O proselitismo é muitas vezes sinônimo de organizações religiosas. No entanto, alguém não tem que necessariamente estar em uma organização religiosa para fazer proselitismo. O dicionário oferece esta definição de proselitismo: converter (uma pessoa) a partir de uma crença, doutrina, causa, ou fé para outra. (The American Heritage Dictionary do Idioma Inglês, Copyright Quarta Edição © 2006 pela Houghton Mifflin Company).
Apesar do ateísmo não ser tecnicamente uma religião, acreditamos que ele tem qualidades muito parecidas com tipos da religião e o ativismo mostrado por pessoas como Michael Newdow, Madelyn Murray O’Hair , Richard Dawkins, Christopher Hitchens, e outros proeminentes defensores do ateísmo, além de minúsculos não tão conhecidos como Daniel Sottomaior e Daniel Fraga, demonstram um extremo comportamento de proselitismo. Há muitas evidências para apoiar os esforços de proselitismo de ateus proeminentes em nosso mundo. Basta simplesmente assistir ao noticiário da noite e não se demora muito para ouvir de algum ativista ateu aterrorizando os professores em uma escola local por permitirem que uma criança traga uma Bíblia para a classe, ou pedindo ao governo dos EUA para retirar a frase sob Deus no Juramento da bandeira de Fidelidade. Agora no Brasil, recentemente pediram-se para retirar o “Deus seja louvado” das cédulas e crucifixos em tribunais.
Alguém uma vez me disse que se alguém anda como um pato, soa como um pato e se parece com um pato, provavelmente é um pato. Eu acho que devemos parar de dançar em torno de semântica e chamar os bois pelos nomes. O ateísmo deve ser considerado uma religião por causa dos esforços de proselitismo de ateus.
Além disso, sinto que o ateísmo se esconde muitas vezes sob o pretexto de humanismo e secularismo em uma tentativa de burlar a fiscalização que vem com outras religiões. Eles se chamam de humanistas e secularistas e se encontram em “igrejas humanistas” (e organizações como a ATEA chegam a copiar o “pedir dízimo” de neopentecostais para sustentar suas atividades escudas) e depois negam que eles estão se encontrando como ateus. Isto é como o ateísmo está sendo vendido para as pessoas. O humanismo se esforça muito para evitar um tom religioso, mas não somos enganados. Como a propaganda do presunto da Sadia diz: “tá querendo me enganar?”, o humanismo é nada mais que o ateísmo religioso disfarçado. O mesmo pode ser dito do secularismo.
Claro, sabemos que nem todo ateu é militante ou antirreligioso. Muitos não querem o fim da religião e do pensamento religioso. Veem igualdade intelectual com os teístas e não generalizam (não jogam a água da banheira com o bebê dentro só porque existem “pastores” mercenários como o Edir Macedo ou “padres” efebófilos homossexuais na Igreja Católica, que vivem em desacordo com os princípios cristãos). Não digo que Stalin, por mais antiteísta e antirreligioso que foi, invalida o ateísmo. Este não é o caso. Mas os ateus enrustidos se sentem bem à vontade, em sua ânsia gramsciana e “humanista” desvairada, de fazer críticas generalizadas e irracionais como dizer que “a religião é um vírus” e “o mundo estaria bem melhor sem religião”. Ateus enrustidos adoram se esconder por trás de slogans simplistas como esses, porque sabem que boa parte do público não vai refletir muito sobre a problemática por trás deles e, como patinhos, caem facilmente em seus lôgros.
Muitos ateus desprezam e têm ojeriza por atividades de beligerantes inconsequentes como a ATEA, Bule Voador ou outra “liga humanista” (sic). Esse pessoal NÃO REPRESENTA O ATEÍSMO e sim uma militância de uma minoria barulhenta. Se ateus sofrem preconceito (e, como cristãos, repudiamos qualquer preconceito a ateus) esse pessoal da ATEA e outros não fazem por melhorar. Só pioram. Só por sermos cristãos, não significa que apoiamos preconceito contra ateus ou temos conivência com os atos de certos “religiosos” mercenários e aproveitadores da fé. Muito antes dos ateus enrustidos surgirem, desde 2006, nós cristãos já estávamos criticando os atos de “religiosos” que se aproveitam da fé alheia para enriquecimento e desonestidade. Não se pode generalizar. Criticar a religião é uma coisa. Criticar pessoas é outra. Num dualismo rocambolesco, os ateus enrustidos alegam “somos os representantes da razão e da ciência. Os religiosos são os representates do obscurantismo e do atraso”, “somos os defensores da tolerância e da honestidade. Religiosos são falsos e mercenários”, “somos os defensores da liberdade. Os religiosos são defensores da opressão”, “somos os brilhantes e mais inteligentes por sermos ateus. Os religiosos são mais burros e irracionais, pois a religião embota o conhecimento”. Essas diatribes infantis só demonstram o fato do por quê muitos ateus esclarecidos terem vergonha dessa atitude de ateus enrustidos.
Enquanto o “ativismo ateu” é identificado em primeiro lugar com crítica antirreligiosa – e pelo que eminentes ativistas ateus fazem, é isso mesmo – a luta interna entre os envolvidos no movimento ateu vai continuar. Muitos ateus não compartilham o objetivo de tentar eliminar a religião – muitos se opõe ao totalitarismo e dogmatismo em todas as suas formas, e têm grandes preocupações sobre as muitas maneiras de ateus vocais tentarem alcançar este objetivo através de críticas simplistas e irracionais da religião. Muitos ateus não acham que o fim da religião é uma meta alcançável, e não veem nenhuma razão para acreditar que isso eliminaria o que chamam de “dogmatismo”, o qual acreditam que são é uma das causas centrais do conflito religioso e não religioso. Mas também acham que se o movimento ateu vai priorizar a crítica religiosa, deve-se ser cuidadoso sobre como se envolvem nele.
Então, vamos dar nomes aos bois. Se a sua “prioridade máxima” é trabalhar para eliminar a religião, você não é simplesmente um ativista ateu – você é um ativista antirreligioso. “Ateu” e “antirreligioso” não são sinônimos. Muitos ateus trabalham com outros ateus em objetivos comuns de tentar tornar o mundo um lugar mais seguro para os ateus, mas divergem do ativismo antirreligioso.
Então combine as “igrejas” ateístas com os esforços de proselitismo de um “ativista ateu” e você tem uma religião. Lembre-se: uma definição de religião é simplesmente um conjunto de crenças sobre a causa, natureza e finalidade do universo (Dicionário Random House Unabridged, © Random House, Inc., 2006). O ateísmo (mormente o militante e ativista aqui) se diferencia de outros grupos organizados, porque é uma visão do mundo especificamente sobre o sobrenatural. Ele tem crenças sobre Deus e “prega” (na falta de um termo melhor) suas as crenças para os outros.
Fonte: Logos Apologética