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Desmascarando o “Contradições da Bíblia”: O Nada a Ver de Mateus – I

ContraO texto original está em azul e minhas respostas em preto.

No início do evangelho de Mateus temos a seguinte afirmação:

 “Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta, que diz;Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, Que traduzido é: Deus conosco” – Mateus 1:22,23

Mateus cita uma passagem em Isaías que, como veremos, nada tem a ver com um Messias como Jesus:

A velha estorieta da tradução hebraica entre “jovem” e “virgem” e de quem o texto está falando. Vamos lá.

Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel. (trecho retirado do contexto por Mateus)

Vamos logo ver a alegação do autor deste texto, que é semelhante a esta, do rabino Horowitz: “Vocês, cristãos, entenderam tudo errado! Este verso trata da esposa do Rei Acaz, e seu filho, Ezequias!” Como o rabino, o erudito cristão Walter Kaiser acredita que Isaías 7,14 fala de Ezequias. Gleason Archer, Ray Ortlund, Robert Chisholm, John Joseph Owens e outros acreditam que Isaías 7,14 fala de Maher-shalal-hash-baz.

Assim, com uma leitura honesta, facilmente vemos que o menino Emanuel seria um sinal para o Rei Acaz de que Deus estaria ao seu lado (“Deus Convosco”) em um conflito contra dois reinos vizinhos, ocorrido cerca de 700 anos antes de Cristo. Vários são os problemas para adequar essa profecia a Jesus:

* A palavra “virgem” foi má traduzida do hebraico para o grego. A tradução apropriada é “jovem mulher”, como de fato podemos ver em algumas traduções;

Isaías predisse que o Messias, ou Cristo, nasceria de uma virgem. Após descrever as circunstâncias milagrosas do nascimento de Jesus, o apóstolo Mateus escreveu: “Tudo isso aconteceu realmente para que se cumprisse o que fora falado por Deus por intermédio do seu profeta, dizendo: ‘Eis que a virgem ficará grávida e dará à luz um filho.’” (Mateus 1,22, 23; Isaías 7,14) Isaías também predisse que o Cristo descenderia de Davi, mencionando especificamente Jessé, pai de Davi. De fato, Jesus foi descendente direto de Davi. (Mateus 1,6, 16; Lucas 3,23, 31, 32) Assim, antes do nascimento de Jesus, o anjo Gabriel disse à Maria, mãe de Jesus: “Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai.” — Lucas 1,32-33; Isaías 11,1-5, 10; Romanos 15,12.
Embora a palavra hebraica bethuláh signifique “virgem”, outro termo [ʽalmáh] ocorre em Isaías 7:14: “Eis que a própria donzela [haʽalmáh] ficará realmente grávida e dará à luz um filho, e ela há de chamá-lo pelo nome de Emanuel.” A palavra ʽalmáh significa “donzela” e pode aplicar-se tanto a uma não-virgem como a uma virgem. É aplicada à “donzela” Rebeca antes do casamento, quando ela também foi chamada de “virgem” (bethuláh). (Gên 24,16.43) Mateus, sob inspiração divina, empregou a palavra grega parthénos (virgem) quando mostrou que Isaías 7,14 teve cumprimento final em relação com o nascimento virginal de Jesus, o Messias. Tanto Mateus como Lucas declaram expressamente que Maria, mãe de Jesus, era então uma virgem que ficou grávida pela operação do Espírito Santo de Deus. — Mt 1,18-25; Lu 1,26-35.
A palavra para virgem aqui foi cuidadosamente  escolhida.  Etimologicamente  ‘almâ  não  significa necessariamente  uma  virgo  intacta  (virgem  intacta).  Contudo,  no  uso real das Escrituras Hebraicas, só se refere a uma virgem casta e solteira (até  onde  o  contexto  o  prova).  Isto  se  encaixa  bem na mãe  em
perspectiva mencionada nesta situação. Julgando de 8:1-4, a mãe típica era uma profetiza que veio a ser a esposa de Isaías pouco tempo depois desta  profecia  ter  sido  pronunciada.  Portanto  ela  era  uma  virgem  no tempo em que esta promessa foi feita. Ela serve como figura da Virgem Maria, que  permaneceu virgem até mesmo depois da milagrosa conceição pelo Espírito Santo. O filho desta profecia, de  maneira correspondente, era uma figura do Emanuel Messiânico, conforme logo veremos em muitos outros artigos do Logos.

