O tal “detetive da fé” tentou tomar as dores do Antonio Miranda, o teólogo reverso, e tentou defender seu pastor.
Com as mesmas alegações de sempre e logo tentando fazer ad hominem a mim tentando me desacreditar sem me conhecer, vamos responder suas alegações.
Vamos focar aqui principalmente entre Levítico 1,9 e Jeremias 7,22.
Lev 1:9 Lavarão as entranhas e as patas. E o sacerdote queimará tudo sobre o altar. É um holocausto: oferta queimada, de suave odor para Javé.
Jer 7:22 Pois quando tirei do Egito os antepassados de vocês, eu não falei nada nem dei ordem alguma sobre holocaustos e sacrifícios.
Contexto: Levítico 1 descreve as instruções detalhadas para os holocaustos, que eram parte do sistema sacrificial instituído por Deus após a aliança no Sinai (Êxodo 24). O holocausto era uma oferta voluntária para expressar devoção e expiação.
Interpretação: Aqui, Deus estabelece claramente os sacrifícios como parte do culto israelita, após a aliança no Sinai.
Contexto: Jeremias está criticando a hipocrisia do povo de Judá, que priorizava os sacrifícios rituais enquanto negligenciava a justiça, a misericórdia e a obediência a Deus (Jeremias 7:5-6). O profeta enfatiza que Deus não se agrada de sacrifícios quando o coração do povo está longe dEle.
Interpretação: Jeremias não está negando que Deus instituiu sacrifícios, mas está destacando que, no momento da libertação do Egito, o foco de Deus não era o sistema sacrificial, mas sim a obediência e o relacionamento com Ele (cf. Êxodo 19:5-6).
- Jeremias 7:22 diz que Deus não deu ordens sobre sacrifícios no dia em que tirou os israelitas do Egito.
- Levítico 1:9 descreve os sacrifícios como parte do sistema sacrificial instituído após a aliança no Sinai.
A aparente contradição surge porque:
- Jeremias se refere ao momento da libertação do Egito, quando Deus não havia dado instruções sobre sacrifícios.
- Levítico se refere ao período após a aliança no Sinai, quando Deus instituiu o sistema sacrificial.
- Contexto Histórico:
- No Êxodo, o foco inicial de Deus era estabelecer um relacionamento com Israel e libertá-lo da escravidão. Os sacrifícios só foram instituídos posteriormente, no Sinai, como parte da aliança (Êxodo 24).
- Jeremias 7:22 não nega a instituição dos sacrifícios, mas enfatiza que, no momento da libertação, o foco de Deus não era o ritual, mas a obediência e o compromisso com Ele.
- Ênfase Teológica:
- Jeremias critica a priorização errada dos sacrifícios em detrimento da justiça e da misericórdia. Ele não está negando a validade dos sacrifícios, mas sim condenando o uso hipócrita deles.
- Levítico 1:9 descreve os sacrifícios como uma expressão de devoção e expiação, quando realizados com o coração correto.
- Harmonização:
- Não há contradição real, mas uma diferença de ênfase. Jeremias está corrigindo uma distorção do culto, enquanto Levítico estabelece as normas para o culto legítimo.
Esta é uma daquelas passagens bíblicas difíceis de interpretar, pois o significado literal e superficial parece contradizer outras declarações claras da Bíblia. Jeremias parece negar que no Sinai Deus tenha dado instruções sobre ofertas e sacrifícios. Mas a sua linguagem não deve necessariamente ser entendida desta forma.
Em outras declarações do mesmo profeta fica claro que ele não nega a validade do sistema sacrificial (Jeremias 17:16; Jeremias 31:14; Jeremias 33:11, Jeremias 33:17-24). Como, então, esta afirmação deve ser entendida? Evidentemente, Jeremias está usando uma figura de linguagem: paradoxo. Compare duas ideias, para destacar uma e negar a outra.
Esta figura retórica também é usada em (1) Gênesis 45:8: José diz a seus irmãos que não foram eles que o enviaram ao Egito, mas Deus, embora evidentemente os irmãos tenham tido muito a ver com o que aconteceu. (2) Êxodo 16:8: Moisés diz à multidão rebelde que não estava murmurando contra ele, mas contra Deus, embora evidentemente suas queixas fossem claramente dirigidas contra Moisés.
