrários de violência, são retratados como a execução da justiça divina contra culturas que, segundo a narrativa bíblica, estavam imersas em práticas abomináveis, como sacrifícios infantis e extrema depravação moral.


    Além disso, é importante reconhecer que, na visão teológica cristã, Deus tem autoridade sobre a vida e a morte, pois Ele é o Criador e Sustentador de toda a existência. A execução de julgamentos divinos, portanto, não é moralmente equivalente ao assassinato humano. O propósito dessas ações era tanto purificar a terra da corrupção moral extrema quanto estabelecer um povo que seria um instrumento de bênção para todas as nações.


    Portanto, ao interpretar essas passagens, devemos considerar a distinção entre assassinato pessoal e o juízo divino, além de reconhecer a soberania de Deus sobre a vida. A leitura superficial e fora de contexto tende a gerar contradições que desaparecem quando analisamos o panorama completo das Escrituras.


Teologia bíblica:

  • A ordem para destruir os cananeus está enraizada na santidade de Deus e na necessidade de preservar a pureza espiritual de Israel. Os cananeus praticavam rituais religiosos extremamente corruptos, incluindo sacrifício de crianças e culto à fertilidade. A ordem de destruição visava evitar que essas práticas contaminassem Israel (Deuteronômio 7:1-5).
  • Além disso, essa ordem não era uma licença geral para matar indiscriminadamente. Ela era limitada a contextos específicos e temporários, relacionados à conquista da Terra Prometida.

Resposta filosófica:

  • A objeção de que Deus poderia ter escolhido outros métodos ignora que Deus age dentro da história humana, usando meios que sejam compreensíveis e pedagógicos para o contexto cultural da época. A violência descrita no Antigo Testamento deve ser entendida como parte de uma narrativa maior de redenção, culminando na vinda de Cristo, que trouxe graça e reconciliação.

Refutação 2: Ausência de evidências históricas para a invasão de Canaã

Evidências arqueológicas:

  • Embora seja verdade que algumas escavações arqueológicas não encontraram evidências diretas de uma invasão militar em larga escala como descrito em Josué, isso não significa que o evento seja fictício. A arqueologia frequentemente lida com lacunas de evidências, especialmente em períodos antigos.
  • Alguns estudiosos propõem que a conquista de Canaã tenha ocorrido de forma gradual, combinando elementos de guerra, migração e assimilação cultural. Isso explicaria por que certas cidades mencionadas em Josué mostram sinais de destruição em diferentes momentos ao longo de um período de 200 anos.

  • Essa afirmação reflete um entendimento equivocado sobre o estado atual da pesquisa histórica e arqueológica a respeito da conquista de Canaã. A ausência de evidência não é evidência de ausência. A arqueologia bíblica é uma disciplina complexa e, muitas vezes, sujeita a interpretações variadas com base nas evidências disponíveis.


    Primeiramente, devemos reconhecer que a arqueologia antiga enfrenta dificuldades naturais, como a deterioração dos materiais ao longo de milênios e a destruição causada por sucessivas ocupações e guerras na região. Portanto, não podemos esperar encontrar um registro arqueológico completo e detalhado de cada evento descrito na Bíblia.


    Em segundo lugar, há indícios que corroboram elementos do relato bíblico, embora as interpretações variem. Por exemplo, as escavações em Jericó conduzidas por Kathleen Kenyon na década de 1950 inicialmente sugeriram que a cidade foi destruída antes da suposta data da conquista israelita. No entanto, estudos posteriores, como os realizados por Bryant Wood, argumentam que Kenyon subestimou a cronologia da destruição, e que a camada de destruição por incêndio poderia estar relacionada ao tempo de Josué.


    Além disso, é importante considerar que a Bíblia não deve ser tratada meramente como um relato histórico secular. A narrativa bíblica tem características teológicas e históricas, e seu propósito é transmitir verdades espirituais e morais, além dos registros históricos.


