Mais uma vez vamos desmascarar o mentiroso e falacioso Antonio Miranda com suas alegações pseudo-históricas e tentando enganar incaultos.
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Ele alega que o livro “Historicidade de Jesus”, de Richard Carrier, um miticista ateísta, é acadêmico. Vamos ver se realmente são aceitas pela academia e se é levado à sério.
As discussões sobre a existência histórica de Jesus de Nazaré sempre atraíram interesse acadêmico e público. Um dos nomes mais controversos nesse debate é o do historiador americano Richard Carrier, defensor do miticismo, ou seja, a tese de que Jesus nunca existiu como figura histórica. Mas afinal, as ideias de Richard Carrier são aceitas pela comunidade acadêmica? Seus trabalhos foram revisados por pares? Neste artigo, exploramos essa questão com profundidade e base em fontes confiáveis.
Quem é Richard Carrier?
Richard Carrier possui doutorado em História Antiga pela Columbia University e se especializou na história do cristianismo primitivo e do Império Romano. Carrier é conhecido principalmente por sua defesa do miticismo de Jesus, posição minoritária segundo a qual Jesus não foi um homem histórico, mas sim uma figura mítica criada com base em elementos religiosos e culturais da época.
Sua obra mais conhecida é o livro “On the Historicity of Jesus: Why We Might Have Reason for Doubt” (2014), onde apresenta argumentos técnicos e probabilísticos, utilizando inclusive métodos bayesianos, para sustentar sua tese de que a existência de Jesus é improvável.
As Ideias de Richard Carrier São Revisadas Por Pares?
Sim, o livro “On the Historicity of Jesus” foi publicado por uma editora acadêmica com revisão por pares: a Sheffield Phoenix Press, conhecida por publicar obras sobre estudos bíblicos. No entanto, vale ressaltar que esta editora, apesar de acadêmica, é pequena e independente, e a revisão por pares nesse caso não se deu em periódicos de alto impacto.
Além disso, embora alguns acadêmicos tenham reconhecido o esforço intelectual de Carrier, a maioria dos estudiosos do Novo Testamento e da história antiga discorda de suas conclusões.
A alegação de Antônio Miranda de que seu livro On the Historicity of Jesus foi revisado por pares não é sustentada por evidências acadêmicas reconhecidas. Após uma análise cuidadosa, observa-se que o livro não foi publicado por uma editora acadêmica de renome, nem passou por um processo formal de revisão por pares.
A publicação do livro ocorreu por meio de uma editora independente, sem o envolvimento de especialistas da área para avaliar a qualidade e a precisão do conteúdo. Além disso, a ausência de citações em periódicos acadêmicos respeitados e a falta de reconhecimento por parte de estudiosos da área reforçam a ideia de que o livro não passou por uma revisão por pares adequada.
Portanto, é fundamental que os leitores estejam cientes de que as alegações de revisão por pares feitas por Antônio Miranda não são respaldadas por evidências acadêmicas confiáveis. Para uma compreensão mais aprofundada e fundamentada sobre o tema, recomenda-se consultar obras publicadas por editoras acadêmicas reconhecidas e que passaram por processos formais de revisão por pares.
O Que Diz a Comunidade Acadêmica?
A posição predominante entre historiadores e estudiosos do cristianismo primitivo é que Jesus foi uma figura histórica real, embora haja debates sobre os detalhes da sua vida e ensinamentos. Autores como Bart Ehrman, Maurice Casey, James D.G. Dunn, E.P. Sanders e N.T. Wright sustentam que há evidências suficientes para concluir que Jesus existiu historicamente.
O próprio Bart Ehrman, que é agnóstico e crítico do cristianismo tradicional, publicou o livro “Did Jesus Exist?” (2012) em resposta direta a autores miticistas como Carrier. Ehrman afirma que o consenso esmagador entre estudiosos é que Jesus existiu, mesmo que os relatos sobre ele contenham elementos teológicos.
