Pular para o conteúdo

Comentários sobre a diferença entre bens concretos e imaginários e porque a fé não é um bem imaginário

PRINCIPIOS_DE_ECONOMIA_POLITICA_1266611281P01) Carl Menger, em seus Princípios de Economia Política, nos aponta que é preciso distinguir bens verdadeiros dos bens imaginários.

 02) Os bens imaginários são aqueles que, segundo a crença geral e disseminada das pessoas em sociedade, satisfazem a necessidade humana, ainda que não estejam fundados na verdade. Exemplo disso são as drogas, os ídolos, os amuletos de sorte, as mandingas, a feitiçaria, a prostituição etc. Os povos primitivos são ricos em bens imaginários e são bárbaros por não conhecer a verdade em Cristo, já que a própria ciência tem a sua razão de ser nos fundamentos da fé cristã.

 03) Nem toda opinião geral e disseminada em sociedade se funda na verdade, mas nas conveniências humanas, muitas das quais imaginadas, arquitetadas, planejadas, de modo a destruir ou relativizar a verdade.

04) É preciso que se pesquise a causa que leve as coisas a satisfazerem as necessidades humanas no seu sentido mais pleno, de modo a que gere bem-estar e comodidade. O verdadeiro conhecimento científico se funda tanto na fé quanto na observação da realidade, mas nunca no modismo mundano.

 05) Os verdadeiros bens atendem a 4 pressupostos:

 A) Existem para atender necessidades humanas concretas, fundadas tanto no corpo, como na mente ou na alma humana. Essas necessidades é que fazem com o que os seres humanos tomem o seu país como um lar, pois isto é que dá sentido à vida. A necessidade de subsistir e a necessidade de existir como um ser vivente, livre e produtivo são as duas maiores necessidades que um homem possui. Não é só de pão que se vive – a palavra de Deus também alimenta.

 B) Os bens devem possuir qualidades intrínsecas no tocante à satisfação dessas necessidades, bem como o reconhecimento de que esses bens vão fazer algum bem às pessoas. Em outras palavras, os bens devem ter utilidade. Sem isso, a vida não terá o valor que Deus quer que se tenha. Se os bens não servirem para te preparar para a vida eterna, então utilidade não terão.

 C) A necessidade de que esse item, se possuído, vise a atender a essas necessidades. Este é o fundamento do direito das coisas. As coisas são possuídas porque são ocupadas, e por serem ocupadas é porque são úteis. Exemplo disso são as casas – elas servem para moradia, hospedagem, habitação provisória ou como local para prestação de algum serviço. A fé verdadeira é um serviço que exige um lugar apropriado para ser administrada, enquanto um remédio para a alma.

images
Isto é um bem concreto.

 D) E o poder de dispor desse bem de modo a que essas necessidades sejam bem atendidas. Esta é a propriedade: ela é o poder de reunir os bens que estão dispersos no mundo e a ordená-los e integrá-los a um mesmo patrimônio, a uma mesma destinação, tendo por consequente a administração dos mesmos em doses homeopáticas, como se fosse um remédio para satisfazer a nossas necessidades. Exemplo disso são os sacramentos. Os sacramentos são divinos e foram confiados à Igreja para que fossem administrados junto à população, de modo a salvar os seres humanos do pecado e das vicissitudes do mundo.

 06) A fé verdadeira, fundada na mais pura razão e no acontecimento de que Cristo nasceu, morreu por nós e venceu a morte, com a ressurreição, não é um bem imaginário. Ela nos revela um conhecimento verdadeiro, inestimável e insubstituível sobre o que é o ser humano – e isso é produto de verdadeira ciência.

 07) O verdadeiro progresso material decorre fundamentalmente do fato de que o ser humano, através da doutrina cristã, conseguiu compreender o mundo a partir do momento em que começou a compreender os planos do Criador. É nesse sentido que se funda o dogma da infalibilidade papal, quando faz pronunciamentos ex catedra no tocante ao conhecimento da verdade revelada. Os dogmas são imutáveis porque se fundam em conhecimentos objetivos acerca da alma humana, enquanto criatura feita por Deus para ser a primazia da criação. Por ser isso, o homem é amado por Ele, a tal ponto que Este enviou seu Filho para expiar os pecados do mundo. Não existe sacrifício maior do que este.

Bezerro de ouro
Isto é um bem imaginário

 08) Sem esse conhecimento da alma humana é impossível compreender o alcance e a natureza dos dons dos homens e o efeito que esses dons podem trazer de benéfico à sociedade, quando forem integrados de modo a uns servirem-se em função dos outros, através da interdependência. Sem essa integração desses dons, que se encontram nos indivíduos, não existiria um patrimônio comum de virtudes e defeitos para servir de parâmetro para o que é bom ou ruim, conforme os planos de Deus. Sem isso, não haveria livre associação, muito menos sociabilizarão.

 09) A perda desse informação sobre a alma humana, a relegação arbitrária desse conhecimento para o esquecimento, é a causa de todo esse relativismo moral. O tecnicismo, enquanto consequência do divórcio entre a fé e o conhecimento técnico no sentido de satisfazer as necessidades humanas concretas, é o produto mais bem acabado desse relativismo moral que permeia hoje a sociedade.

 10) Essa relegação arbitrária se funda no amor em si, causa do pecado original. E, por consequência, esta é a causa do retorno do barbarismo e da ignorância, bem como dos bens imaginários. Isto é o gnosticismo, em essência.

a
A imagem de Maria não é um bem imaginário, mas um bem concreto que nos leva à santidade.

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Descubra mais sobre Logos Apologetica

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading