Deu na mídia toda, nos últimos dias: a Êxodo Internacional, “uma campanha para igrejas, pessoas e famílias que oferece uma orientação bíblica sobre atração homossexual”, anunciou seu fim. Além disso, Alan Chambers, o seu presidente, tratou de pedir desculpas pela “vergonha” e “trauma” que a organização causou.
Chambers quase que deixou pra lá suas opiniões sobre as Escrituras a respeito de sexualidade: “não posso me desculpar por minhas visões profundas em relação às maneiras que o sexo é tratado nos escritos, mas eu vou tomar muito cuidado sobre o que eu faço com as minhas conclusões e ter muito respeito pelos que não concordam comigo. Eu não posso me desculpar pelo que eu acredito a respeito do casamento” ele disse.
Chambers continuou: “Mais importante, eu sinto muito por tantos terem considerado essa rejeição pelos Cristãos como sendo uma rejeição de Deus. Eu sinto muito, profundamente, por muitos terem abandonado a fé e alguns terem escolhido o suicídio. Pelo resto da minha vida eu vou declamar nada além da verdade total do evangelho, da sua graça, misericórdia e o convite aberto a todos que vierem ao conluio inseparável com o Deus todo-poderoso”.
Eu não conheço tanto sobre Chambers e sua empreitada pra comentar os detalhes dessas desculpas, mas cabem algumas observações.
Primeiro, pelo que eu li, Êxodo Internacional era parte do movimento “cura gay”, oferecendo o que era chamado “terapia gay”, com o mérito de mudar a orientação sexual das pessoas, de homossexual para heterossexual. Pessoalmente eu creio que é um erro grande usar palavras como cura e terapia nesse contexto porque implicam claramente a homossexualidade como desordem ou doença. Já já eu explico mais.
Segundo, apesar de eu não poder falar de “rejeição religiosa” que Chambers cita (já que eu não sei sobre o quê ele se refere especificamente) , eu espero mesmo que não seja o mero ativismo político dos Cristãos contra a legalização do casamento homossexual. Eu estou certo que também possa ser o que ele quer dizer, pelo menos em parte. Chambers dá uma pista: “Eu não tenho vontade nenhuma de lutar contra você pelas suas crenças ou os direitos que você procura. Minhas crenças sobre esses coisas nunca irão interferir de novo com o mandamento divino de amar o próximo como a mim mesmo”.
Essa última sentença parece ser uma redenção total à agenda gay e também sugere que para amar o próximo você deva simpatizar ou concordar com tudo que façam ou queiram fazer. Como Rick Warren viu recentemente, isso não tem sentido: “você não pode comprometer convicções para ter compaixão”. Eu acrescentaria que compaixão não é necessariamente óbvia quando nos dispomos num ativismo político em desfavor de alguém.
Não vou demorar aqui tentando provar ao leitor que a Bíblia condena o homossexualismo. Qualquer um que ler a Bíblia direito vai ver que é um fato inegável. Você vai ver, eu acho, que a maioria dos Evangélicos vai te respeitar mais se você disser que não acredita ou não concorda com a Bíblia do que se você misturar com interpretações liberais. Os Evangélicos ficam de saco cheio com aqueles que dizem a eles que a Bíblia, na verdade, não diz o que diz claramente. Mas, de qualquer maneira, vai aqui umas passagens pra consideração: Levítico 18,22, 20,13, Romanos 1,26-27, I Coríntios 6,9, Judas 1,6-7.
Homossexualismo não é um padecimento mental. Não é uma doença nem desordem. É um pecado. É errado aos olhos de Deus. É isso. Ponto.
Quando consideramos isso seriamente por um tempo, muitas coisas relacionadas aparecem. Por exemplo, o debate sem fim sobre se o homossexualismo é genético ou natural em oposição a ser aprendido, desenvolvido ou escolhido: quem se importa se alguma coisa pareça ser “natural” nesse mundo de pecado? Eu retrucaria que criaturas com a natureza pecadora como nós achamos muita maldade como sendo natural. Parece “natural” dizer sempre a verdade? Parece natural sempre estar completamente fiel em pensamento, na palavra e votos com o cônjuge? Parece “natural” não cobiçar? A resposta é óbvia.
Kant observou que toda a moralidade pressupõe a existência de Deus. E Deus revelou por Sua palavra o quê Seus padrões morais são, mesmo num mundo terreno cheio de criaturas que possuem natureza pecadora. É ao quê precisamos nos ater. Não a terapia. Não a curas. Mas, em vez disso, fazendo aquilo que é bom e favorável aos olhos de Deus mesmo em face de desejos contrários poderosos que se possa ter. Ninguém diz que é fácil. É uma luta terrível que até mesmo o apóstolo Paulo teve, como ele menciona em Romanos, capítulo 7.
No mais, eu estou convencido que a valorização da noção que a homossexualidade seja aceitável e que o casamento homossexual deva ser legalizado é só o primeiro passo. O próximo passo será assegurar que qualquer pessoa que fale em público contra a homossexualidade sofrerá acusação de crime de ódio. A Primeira Emenda constitucional talvez não providencie proteção aos Cristãos ou a ninguém mais dessa forma. Eu me pergunto se o Sr. Chambers considerou isso tudo.
Fonte: http://caffeinatedthoughts.com/2013/06/christianity-homosexuality-and-gay-therapy/
Tradução: Carlos Estevam