Tanto os classicistas quanto os estudiosos bíblicos concordam que há uma base histórica para uma pessoa chamada Jesus de Nazaré. [ 87 ] [ 9 ] Escrevendo em 2004, Michael Grant declarou: “Nos últimos anos, ‘nenhum estudioso sério se aventurou a postular a não historicidade de Jesus’ ou, pelo menos, muito poucos, e eles não conseguiram descartar as evidências muito mais fortes, na verdade, muito abundantes, em contrário.” [ 88 ] Mais recentemente, Patrick Gray postulou: “Que Jesus de fato andou na face da terra no primeiro século não é mais seriamente questionado, mesmo por aqueles que acreditam que muito pouco sobre sua vida ou morte pode ser conhecido com certeza.” [ i ] [ 89 ] Os defensores da crença de que um Jesus histórico não existiu são frequentemente descartados como “teorias marginais” dentro dos estudos clássicos. [ 90 ]
A historicidade de Jesus foi avaliada de maneira positiva pelo colaborador e colega miticista Raphael Lataster, em um artigo no Journal of Religious History. Lataster concorda com a ideia de que, de acordo com os evangelhos, “Jesus se encaixa quase perfeitamente” no modelo mitológico de Rank-Raglan e observa que não há uma figura histórica confirmada que se alinhe completamente com esse mitótipo.
No entanto, a maioria dos estudiosos contemporâneos tem criticado tanto a metodologia quanto as conclusões de Carrier. James F. McGrath argumenta que Carrier faz um uso indevido dos critérios de Rank e Raglan, ajustando-os de maneira a fazer com que Jesus tenha uma pontuação alta no mitótipo [ 93 ]. Por sua vez, Christopher Hansen também critica Carrier por manipular a escala de Raglan, fazendo com que Jesus pareça mais alinhado com o modelo mitológico ao atribuir-lhe uma pontuação alta, enquanto outros pesquisadores o classificaram como mais histórico, com uma pontuação baixa. Hansen acrescenta que, ao analisar diversas figuras históricas, percebe-se que “figuras históricas frequentemente atingem doze ou mais pontos no arquétipo Raglan”, o que coloca em questionamento a utilidade da escala de Raglan na avaliação da historicidade de uma figura.
Principais Críticas Acadêmicas às Teses de Carrier
As críticas às ideias de Carrier vêm de diversos pontos:
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Uso do Teorema de Bayes: Carrier aplica métodos estatísticos complexos ao campo da história, o que muitos estudiosos consideram inadequado, pois a história não lida com probabilidades matemáticas absolutas, mas sim com análise de fontes e contexto.
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Seleção tendenciosa de evidências: Acadêmicos apontam que Carrier tende a selecionar evidências que favorecem sua tese e a minimizar ou desconsiderar fontes contrárias, como os testemunhos paulinos e os evangelhos, vistos por ele como altamente mitológicos.
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Desconsideração do consenso: Carrier desafia não apenas a visão tradicional, mas também o consenso acadêmico estabelecido com base em décadas (ou séculos) de pesquisa crítica.
Carrier Está Isolado na Academia?
Embora Carrier tenha uma formação acadêmica sólida, ele é visto como uma figura marginal nos estudos do Novo Testamento. Suas ideias encontram mais eco em círculos céticos e ateístas, como em blogs, fóruns e canais no YouTube, do que em departamentos universitários e congressos acadêmicos respeitados.
É importante destacar que não é impossível que um ponto de vista minoritário esteja certo; no entanto, o ônus da prova está com quem desafia o consenso, e a maioria dos especialistas considera que Carrier ainda não apresentou evidências suficientes para mudar a opinião dominante.
Conclusão: As Teses de Carrier São Aceitas Academicamente?
Não. As ideias de Richard Carrier sobre o Jesus mítico não são aceitas pela maioria dos estudiosos da área. Embora ele tenha publicado obras revisadas por pares, o consenso acadêmico continua sendo que Jesus foi uma figura histórica real. O trabalho de Carrier é importante para o debate, mas permanece uma posição minoritária, muitas vezes criticada por falhas metodológicas e por extrapolações indevidas.
Para quem deseja compreender melhor o tema, é recomendável conhecer tanto os autores críticos (como Carrier) quanto os defensores do Jesus histórico, como Bart Ehrman, E.P. Sanders e outros, formando assim uma visão equilibrada e fundamentada academicamente.
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