    Portanto, afirmar categoricamente que não há evidências é uma simplificação. A questão está longe de ser resolvida, e a falta de consenso entre arqueólogos e historiadores não invalida automaticamente a veracidade do relato bíblico. Uma abordagem equilibrada reconhece tanto as limitações da arqueologia quanto as interpretações divergentes dos dados disponíveis.



  • Em Hazor, evidências arqueológicas apontam para uma destruição catastrófica por volta de 1.250 a.C., o que coincide com a narrativa bíblica de Josué 11:10-11.


Contexto literário:

  • O livro de Josué não é um relato puramente histórico, mas uma obra teológica que enfatiza a fidelidade de Deus às promessas feitas a Abraão. A narrativa pode conter elementos simbólicos e hiperbólicos, comuns na literatura antiga, sem comprometer sua veracidade essencial.

Refutação 3: Atribuição de motivações humanas à invasão

Intenções humanas vs. intenções divinas:

  • A sugestão de que os israelitas inventaram a ideia de que Deus ordenou a invasão ignora o rigoroso monoteísmo de Israel, que contrastava fortemente com as religiões politeístas dos povos vizinhos. Se os israelitas estivessem inventando uma narrativa para justificar suas ações, seria mais lógico atribuir essas vitórias a líderes humanos ou a múltiplos deuses, como faziam outras culturas.
  • Além disso, a ética singular de Israel — que incluía cuidado pelos pobres, órfãos e estrangeiros — reflete um padrão moral derivado de sua fé exclusiva em Yahweh, algo improvável de surgir por motivações puramente humanas.

  • **”Essa afirmação demonstra uma compreensão equivocada da natureza da narrativa bíblica e das questões filosóficas envolvidas. Vamos analisar isso de maneira mais cuidadosa.


    Primeiro, precisamos entender que os relatos bíblicos da conquista de Canaã não surgiram simplesmente como uma justificativa posterior para atos de violência. As histórias foram preservadas em tradições orais e escritas por séculos, em uma cultura que valorizava a transmissão precisa de eventos históricos significativos. A Bíblia não apenas documenta os triunfos de Israel, mas também seus fracassos e transgressões, o que vai contra a ideia de que os textos seriam meramente propagandísticos.


    Além disso, a suposição de que não há evidências históricas da conquista de Canaã é uma simplificação excessiva. A arqueologia, embora limitada e sujeita a interpretações, oferece indícios de destruição em cidades como Hazor e evidências que alguns estudiosos consideram compatíveis com o relato bíblico. A ausência de provas conclusivas não é, por si só, evidência de que os eventos nunca ocorreram — especialmente considerando a natureza fragmentária da arqueologia do Oriente Médio.


    Agora, quanto à afirmação de que alguém ‘subiu no morro e disse que falou com Deus’, isso revela um preconceito filosófico contra a possibilidade de revelação divina. Essa visão já assume que Deus não existe ou que Ele não poderia se revelar, mas isso é uma postura cética que não é fundamentada em argumento lógico, mas sim em uma escolha pessoal.


    A cosmovisão teísta afirma que, se Deus existe — e há fortes argumentos filosóficos para isso, como o argumento cosmológico, o argumento moral e o argumento teleológico — então é perfeitamente plausível que Deus possa se comunicar com seres humanos de maneiras que Ele considerar adequadas. Portanto, simplesmente descartar essa possibilidade é adotar uma posição naturalista não comprovada.


    Por fim, é importante considerar que os atos descritos na conquista de Canaã não foram iniciativas humanas arbitrárias, mas parte de um julgamento divino contra culturas que estavam envolvidas em práticas moralmente atrozes, como sacrifícios infantis e extrema depravação. Se Deus é a fonte última da moralidade, Ele tem o direito de decretar julgamentos de maneira justa.