* Jesus nunca foi chamado por Emanuel;

Este nome não era uma mera denominação, já que nem o filho aqui em Isaías, nem Jesus Cristo, foram literalmente chamados assim, mas sim descreve seus atributos manifestos, seu caráter (como Is 9,6). O nome em seu próprio destino não foi arbitrário, mas foi uma característica do indivíduo. O fato desses ateístas não entenderem o estilo de linguagem de tipo e antítipo nas Escrituras é os fazem cometer esses tipos de equívocos.
Finalmente, Mateus esclarece uso de Deus do “nome” Emanuel na passagem em que ele cita Isaías 7,14. Imediatamente antes e depois de Mateus lembrar a seus leitores da profecia sobre o nome do Messias sendo “Emanuel” (1,23), ele observou como José iria chamar (01,21) e chamou (1,25) o Messias por “Seu nome Jesus.” O fato de que Mateus escreveu sobre o “nome” do Messias ser “Emanuel”no versículo 23, mas “Jesus” nos versículos 21 e 25, mostra claramente que Mateus compreendeu que um nome (Jesus) era um nome próprio, literal, enquanto o outro (Emanuel), era similar ao título de Jesus “Cristo”, que caracteriza a sua essência.

* Sendo supostamente divino e sem pecado, Jesus não precisaria saber “rejeitar o mal e escolher o bem”;

Estas eram boas novas para quem quer que temesse que os invasores acabariam com a dinastia davídica. “Emanuel” significa “Conosco Está Deus”. Deus estava com Judá e não permitiria a anulação de Seu pacto com Davi. Ademais, Acaz e seu povo foram informados não só a respeito do que Deus faria, mas também de quando o faria. Antes que o menino Emanuel tivesse idade suficiente para distinguir entre o bem e o mal, as nações inimigas seriam destruídas. E isso aconteceu! Foi o tipo de Jesus. Notem estes fatos:

 

  1. O sinal não foi dado simplesmente para Acaz, mas à “casa de Davi”. Os inimigos de Judá estavam tentando derrotar Judá e substituir a linhagem de Davi. Deus quis dar a Acaz um sinal miraculoso de grande importância (Isaías 07,11), mostrando que nunca iria acontecer, mas Acaz não iria acreditar. Então, Deus deu o seu próprio sinal inacreditavelmente verdadeiro (ainda desacreditado hoje por muitos) que uma almah tanto conceberia e entregaria uma criança. Agora não há absolutamente nada de estranho ou milagroso em uma jovem conceber e entregar uma criança, mas se uma virgem (também um possível significado de almah) concebesse e entregasse, isto seria milagroso. Enquanto Mahershalalhashbaz pode ser um candidato para Acaz, não poderia ser um sinal da “casa de Davi” real ou a linha de ninguém, que tinha direito a esse trono. Portanto, um cumprimento maior e futuro é necessário, e assim como o “cumprimento” da profecia era do tipo que Acaz tinha que “olhar para trás” para ver a mão de Deus sobre os eventos que ocorreram, assim também, quando Jesus nasceu, é preciso “olhar para trás” para observar o cumprimento da profecia. Deus prometeu a “linha de Davi” que ninguém com sucesso a substituiria. Mesmo quando os hasmoneus (apenas listado como um rei de Israel no Talmud) e os herodianos que depois governaram sobre os judeus, os judeus ficaram esperando para o Messias, o Filho de Davi, para chegar e assumir o trono.
  2. Mahershalalhashbaz não poderia ser o primeiro sinal, porque Isaías 08,08 mostra que o rei da Assíria entra na terra de Emanuel. Isto é, Emanuel é Senhor e Rei da terra dos judeus. Nenhum filho de Isaías foi rei. Deus, ele mesmo é o Rei da terra e é representado nas pessoas dos reis de Judá e Israel, assim, o que implica que Emanuel em Isaías 7,14 é Deus. Além disso, a profecia de Isaías 8 estende em Isaías 9 ao verso 6 e depois. Há Emanuel em Isaías 9,6 e em Isaías 8 é a criança que nasce, o filho dado e o governo está sobre os seus ombros, mostrando que ele é da linhagem de Davi e não o filho de Isaías (o sinal próximo).

 

A Bíblia não diz quem eram os pais de Emanuel. Mas, visto que o jovem Emanuel serviria como sinal, e Isaías disse mais tarde que ele e seus filhos ‘eram como sinais’, Emanuel talvez tivesse sido filho desse profeta. (Isaías 8,18) Talvez Deus tenha deixado incerta a identidade de Emanuel nos dias de Acaz para que as gerações futuras não desviassem sua atenção do Emanuel Maior. Quem seria? Jesus, claro.

* Na época de Jesus, o cenário geopolítico era bem diferente. Não havia um rei sírio e um rei israelita ameaçando Judá para serem eliminados “antes que este menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem”, como prometido no verso 16.

Novamente, a péssima e simplória análise desses céticos não lhes permite entender o tipo e antítipo, que é vastamente usado nas Escrituras. Alguns comentaristas judeus do passado supunham que a “virgem” foi a esposa de Acaz e que o filho, que devia nascer, referia-se a Ezequias. Esta é a opinião dos comentaristas modernos judeus em geral. Esta interpretação prevaleceu entre os judeus na época do Justino. Mas isso foi facilmente demonstrado falso por S. Jerônimo. Acaz reinou 16 anos em Jerusalém, mas IIRs 17,02 mostra que Ezequias tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar e IIRs 18,02 mostra, claro, que não tinha menos de nove anos de idade, quando esta profecia foi entregue.
A referência ao Messias, na profecia, concorda bem com o estilo de forma de Isaías.
Acaz temia a extinção do seu reino, e a anexação “permanente” de Jerusalém para a Síria e Samaria. Isaías disse a ele que isso não poderia ocorrer, e ofereceu uma demonstração de que, em “poucos anos” a terra seria abandonada por seus dois reis. “Em outro terreno isto não poderia acontecer.” O povo de Deus estava a salvo. Seu reino não poderia ser destruído permanentemente. Ele deveria continuar até que o Messias viesse, e os olhos do profeta, em acordo com seu costume, olhava para o evento futuro, e ele tornou-se “totalmente” absorvido na sua contemplação, e a profecia está terminada {#Is 9, 1-7} por uma descrição das características da luz que ele viu em tempos futuros crescentes na escuro Galiléia, {Isa 9,1-2} e que a criança deveria nascer de uma virgem.

 Haveria ainda outras considerações, mas essas bastam para mostrar a extrema distorção feita por Mateus.  .Versão: Almeida Corrigida e Revisada Fiel

Não. Basta para mostrar como esses céticos e ateus de Facebook são simplistas em suas análises. Utilizam muitas vezes de uma retória plana e de fraca análise, sem se preocuparem com outros indícios e demonstrações que iriam pôr suas alegações abaixo. No Logos vamos constantemente evidenciar como são, em grande parte, simplistas em suas alegações.

Haverá muitos e muitos artigos aqui no site sobre este tema (como dissemos, este artigo não foi exaustivo e sim só uma resposta a essa alegação do CDB e outros como este grupo). Sempre teremos excelente material bem completo de defesa bíblica e resposta/refutações aos críticos.

 

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