Pular para o conteúdo

DETONANDO O VÍDEO: AS MENTIRAS E CONTRADIÇÕES DA BÍBLIA

Já refutamos várias vezes as bobagens do Antonio Miranda aqui mas é sempre bom responder. Vamos começar abordando os principais pontos levantados na transcrição, que incluem acusações de contradições na Bíblia, interpretações sobre o arrependimento de Deus, violência e leis do Antigo Testamento, e alegações de que a Bíblia foi alterada ao longo do tempo.

1. O Arrependimento de Deus

Afirmação de Miranda: Ele argumenta que a Bíblia se contradiz ao dizer que Deus se arrepende em alguns momentos, enquanto em outros afirma que Ele não se arrepende.

Refutação Apologética: A noção de arrependimento aplicada a Deus na Bíblia requer entendimento contextual. Em passagens onde se diz que Deus “se arrependeu”, o termo é frequentemente usado para indicar um ajuste em Suas ações em resposta ao comportamento humano, o que não implica que Deus tenha cometido um erro ou que Sua natureza seja imperfeita. O “arrependimento” de Deus na narrativa bíblica é uma expressão antropomórfica, onde características humanas são atribuídas a Deus para que possamos entender Suas interações com a humanidade. Teólogos como William Lane Craig explicam que esse tipo de linguagem ajuda a transmitir a relação dinâmica de Deus com Suas criaturas, mas não indica uma mudança em Seu caráter ou propósito eterno.

2. O Dilúvio e o Plano de Deus

Afirmação de Miranda: Ele questiona o propósito do Dilúvio e insinua que a destruição da humanidade indica um “plano falho” por parte de Deus.

Refutação Apologética: Segundo a visão teológica, o Dilúvio é uma resposta justa à corrupção e ao mal extremos na humanidade daquela época. Deus, sendo moralmente perfeito, tem o direito de julgar o pecado. O Dilúvio não indica uma falha no plano de Deus, mas é um ato de julgamento justo. O uso de Noé e sua família para preservar a humanidade mostra a misericórdia de Deus em meio ao julgamento. A continuidade da presença do mal mesmo após o Dilúvio reflete o livre-arbítrio humano e a natureza decaída que persiste até a restauração final no plano divino.

3. Contradições Entre Deus e Jesus

Afirmação de Miranda: Miranda argumenta que o Deus do Antigo Testamento e Jesus no Novo Testamento possuem naturezas contraditórias, citando exemplos de violência e leis como a escravidão no Antigo Testamento, em contraste com o ensino de amor de Jesus.

Refutação Apologética: No contexto apologético, é importante entender a revelação progressiva na Bíblia. O Antigo Testamento reflete leis específicas para Israel em um contexto histórico e cultural particular, onde certas práticas eram regulamentadas para manter ordem e justiça em um ambiente hostil. Jesus, no Novo Testamento, não contradiz o caráter de Deus, mas cumpre e completa a revelação da justiça e misericórdia divina. Ele expande a compreensão do relacionamento com Deus e com o próximo, oferecendo um novo pacto. Craig e outros teólogos argumentam que há uma continuidade e um aprofundamento na revelação de Deus, que culmina na encarnação de Jesus.

4. As Variações e Alterações no Texto Bíblico

Afirmação de Miranda: Miranda sugere que a Bíblia foi alterada ao longo do tempo e que várias culturas influenciaram seu conteúdo, o que comprometeria sua autenticidade.

Refutação Apologética: A crítica textual mostra que, embora existam variações entre manuscritos antigos, a esmagadora maioria dessas variações é menor e não afeta o sentido teológico essencial dos textos. A vasta quantidade de manuscritos antigos permite que estudiosos reconstruam o texto original com grande precisão. Alegações de que a Bíblia foi “alterada” intencionalmente para incluir influências culturais, como o zoroastrismo ou o helenismo, não são sustentadas pela evidência acadêmica. Muitos eruditos, incluindo Craig, argumentam que o núcleo da fé e dos ensinamentos bíblicos permanece intacto e coerente através dos milênios.

5. Tradições e Traduções

Afirmação de Miranda: Ele critica o uso de traduções modernas que, segundo ele, “mentem” ao traduzir palavras de uma maneira que muda o sentido original, como “servo” em vez de “escravo”.

Refutação Apologética: As traduções bíblicas modernas são feitas com base em um exame cuidadoso dos manuscritos originais e são continuamente revisadas para refletir com precisão o significado dos textos antigos. A palavra “servo” em algumas traduções, por exemplo, visa capturar o contexto cultural e jurídico do termo hebraico e grego, que nem sempre correspondem à escravidão moderna. Em muitos casos, as traduções são equilibradas para transmitir o sentido original de forma inteligível para leitores contemporâneos. Craig e outros estudiosos ressaltam que, apesar de diferenças em termos e expressões, as traduções não comprometem o núcleo das doutrinas cristãs.

6. Contradições Internas e Duplicação de Histórias

Afirmação de Miranda: Ele menciona a duplicação de histórias, como as diferentes versões de eventos na vida de Saul e Davi, sugerindo que isso reflete contradições ou autores diferentes.

Refutação Apologética: A duplicação de histórias na Bíblia pode ser entendida à luz do contexto literário e teológico dos textos. A tradição oral e as diferentes perspectivas dos autores bíblicos refletem uma riqueza de narrativa que não anula a coerência dos temas centrais. Craig explica que essas variações refletem a natureza complexa da narrativa bíblica, onde múltiplas perspectivas podem coexistir sem comprometer a verdade teológica e a inspiração divina dos textos.

7. As Implicações do Mal Criado por Deus

Afirmação de Miranda: Ele aponta que, em alguns textos, Deus é descrito como o criador do mal, o que, segundo ele, contradiz a visão de um Deus moralmente perfeito.

Refutação Apologética: No hebraico, a palavra traduzida como “mal” em Isaías 45:7 pode significar calamidade ou desastre, em vez de mal moral. Assim, o versículo indica que Deus é soberano sobre todas as coisas, incluindo calamidades naturais, mas isso não implica que Ele seja o autor do mal moral. A visão cristã de Deus como moralmente perfeito não é contradita por Sua soberania sobre eventos naturais e históricos. Craig argumenta que essa interpretação é consistente com a visão bíblica de um Deus justo que usa eventos como meios de juízo ou correção, mas não como um agente do mal moral.

Conclusão

As afirmações de Antonio Miranda representam mal-entendidos comuns sobre a natureza da Bíblia e o contexto cultural e linguístico dos textos. Refutações apologéticas mostram que muitas das aparentes contradições e dificuldades interpretativas podem ser resolvidas por meio de um estudo mais profundo e cuidadoso.

Poderá ver o vídeo no youtube Aqui

Descubra mais sobre Logos Apologetica

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading