A crença de que o ateísmo é verdadeiro por causa de provas suficientes para a crença em Deus é fraca e injustificada. Kai Nielsen, um filósofo ateu, corretamente explicou que “mostrar que um argumento é inválido ou falacioso não é mostrar que a conclusão do argumento é falsa” (Nielsen 1971: 143-4).
Mesmo se um ateu tiver sucesso em mostrar que a defesa teísta para a existência de Deus falha, isso por si só não confirma a veracidade do ateísmo. “Todas as provas da existência de Deus podem falhar”, explica Nielsen, “mas ainda pode ter o caso de que Deus existir” (ibid).
Se falhassem todas as provas da existência de Deus, e não houvesse nenhuma evidência para a crença em Deus, então deveria ser o agnosticismo e não o ateísmo, a posição correta a se aderir, a menos que um caso sucessivo seja apresentado contra a existência de Deus.
A soma da probabilidade de que Deus existe, P (T) com a de que Deus não existe, P (não-T) deve ser igual a 1. Um agnóstico dá os P (T) e P (não-T) os valores de 0,5. Quando um teísta C oferece evidências para a existência de Deus, C aumenta o valor de P (T) e assim diminui P (não-T). Então, se por exemplo, a probabilidade de que Deus existe dados as várias informações de fundo, i. e., os argumentos cosmológico, teleológico, ontológico, moral e ressurreição de Jesus resultam em 0,7, (assim P (não-T) = 0,3) e um ateu A conseguiu demonstrar que todos C argumentos para P (T) falham, então A reduzido P (T) volta para 0,5. A precisa oferecer um argumento contra a existência de Deus para aumentar P (não-T), o que irá diminuir P (T), para ser justificado em acreditar que Deus não existe.
Redefinir o ateísmo como “falta de crença em Deus” falha porque “falta de crença em Deus”, por si só, mostra apenas um estado psicológico de um sujeito e não a realidade do mundo exterior. Ele não mostra se Deus existe ou não. Esta redefinição falha porque desloca o foco da discussão para longe da ontologia de um objeto (ou seja, Deus) para a epistemologia de um sujeito (isto é ateu). Exemplo: Fulano pode ter uma falta de crença de que Sicrana está tendo um caso, mas que não mostra se Sicrana está tendo um caso ou não. Ela pode estar tendo um caso, embora Fulano tem uma falta uma crença de que ela está tendo um caso.
Pergunta: Quando ausência de evidências é evidência de ausência?
Bibliografia:
Nielsen Kai (1971) Razão e Prática. New York: Harper & Row
Fonte: http://withalliamgod.wordpress.com/2013/01/25/atheism-insufficent-evidence-for-belief-in-god/
Tradução: José Danhauser