Alguns “teólogos” atuais estão pervertendo histórias bíblicas para promover a sua agenda. Não podemos deixá-los sequestrar o Evangelho.
Algumas semanas atrás, quando abordava o tema da homossexualidade, um leitor postou um comentário em nosso fórum sugerindo que o bíblico rei Davi e seu amigo Jonatas eram amantes homossexuais. Depois que alguns outros leitores questionaram essa interpretação, outro leitor repetiu a afirmação: “a Bíblia é clara que Davi e Jonatas eram sexuais, amantes homossexuais físicos, homossexuais masculinos”, esta pessoa escreveu com autoridade – sem citar um capítulo e versículo.
A maioria dos cristãos ficariam de queixo caído com essa confusão, se confrontado com uma teoria tão estranha. Mesmo as pessoas com conhecimento mínimo do Antigo Testamento sabem que (1) Davi era casado com a irmã de Jonatas, Mical, e tinha algumas outras esposas, e (2) o maior erro de Davi foi seu relacionamento adúltero com Bate-Seba, uma mulher a qual viu se banhando em um telhado. Deus não estava feliz com a luxúria de Davi ou com sua decisão de ter colocado em perigo de morte o marido de Bate-Seba para que pudesse esconder seu pecado.
É ilógico ler homossexualidade na história de Davi e Jonatas, porque nem a tradição cristã nem a judia apoia o sexo fora dos limites do casamento heterossexual. Se você ler a Bíblia do Gênesis ao Apocalipse, nunca verá uma representação de um relacionamento gay, nunca. Nem vai ver a homossexualidade afirmada. Você não pode se retirar do fato de que a Bíblia diz que o sexo gay é totalmente errado.
Mas isso não significa que as pessoas não vão tentar mudar o sentido das Escrituras. “Teólogos”, tanto católicos e protestantes, escreveram livros, alegando que vários personagens bíblicos eram gays. Sugeriram que Rute e Noemi eram amantes lésbicas, que o centurião romano em Mateus 8 teve um relacionamento gay com seu servo, e que o discípulo João teve uma relação homoerótica com Jesus.
“Teólogos” de afirmação gay também se lançaram sobre a história de Davi e Jonatas. Eles apontam para as palavras de Davi em 2 Samuel 1,26, quando elogiou Jonatas e Saul: “Angustiado estou por ti, meu irmão Jonatas; você tem sido muito agradável para mim. Seu amor a mim era mais maravilhoso do que o amor das mulheres” (ARA).
Então, como vamos interpretar esse versículo? Precisamos manter estes pontos em mente:
1. A moralidade do Antigo Testamento não mudou. A nossa cultura hoje está redefinindo a sexualidade. Fizemos do assassinato de bebês um direito, celebramos a prostituição e estamos em uma corrida louca para legitimar o casamento gay. Mas mesmo com toda a flexão, torção e redefinição legal, não podemos mudar o que estava escrito biblicamente há milhares de anos. É bobagem fazer a Bíblia implicar algo que nunca disse. E é ridículo sugerir que Davi, o autor de muitos dos salmos – e a figura bíblica que melhor representa um verdadeiro adorador do único e verdadeiro Deus, seria reformulado como tendo um relacionamento gay.
Judeus conservadores em nosso país concordam. O Conselho Rabínico da América (RCA), o maior corpo estadunidense de judeus ortodoxos, recentemente reafirmou seu compromisso com a moralidade do Velho Testamento. A RCA recentemente declarou: “A Torá e tradição judaica, com a maior clareza dos termos, proibe a prática da homossexualidade. As uniões entre pessoas do mesmo sexo são contra a letra e o espírito da lei judaica, que sancionam somente a união de um homem e uma mulher em matrimônio”. Sacerdotes judeus no tempo de Davi e Jonatas tiveram a mesma opinião.
2. Davi e Jônatas tinha um modelo de amizade. A Escritura diz Jonatas amava Davi “como a si mesmo” (1 Sam. 18,3). O amor de Jônatas foi abnegado e heróico. Mesmo que ele estava na fila para ser o próximo rei de Israel, reconheceu o importante papel que Davi iria desempenhar e Jonatas não apenas comemorou seu amigo como o legítimo rei, mas também o protegeu dos ataques e críticas de seu pai.
O amor de Jonatas não era luxúria. Era o máximo em sacrifício. Ele cedeu seus direitos para que seu amigo pudesse ser promovido. Opôs-se obstinadamente à ambição de seu pai e afirmou que Davi deveria ser o verdadeiro rei. Jonatas nos mostrou como ser um verdadeiro amigo. O comentário de Davi de que o amor de seu amigo era “mais maravilhoso do que o amor das mulheres” não era sexual – ele estava elogiando a lealdade e devoção fraternal de Jonatas.
3. Devemos incentivar amizades saudáveis do sexo masculino, em vez de sexualizá-las. Em nossa cultura órfã, os homens estão sedentos de afirmação e encorajamento. Deus fez os homens precisarem de amigos, mas poucos de nós estão dispostos a construir esses tipos de relacionamentos por causa da insegurança, inferioridade ou orgulho. Muitos estão sós, isolados e com medo de admitir que precisam de ajuda. Alguns podem até lutar com confusão sexual, mas poderiam encontrar a cura através de uma combinação do poder do Espírito Santo e a ligação masculina saudável. A Igreja atual deve fazer todo o possível para incentivar amizades masculinas.
É extremamente perverso, para não mencionar blasfemo – sugerir que qualquer coisa sexual estava acontecendo entre Davi e Jonatas. No entanto, suspeito que os líderes do movimento de afirmação da “igreja” gay vão continuar com exemplos mais bizarros de torcer as Escrituras, a fim de promover a sua agenda. Não podemos permitir-lhes roubar a pureza do Evangelho.
Fonte: http://www.charismamag.com/blogs/fire-in-my-bones/17945-how-i-know-david-and-jonathan-weren-t-gay
Tradução: Emerson de Oliveira