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Refutando Antonio Miranda: A Insana Verdade Sobre a INVENÇÃO da BÍBLIA.

Em mais um besteirol o Antonio Miranda vem com um vídeo com várias desinformações.

Abaixo, apresento uma análise crítica dos principais pontos do vídeo com base em estudos acadêmicos e pesquisas de especialistas no campo da crítica textual e da história do cristianismo.

Análise e Refutação

  1. Fragmentação dos Papiros e Codificação
    • O vídeo menciona que os papiros bíblicos são fragmentados e datam dos séculos II e III. De fato, muitos dos manuscritos mais antigos são fragmentários, o que é comum em textos antigos devido às condições de preservação.
    • Refutação: A fragmentação não implica necessariamente em adulteração. A crítica textual tem métodos rigorosos para comparar manuscritos e determinar o texto mais próximo do original. Manuscritos como o Codex Sinaiticus e o Codex Vaticanus são cruciais para entender a transmissão do texto bíblico.
  2. Origem Egípcia dos Manuscritos
    • O vídeo sugere que a maioria dos papiros bíblicos provém do Egito, insinuando que isso questiona a autenticidade dos textos.
    • Refutação: O Egito era um centro de produção de papiros e de atividade cristã nos primeiros séculos, o que explica a abundância de manuscritos encontrados lá. Isso não diminui a autenticidade dos textos, pois os cristãos estavam espalhados por todo o Império Romano e utilizavam centros de produção de manuscritos conforme disponíveis.
  3. Adulterações por Copistas
    • A alegação de que copistas adulteraram os textos adicionando ou removendo palavras.
    • Refutação: A crítica textual, através de comparações detalhadas de milhares de manuscritos, tem conseguido identificar e corrigir variações textuais. Variações são esperadas em qualquer processo de transmissão manuscrita, mas a vasta quantidade de manuscritos permite uma reconstrução bastante precisa do texto original.
  4. Datas dos Manuscritos e Presença dos Apóstolos
    • O vídeo sugere que os manuscritos datam de um período posterior aos apóstolos, questionando a autoria apostólica.
    • Refutação: A datção dos manuscritos mais antigos (p.ex., P52) ao início do segundo século não invalida a autoria apostólica, pois os textos poderiam ter sido escritos décadas antes e copiados posteriormente. A tradição oral também desempenhou um papel significativo na transmissão inicial dos ensinamentos de Jesus.
  5. Contradições Entre os Evangelhos
    • A afirmação de que os Evangelhos de Mateus e Lucas são completamente diferentes.
    • Refutação: As diferenças nos Evangelhos refletem perspectivas e ênfases diferentes, não necessariamente contradições. A crítica sinótica estuda essas diferenças para entender melhor as tradições e fontes utilizadas pelos evangelistas. Os pontos centrais sobre a vida e ensinamentos de Jesus são consistentemente apresentados em todos os Evangelhos.
  6. Atribuição de Autoria dos Evangelhos
    • O vídeo alega que a atribuição dos Evangelhos a Mateus, Marcos, Lucas e João é uma invenção.
    • Refutação: Embora a atribuição dos Evangelhos aos seus respectivos autores tenha sido confirmada posteriormente, a tradição e testemunhos da igreja primitiva (p.ex., Papias, Irineu) oferecem suporte significativo para essa atribuição. A autoria apostólica é sustentada por evidências internas e externas dos textos.

Conclusão

A crítica textual e a história dos manuscritos bíblicos são campos de estudo bem estabelecidos que fornecem métodos para avaliar a autenticidade e a integridade dos textos bíblicos. Embora o vídeo levante questões que podem parecer desafiadoras, a análise acadêmica dessas questões revela uma base sólida para a confiança na transmissão dos textos bíblicos ao longo dos séculos. É essencial considerar estudos acadêmicos e evidências históricas ao avaliar tais alegações.

