Olha, tem um vídeo viral por aí em que o Antônio Miranda diz que “provou que Deus não existe em 41 segundos”.
Só que… ele não provou nada.
Na verdade, o que ele apresentou não é um argumento — é uma sequência de equívocos disfarçados de lógica.
Vamos ao primeiro erro: ele confunde Deus com deuses.
Na primeira frase, ele diz: “É possível imaginar um mundo sem deuses ou sem Deus” — como se fossem a mesma coisa.
Mas não são.
Deuses, com “d” minúsculo — tipo Zeus ou Thor — são seres: têm forma, limite, história. São contingentes.
Já Deus, com “D” maiúsculo — como entendido pela tradição filosófica clássica — não é um ser entre outros seres. Ele é o fundamento do ser.
Ou seja: os deuses existem… mas Deus é a Existência.
Então, dizer “posso imaginar um mundo sem Deus” é como dizer “posso imaginar um mundo sem existência” — ou seja, imaginar… o nada.
E o nada não é um mundo possível. É só… nada.
Segundo erro: ele mistura imaginar com conceber.
Você pode imaginar um triângulo voador ou um cachorro falante — mas isso não significa que é logicamente concebível.
Conceber exige coerência. E um mundo sem o fundamento da existência? Isso é incoerente por definição.
Terceiro — e talvez o mais grave: o argumento dele é logicamente inválido.
Ele diz:
— Premissa 1: É possível que Deus exista ou não exista.
— Premissa 2: Ou Deus existe necessariamente, ou não existe necessariamente.
— Conclusão: Logo, Deus não existe.
Só que… as premissas não levam à conclusão.
É como dizer:
— É possível que esteja chovendo ou não esteja chovendo.
— Ou chove necessariamente, ou não chove necessariamente.
— Logo… está ensolarado.
Não cola, né?
A conclusão veio do bolso — não da lógica.
No fim, o que ele fez foi pegar uma ideia profunda — a necessidade metafísica de Deus — e reduzi-la a um meme de 40 segundos.
É retórica, não raciocínio.
É clickbait, não filosofia.
E isso não ajuda ninguém a pensar melhor — só alimenta a ilusão de que questões profundas têm respostas fáceis.
A verdade é que a existência de Deus não se resolve em 41 segundos.
Mas vale a pena conversar com seriedade — sem medo da razão, e sem medo da fé.
Pronto! Se quiser, posso adaptar o tom — mais informal, mais técnico, mais irônico ou mais pastoral — dependendo do estilo do seu canal. É só me dizer.
Poderá ver o vídeo no youtube Aqui
