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A mulher de Apocalipse 12

Quem é a mulher de Apocalipse 12

JIMMY AKIN  

“E apareceu no céu um grande portento, uma Mulher vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas; estava grávida e gritava nas dores do parto, na angústia do parto. . . . [Ela] deu à luz um filho homem, que há de reger todas as nações com vara de ferro, mas seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono. . . . Então o dragão irou-se contra a mulher e foi fazer guerra ao resto da sua descendência, aos que guardam os mandamentos de Deus e dão testemunho de Jesus” (Ap 12:1-2, 5, 17).

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Há muito debate sobre o que o símbolo desta Mulher representa. Diferentes aspectos do símbolo apontam para diferentes significados possíveis para ele.

Infelizmente, a maior parte do debate sobre o que a Mulher representa é mal direcionado porque não leva em conta a maneira como o Apocalipse usa o simbolismo.

A visão contém “imagens de fusão”, nas quais um símbolo é composto de elementos de várias coisas diferentes. Por exemplo, as quatro criaturas vivas que João vê ao redor do trono de Deus (4:6–8) são uma fusão de elementos dos querubins vistos em Ezequiel (Ezequiel 10:1–14) e os serafins vistos em Isaías (Is 6: 1-5).

Da mesma forma, os anciãos sacerdotes que João vê ao redor do trono (4:4) são numerados vinte e quatro porque são uma fusão dos doze patriarcas de Israel e os doze apóstolos de Jesus, um simbolismo que ocorre no final do livro ( 21:12-14), onde a Nova Jerusalém é vista como tendo doze fundamentos com os nomes dos doze apóstolos e doze portas com os nomes dos doze patriarcas. 

A besta do mar no capítulo 13 é uma fusão de elementos de todas as quatro bestas que o profeta Daniel viu emergir do mar no capítulo 7 de seu livro.

O simbolismo polivalente, em que os símbolos têm mais de um significado, também faz parte do imaginário do Apocalipse. Por exemplo, diz-se que as sete cabeças da besta são sete montes (Ap 17:9) e sete reis (17:10).

A Mulher em Apocalipse 12 faz parte da fusão de imagens/simbolismo polivalente que se encontra no livro. Ela tem quatro referentes: Israel, a Igreja, Eva e Maria.

Ela é Israel porque está associada ao sol, à lua e às doze estrelas. Esses símbolos são extraídos de Gênesis 37:9–11, no qual o patriarca José tem um sonho com o sol e a lua (simbolizando seu pai e sua mãe) e estrelas (representando seus irmãos), que se curvam diante dele. Juntos, o sol, a lua e as doze estrelas simbolizam o povo de Israel.

A Mulher é a Igreja porque, como nos diz 12,17, “o resto de sua descendência” são aqueles que dão testemunho de Jesus, tornando-os cristãos.

A Mulher é Eva porque ela faz parte do conflito de três vias envolvendo também sua Semente e o Dragão, que é identificado com a antiga serpente (a do Éden) em 20:2. Isso reflete o conflito em Gênesis 3:15 entre Eva, a serpente e sua semente ainda não nascida – que por sua vez é um símbolo do conflito entre Maria, Satanás e Jesus.

Finalmente, a Mulher é Maria porque ela é a mãe de Jesus, a criança que governará as nações com vara de ferro (19:11-16).

Como a Mulher é um símbolo de quatro vias, diferentes aspectos da narrativa se aplicam a diferentes referentes. Como Maria, ela é retratada como estando no céu e voa (refletindo a Assunção de Maria). Como a Igreja, ela é perseguida pelo Diabo após a Ascensão de Cristo. Como Israel, ela experimenta um grande trauma quando o Messias é trazido (figurativamente) da nação. E como Eva, é com sua semente (distante) que a serpente tem seu conflito primário.

Por outro lado, partes da narrativa não se aplicam a cada referente. Maria não experimentou dor literal ao dar à luz o Messias, mas sofreu figurativamente (a profecia de que uma espada perfuraria seu coração na crucificação). Eva não subiu ao céu. E a Igreja não gerou o Messias (antes, o Messias gerou sua Igreja).

Quem é a mulher de Apocalipse 12

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