Jesus usou um dispositivo semelhante (Lucas 14:26). Se estas palavras fossem interpretadas literalmente, deveria ser entendido que Jesus ordena aos homens que odeiem os seus parentes. Contudo, ele apenas procurou enfatizar que o amor de Deus deve superar o amor dos homens. Neste caso, “ódio” significa “amar menos”.
Esta passagem dá preeminência à obediência à lei moral sobre a obediência ao sistema cerimonial (cf. 1Sa 15:22; Salmos 51:16-17). Os ritos visíveis pretendiam ajudar a manter a obediência sincera (Dt 6:1-3), mas nunca deveriam substituir a santidade do coração. Deus nunca havia falado no Sinai sobre o tipo de adoração que os contemporâneos de Jeremias Lhe prestavam!
Imagine que você tem um amigo que sempre te dá presentes caros, mas nunca tem tempo para você, não te ouve e até te trata mal. Você poderia dizer: “Eu não quero presentes, eu quero sua amizade de verdade!” Isso não significa que os presentes sejam ruins, mas que, sem um relacionamento sincero, eles perdem o sentido.
É isso que Jeremias está dizendo. Deus não está rejeitando os sacrifícios em si, mas está mostrando que, sem um coração sincero, eles não têm valor.
Não há uma contradição direta entre Jeremias 7:22 e Levítico 1:9. Jeremias não está negando a instituição dos sacrifícios, mas está criticando a priorização errada deles e lembrando que, no momento da libertação do Egito, o foco de Deus era a obediência e o relacionamento, não os rituais. Levítico, por sua vez, descreve o sistema sacrificial instituído posteriormente, no contexto da aliança no Sinai.
Portanto, a aparente contradição é resolvida quando se considera o contexto histórico e a ênfase teológica de cada texto.
Não é isso que as escrituras dizem. Jeremias 7:22 diz: Pois quando tirei seus antepassados do Egito, eu não APENAS dei a eles ordens sobre holocaustos e sacrifícios, mas dei a eles esta ordem: Obedeçam-me e eu serei seu Deus e vocês serão meu povo.
- John Bright, em seu comentário sobre Jeremias, explica que o profeta não está negando a instituição dos sacrifícios, mas sim criticando a forma como o povo os utilizava, sem um coração sincero.
- R.K. Harrison, em “Introduction to the Old Testament”, destaca que os sacrifícios eram um meio, não um fim em si mesmos. A ênfase de Jeremias está no coração do adorador, não na abolição dos rituais.
Um último ponto é que, mais tarde, nas sinagogas, Jeremias 7:22 era lido no final da leitura de Levítico 6 a 8. Se Jeremias 7:22 fosse realmente uma condenação clara dos sacrifícios, como seria possível que ele fosse anexado ao final de uma liturgia judaica que dá instruções para esses sacrifícios?
Minha tese é que Jeremias, nesta passagem, está usando um tipo de idioma projetado para chamar a atenção dos ouvintes e fazer com que sua mensagem seja notada e lembrada. O uso da palavra “não”, como eu vejo, é o que alguns estudiosos chamam de “idioma de negação”, usado para destacar que a postura interna é mais importante que o ritual externo. Ao expressar a questão em termos de negação, o leitor primeiro fica chocado, mas depois percebe, a partir das advertências seguintes, qual é o ponto real, que é expresso de forma mais direta em 1 Samuel 15:22.
Apresentei essa visão ao meu oponente ateu fundamentalista, que simplesmente a descartou, dizendo que eu estava tentando argumentar que “a Bíblia não significa realmente o que diz claramente”. Bem, sim, é claro que qualquer idioma nunca significa literalmente o que diz. Mas, como demonstração de como pesquisar uma questão como essa e de quão pouca pesquisa e pensamento crítico os ateus fundamentalistas fazem antes de tirar conclusões, vou explicar como cheguei à minha conclusão.
Então, aqui está o que encontrei nos comentários:
- Há paralelos exatos e claros tanto na língua árabe quanto no Antigo Testamento.