    Portanto, a acusação de que os israelitas simplesmente inventaram uma desculpa para matar não se sustenta nem histórica nem filosoficamente. O julgamento divino, conforme descrito na Bíblia, é apresentado como um ato moralmente justificado e coerente com a santidade de Deus e a corrupção extrema dos povos julgados.”**



Refutação 4: Problemas lógicos com a onipotência de Deus

Natureza da onipotência:

  • A onipotência de Deus não implica arbitrariedade ou falta de propósito. Deus escolhe agir de maneiras que estejam alinhadas com Seus atributos de justiça, santidade e misericórdia. A ordem para destruir os cananeus não foi um capricho, mas parte de um plano maior para preservar a linhagem messiânica que culminaria em Jesus Cristo.
  • Além disso, a ideia de que Deus deveria sempre agir de forma pacífica ignora que o mal real existe e, em alguns casos, requer intervenção decisiva. A justiça divina exige que certos pecados sejam julgados, mesmo que isso envolva consequências severas.

  • Essa objeção reflete um mal-entendido fundamental tanto sobre a natureza de Deus quanto sobre os propósitos divinos conforme apresentados na Bíblia. Vamos considerar isso sob duas perspectivas: a moral e a teológica.


    A Perspectiva Moral


    Primeiramente, é importante reconhecer que Deus, como ser moralmente perfeito e justo, tem autoridade para decretar julgamentos sobre nações e povos. A conquista de Canaã não foi uma invasão arbitrária ou motivada por interesse político ou territorial. Na visão bíblica, tratou-se de um ato de justiça divina contra culturas que estavam envolvidas em práticas abomináveis, como sacrifícios infantis e rituais de extrema crueldade.


    Se Deus existe e é o fundamento último da moralidade, então Ele tem o direito de executar julgamentos justos sobre povos que se corromperam moralmente a um ponto extremo. Portanto, a questão central não é se Deus poderia ter feito algo diferente, mas se Ele teve razões moralmente suficientes para agir da maneira que agiu.


    A Perspectiva Teológica


    Além disso, a objeção levanta a questão de alternativas hipotéticas, como Deus simplesmente “teletransportar” os povos para outro lugar. No entanto, isso ignora o contexto teológico mais amplo e os propósitos divinos na formação do povo de Israel. O propósito da conquista não era apenas a remoção dos cananeus, mas também um julgamento moral e um ato de santificação para Israel.


    Deus escolheu lidar com aquela situação de maneira que comunicasse ao povo de Israel e às nações circundantes a seriedade do pecado e a santidade de Deus. Se Deus simplesmente “removesse” os habitantes de Canaã sem um julgamento justo, isso enfraqueceria a mensagem moral sobre a consequência do pecado e a necessidade de pureza espiritual.


    Alternativas Hipotéticas


    Argumentar que Deus poderia ter escolhido um meio diferente é irrelevante para a questão da justiça divina. O fato de Deus ter outras opções não significa que a opção escolhida fosse moralmente errada. Além disso, o argumento da “alternativa melhor” parte do pressuposto de que o crítico tem uma compreensão mais adequada da moralidade e da justiça do que o próprio Deus, o que é filosoficamente problemático.


    Portanto, a objeção de que Deus “poderia ter feito outra coisa” é, na verdade, um apelo à ignorância, uma vez que presume que a escolha divina foi moralmente inferior a alternativas hipotéticas. No contexto bíblico, Deus age com justiça perfeita e propósito redentor, e a conquista de Canaã faz parte desse plano maior. Por isso, é razoável considerar que a ação de Deus na história foi intencional, justa e moralmente adequada, mesmo que transcendendo nossas preferências pessoais.



Refutação 5: Falta de razões para acreditar em eventos sobrenaturais

Epistemologia e confiabilidade dos textos bíblicos:

  • A ausência de evidências diretas para eventos sobrenaturais não constitui prova de sua falsidade. Muitas culturas antigas relatam eventos extraordinários, e a credibilidade desses relatos depende de critérios como coerência interna, consistência com outras fontes e impacto histórico.
  • No caso da Bíblia, os manuscritos mais antigos são notavelmente consistentes, e a influência transformadora do cristianismo ao longo da história sugere que seus ensinamentos têm raízes profundas na experiência real de pessoas que testemunharam eventos sobrenaturais.
  • Dizer que algo é ficção apenas porque está num livro antigo é um erro lógico. Por essa lógica, teríamos que rejeitar Tucídides, Platão ou qualquer registro histórico antigo. A questão não é a idade do texto, mas se ele é corroborado por evidências. No caso do Novo Testamento, temos bons motivos para levá-lo a sério: manuscritos muito próximos dos eventos, múltiplas testemunhas oculares e fatos históricos aceitos até por estudiosos céticos. Se você quer afirmar que é ficção, precisa apresentar argumentos melhores do que ‘é velho’.
  • Pirulla está operando sob uma presunção naturalista , ou seja, ele assume que apenas fenômenos naturais podem ser verdadeiros e rejeita a priori a possibilidade de eventos sobrenaturais. No entanto, essa posição é filosoficamente questionável, pois:

    • O naturalismo não é uma conclusão científica, mas uma premissa filosófica. A ciência investiga fenômenos naturais, mas isso não significa que eventos sobrenaturais sejam impossíveis ou improváveis.
    • Excluir a possibilidade do sobrenatural desde o início é uma limitação epistemológica injustificada. Para avaliar a historicidade de eventos sobrenaturais, precisamos examinar as evidências disponíveis, incluindo testemunhos históricos, coerência interna e impacto cultural.
  • A antiguidade de um texto não define sua veracidade
    • Afirmar que algo é ficção só porque está num livro antigo é um non sequitur. Muitos documentos antigos (como os de Heródoto ou Tácito) são estudados historicamente sem serem descartados por sua idade.
    • A pergunta relevante é: “Há evidências que corroboram ou contradizem esse relato?”
  • A ficcionalidade precisa ser demonstrada, não assumida
    • Dizer “não tenho motivo para acreditar” não é o mesmo que provar que é falso. O ônus da prova cabe a quem alega que o texto é ficcional.
    • Se o critério for “preciso de motivos para acreditar”, então o mesmo vale para qualquer afirmação histórica — inclusive as que negam eventos antigos.
  • O método histórico aplicado a textos antigos
    • Estudiosos (inclusive não-cristãos) reconhecem certos fatos sobre Jesus, como:
      • Sua crucificação sob Pôncio Pilatos.
      • Relatos de aparições pós-morte.
      • A transformação radical dos discípulos.
    • Se o crítico rejeita esses fatos, precisa justificar por que a explicação fictícia é mais plausível que a histórica.
  • A falácia do “argumento da piora”
    • Se alguém diz “só piora teu argumento”, a resposta lógica é:
      • “Piora em quê? Se não há critério claro para julgar, isso é apenas uma opinião, não uma refutação.”
    • Um debate sério exige objeções específicas, não impressões subjetivas.
  • Ceticismo seletivo é inconsistente
    • Se o mesmo rigor aplicado à Bíblia fosse usado em outros textos antigos, teríamos que duvidar de quase tudo da Antiguidade.
    • Por exemplo: ninguém diz que Júlio César é ficção só porque “está escrito num livro antigo” (os Commentarii).

Testemunho pessoal:

  • Para muitos crentes, a fé bíblica não é baseada apenas em evidências externas, mas também em experiências pessoais com Deus. Esse tipo de conhecimento relacional complementa a investigação acadêmica e oferece uma base adicional para acreditar na veracidade das Escrituras.

Conclusão

As alegações de Pirulla contra a Bíblia podem parecer convincentes à primeira vista, mas elas se baseiam em interpretações superficiais e generalizações simplistas. Ao analisarmos cada ponto à luz da exegese bíblica, da filosofia e da arqueologia, fica claro que as supostas “contradições” podem ser explicadas de maneira coerente dentro do contexto teológico e histórico do texto bíblico.

Ademais, a Bíblia não pretende ser apenas um livro histórico ou científico; ela é, acima de tudo, uma revelação divina destinada a apontar para Cristo e Sua obra redentora. Essa perspectiva amplia nossa compreensão e nos ajuda a lidar com questões difíceis de forma equilibrada e informada.

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