E se eu andasse em uma das “igrejas ateístas” e afirmasse ser Sam Harris, autor de O fim da fé, Carta a uma Nação Cristã, etc? E se em toda a cidade um outro cara entrasse em uma reunião da Freedom From Religion Foundation e também alegasse ser Sam Harris? E se Sam Harris, em seguida, entrasse em um bar naquela noite, onde os membros de ambos os grupos estavam tomando bebidas e anunciasse para a multidão a sua identidade. Será que seria justificável descartá-lo só porque outros fizeram afirmações semelhantes? Claro que não! No entanto, em seu livro A Paisagem Moral, Harris rejeita o testemunho dos escritores do Evangelho, porque outros tinham alegado ser divinos e foram ressuscitados.
Que eu saiba, nenhum estudioso cristão jamais afirmou que os autores do Novo Testamento baseou sua crença na divindade ou ressurreição de Jesus com base em sua singularidade! Os fabricantes de filmes como Religulous e Zeitgeist já tentaram apontar supostas semelhanças do Evangelho com as pretensões de outras religiões. Na verdade, as histórias não são tão similares quanto os cineastas imaginam (que será o assunto de outra postagem), mas mesmo que fossem, teria pouco a dizer sobre a veracidade histórica da divindade e ressurreição de Cristo.
Como Donald Johnson afirma em seu livro Como falar com um Cético, é inegável que a Igreja cristã e o Novo Testamento existem. É uma boa questão ao ateu responder por que existem.
Por que os autores das Escrituras inventariam suas obras? O que eles teriam a ganhar? Não muito. O que eles teriam a perder? Tudo! Na verdade, é claro que os líderes cristãos foram ferozmente perseguidos pelos romanos e autoridades judaicas.
Não está fora de questão lembrarmos que o apóstolo Paulo era um membro de uma proeminente família judaica. Se assim for, parece que ele perdeu o seu apoio financeiro e seu amor. É claro que ele, depois, até mesmo perdeu a vida, em vez de negar que havia encontrado Jesus ressuscitado.
Além disso, é importante lembrar que havia outros líderes judeus que afirmavam ser o Messias. Um homem chamado Simon bar Kokhba foi cogitado como sendo o messias há muito aguardado pela liderança judaica. Ele foi derrotado e morto pelo Império Romano. No entanto, não temos “Kokhbanismo” atualmente. Não se vê pessoas andando por aí com uma pulseira com os dizeres OQSBKFESL (O que Simon bar Kokhba faria em seu lugar!). Não há canais de música kokhba atuais!
Por quê? Porque, como o estudioso N. T. Wright ressalta, um messias morto era um messias falho! Quando um autoproclamado messias morria no mundo antigo, seus seguidores judeus deram de ombros e voltavam para casa decepcionados. Eles não alienavam suas famílias e perdiam suas vidas para manter histórias que inventaram.
No final, como já escrevi anteriormente, as afirmações do cristianismo são de natureza histórica e, como tais, precisam ser testadas por métodos históricos. A Igreja e o Novo Testamento existem. Os fundadores do movimento se recusaram a negar o seu testemunho, mesmo sob a ameaça de tortura e morte. O cético tem o ônus da prova a respeito de porque eles morreriam por algo que sabiam ser uma mentira. Outros podem ter feito afirmações semelhantes, mas seus movimentos desapareceram sob perseguição enquanto o cristianismo floresceu. A melhor explicação para tal florescimento é a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos e o impacto que teve sobre aqueles que o presenciaram.
Fonte: http://pastormattblog.com/2014/02/03/dear-sam-harris-it-doesnt-matter-if-others-made-claims-similar-to-the-new-testament-authors/
Tradução: Emerson de Oliveira