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As táticas de mudanças de cores do comunismo

Deixe-me dar uma breve olhada em um processo semelhante de mudança de cor, que teve lugar no comunismo internacional.

Cardeal Mindszenty resistindo comunistas
Cardeal Mindszenty, Primaz da Hungria, heroicamente resistiu à usurpação comunista de seu país

Desde o início do período leninista até o fim do terror stalinista, a aplicação da ideologia marxista na Rússia foi feita por meio de extrema violência. Este foi o principal instrumento para o marxismo conquistar e se manter no poder. Essa violência também foi usada em outros países – Jugoslávia, China, Vietnã, Coréia do Norte, Cuba etc.

Com o passar do tempo, a ideologia marxista revelou a sua incapacidade de convencer as massas. O que contribuiu com este fracasso foi a resistência contínua e heroica inspirada pela Igreja Católica. A existência da Igreja do Silêncio por trás da Cortina de Ferro e a luta épica do Cardeal József Mindszenty, Primaz da Hungria, são exemplos expressivos de tal resistência.

Nos anos 50 e início dos anos 60, o comunismo passou por uma metamorfose, que alguns chamam sua primeira perestroika (4). O novo déspota do Kremlin, Nikita Kruschev, encomendou uma pintura de uma pomba da paz do espanhol comunista Pablo Picasso. A mensagem que enviou era que o comunismo tinha abandonado sua face linha dura. Mesmo que a fase de vermelho escuro do comunismo continuou, os líderes russos tentaram fazer parecer como se estivessem fazendo uma convergência entre o socialismo e o capitalismo.

Alguns analistas chamam isso de neo-comunismo, e lhe dão uma coloração vermelho aguada. Os meios de comunicação ocidentais e outros mecanismos de propaganda espalham que essas mudanças aparentes no comunismo foram sinceros e devem ser acreditadas. Ao mesmo tempo, uma campanha para desacreditar qualquer um que atacava o comunismo foi lançada. Estas eram manobras eficientes de guerra psicológica revolucionária (psy-war).

Gramsci e a bandeira soviética

Gramsci: O comunismo deve conquistar o Ocidente através da Revolução Cultural

Nos anos 60 e início dos anos 70, as teorias do comunista italiano Antonio Gramsci voltaram aos holofotes. Gramsci (+ 1937) defendeu que o comunismo devia promover uma cultura igualitária para conquistar gradualmente a sociedade capitalista, alterando seus modos de pensar e de sentir. Assim, segundo ele, devia-se dar menos importância à luta de classes política e social e mais ênfase ao avanço da Revolução Cultural.

Na verdade, as teorias de Gramsci re-entraram para reforçar as novas tendências libertárias desencadeadas pelas revoltas de maio de 1968 em Paris. Mesmo que a essência do comunismo de Gramsci mantivesse as mesmas convicções marxistas, a ênfase dada a este método indireto de conquista foi logo considerada mais moderada e palatável. Segundo a mitologia da mídia, a cor vermelha aquosa de Kruschev tornou-se quase rosa sob a nova roupagem de Gramsci.

Os anos 80 e início dos anos 90 foram impactados pela perestroika (1985) de Gorbatchev, a queda do Muro de Berlim (1989) e da dissolução da URSS (1991). O primeiro presidente da nova Federação Russa foi Boris Yeltsin (1991-1999). Em junho de 1992, ele fez um discurso ao Congresso americano afirmando explicitamente que o comunismo tinha morrido e Rússia estava adotando as políticas sócio-econômicas do Ocidente.

olhar Putin KGB
A mentalidade KGB expressa no olhar de Putin

Desse momento em diante, a mídia incessantemente bombardeou o Ocidente com a falsa ideia de que o comunismo havia desaparecido, substituído por um socialismo amável e aceitável. Assim, um dilúvio rosa inundou o mundo através das torneiras abertas da mídia. Foi uma manobra colossal de psy-war – uma espécie de hipnose universal – que teve lugar há cerca de 15 anos. Quase ninguém poderia resistir ao poder dessa hipnose e afirmar algo diferente. Era “proibido” dizer que o comunismo estava vivo. Apenas alguns se atreviam a dizer isso.

No entanto, a Rússia e a maior parte de suas repúblicas satélites continuaram a ser governadas por comunistas. China, Vietnã, Coréia do Norte e Cuba nunca mudaram a orientação de seus líderes e sua escura matiz comunista vermelha.

Este hipnose durou até a renúncia de Yeltsin (dezembro de 1999) e a eleição de Vladimir Putin como presidente da Rússia (março de 2000). O encanto foi quebrado pela ação persistente de líderes anti-comunistas hábeis e vários eventos na cena internacional. Uma delas foi a ascensão de Putin ao poder: O olhar gelado desse ex-agente da KGB e sua clara intenção de restaurar antigas aparições comunistas e suas táticas ajudaram a destruir a quebrar a hipnose geral da opinião pública no Ocidente.

Fonte: http://www.traditioninaction.org/HotTopics/j027ht_ColorChange_Garcia.html
Tradução: Emerson de Oliveira

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