- Há paralelos gerais claros para o uso de figuras de linguagem e ironia em outras línguas antigas.
- Jeremias 7:22 era pareado com Levítico nos serviços da sinagoga.
- Não há como uma contradição tão flagrante ter passado pelas mãos dos editores, e não há evidências históricas ou outras para a existência de partidos anti-Moisés.
Em resposta, os ateus fundamentalistas dizem que isso é motivo suficiente para ler Jeremias 7:22 literalmente: “Deus não aprovou sacrifícios”. Sim, mas quem você acha que tem o melhor argumento? Até a próxima!
A outra alegada contradição é a Punição dos Filhos pelos Pecados dos Pais: Êxodo 20:5 vs. Deuteronômio 24:16. O ateísta alega que faço malabarismo mas é ele quem faz uma análise simplista e rasa.
Esta aparente ameaça perturbou alguns que vêem nela a manifestação de um espírito vingativo. Contudo, deve ser feita uma distinção entre os resultados naturais do comportamento pecaminoso e a punição que é infligida por causa dele (PP 313). Deus não pune um indivíduo pelas más ações de outro (Ez 18:2-24). Cada homem é responsável diante de Deus apenas pelas suas próprias ações. Ao mesmo tempo, Deus não altera as leis da herança para proteger uma geração dos crimes dos seus pais, pois isso não corresponderia ao carácter divino e à forma como trata os homens. A justiça divina visita a ‘maldade’ de uma geração após a seguinte apenas através daquelas leis de herança que foram ordenadas pelo Criador no início (Gn 1:21, Gn 1:24, Gn 1:25).
Entre os pagãos não era incomum condenar uma família inteira por causa do crime de um de seus membros (ver Dan_6:24). Deus quer que o próprio transgressor suporte a punição completa do seu crime (2Rs 14:6; Ez 18:10-24). Nas Escrituras é feita uma distinção clara entre o castigo infligido por uma ação má, como nesta passagem (ver também Romanos 6:23), e os resultados naturais de tal ação (Êxodo 20:5).
Ninguém pode escapar completamente das consequências da dissipação, da doença, da libertinagem, da má conduta, da ignorância e dos maus hábitos transmitidos pelas gerações anteriores. Os descendentes de idólatras degradados e os descendentes de homens maus e perversos geralmente começam a vida com os defeitos causados pelos pecados de ordem física e moral, e colhem os frutos das sementes lançadas por seus pais. A delinquência juvenil prova a verdade do segundo mandamento. O ambiente também tem um efeito notável em cada geração jovem. Mas como Deus é bondoso e justo, podemos confiar que ele tratará cada pessoa com justiça, levando em conta a influência sobre o caráter dos defeitos congênitos, das predisposições herdadas e da influência de ambientes anteriores. Sua justiça e misericórdia exigem isso (Salmos 87:6; Lucas 12:47-48; João 15:22; Atos 17:30; 2Co 8:12). Ao mesmo tempo, nosso objetivo é ser vitorioso sobre toda tendência herdada e cultivada para o mal (ver PVGM 255, 264, 265, ed. P.P.; DTG 625).
Deus “visita” ou “prescreve” os resultados da iniqüidade, não para se vingar, mas para ensinar aos pecadores que a conduta errada 615 produz inevitavelmente resultados tristes.
Aqueles que me odeiam.
Ou seja, aqueles que, embora conheçam a Deus, recusam-se a servi-Lo. Colocar nossas afeições em falsos deuses de qualquer tipo, colocar nossa confiança em qualquer coisa que não seja o Senhor, é “odiá-Lo”. Aqueles que o fazem inevitavelmente causam dificuldades e sofrimento não só a si próprios, mas também aos que os sucedem. Os pais que colocam Deus em primeiro lugar, por assim dizer, também colocam os filhos em primeiro lugar. O uso da palavra vigorosa “ódio”, tipicamente oriental, serve para expressar a mais profunda desaprovação. Tudo o que um homem precisa fazer para se classificar entre aqueles que ‘odeia’ a Deus é amá-Lo menos do que ama outras pessoas ou coisas (Lucas 14:26; Romanos 9:13).
Poderá ver o vídeo no youtube Aqui