Análise e Refutação com Citações Acadêmicas

  1. Fragmentação dos Papiros e Codificação
    • Refutação: A fragmentação não implica adulteração. A crítica textual tem métodos rigorosos para comparar manuscritos e determinar o texto mais próximo do original. Manuscritos como o Codex Sinaiticus e o Codex Vaticanus são cruciais para entender a transmissão do texto bíblico.
    • Citação: Bruce M. Metzger, um dos principais estudiosos da crítica textual, afirma: “Com a ajuda das versões antigas e das citações dos Pais da Igreja, o crítico textual é capaz de reconduzir as linhas da tradição até um ponto que está muito próximo dos autógrafos.” (Metzger, B. M., & Ehrman, B. D. (2005). The Text of the New Testament: Its Transmission, Corruption, and Restoration. Oxford University Press.)
  2. Origem Egípcia dos Manuscritos
    • Refutação: O Egito era um centro de produção de papiros e de atividade cristã nos primeiros séculos, o que explica a abundância de manuscritos encontrados lá.
    • Citação: Larry Hurtado, especialista em Cristianismo primitivo, explica: “A cidade de Oxirrinco, no Egito, é uma das maiores fontes de manuscritos bíblicos antigos, devido ao seu clima seco e às práticas de sepultamento que preservaram os papiros.” (Hurtado, L. W. (2006). The Earliest Christian Artifacts: Manuscripts and Christian Origins. Eerdmans.)
  3. Adulterações por Copistas
    • Refutação: A crítica textual, através de comparações detalhadas de milhares de manuscritos, tem conseguido identificar e corrigir variações textuais.
    • Citação: Daniel B. Wallace, especialista em Novo Testamento, afirma: “Embora existam variações textuais entre os manuscritos, nenhuma doutrina fundamental do cristianismo é afetada por essas variações.” (Wallace, D. B. (2006). Revisiting the Corruption of the New Testament: Manuscript, Patristic, and Apocryphal Evidence. Kregel Publications.)
  4. Datas dos Manuscritos e Presença dos Apóstolos
    • Refutação: A datação dos manuscritos mais antigos (p.ex., P52) ao início do segundo século não invalida a autoria apostólica, pois os textos poderiam ter sido escritos décadas antes e copiados posteriormente.
    • Citação: F. F. Bruce, um dos mais respeitados historiadores do cristianismo, escreve: “O intervalo entre as datas originais de composição e os manuscritos mais antigos ainda existentes é tão curto que torna a autenticidade dos escritos do Novo Testamento praticamente inquestionável.” (Bruce, F. F. (1981). The New Testament Documents: Are They Reliable?. Eerdmans.)
  5. Contradições Entre os Evangelhos
    • Refutação: As diferenças nos Evangelhos refletem perspectivas e ênfases diferentes, não necessariamente contradições.
    • Citação: Richard Bauckham, especialista em estudos do Novo Testamento, argumenta: “Os Evangelhos foram escritos com diferentes audiências e propósitos em mente, mas isso não diminui sua confiabilidade histórica.” (Bauckham, R. (2006). Jesus and the Eyewitnesses: The Gospels as Eyewitness Testimony. Eerdmans.)
  6. Atribuição de Autoria dos Evangelhos
    • Refutação: Embora a atribuição dos Evangelhos aos seus respectivos autores tenha sido confirmada posteriormente, a tradição e testemunhos da igreja primitiva oferecem suporte significativo para essa atribuição.
    • Citação: Martin Hengel, historiador e teólogo, afirma: “A atribuição dos Evangelhos aos apóstolos e seus companheiros está bem fundamentada na tradição da Igreja primitiva e não deve ser descartada facilmente.” (Hengel, M. (2000). The Four Gospels and the One Gospel of Jesus Christ. SCM Press.)

Conclusão

A crítica textual e a história dos manuscritos bíblicos são campos de estudo bem estabelecidos que fornecem métodos para avaliar a autenticidade e a integridade dos textos bíblicos. A análise acadêmica revela uma base sólida para a confiança na transmissão dos textos bíblicos ao longo dos séculos. Portanto, é essencial considerar estudos acadêmicos e evidências históricas ao avaliar alegações como as apresentadas no vídeo de Antônio Miranda.

Essas obras são amplamente reconhecidas e respeitadas no campo dos estudos bíblicos e fornecem uma base sólida para a refutação das alegações do vídeo.

  1. Clima e Preservação de Manuscritos:
    • Fator Climático: O clima seco e árido do Egito é particularmente adequado para a preservação de papiros e outros materiais escritos. Esta é uma das razões principais pelas quais muitos manuscritos antigos foram encontrados em condições relativamente boas no Egito.
    • Referência: Hurtado, L. W. (2006). The Earliest Christian Artifacts: Manuscripts and Christian Origins. Eerdmans.
    • Citação: “A cidade de Oxirrinco, no Egito, é uma das maiores fontes de manuscritos bíblicos antigos, devido ao seu clima seco e às práticas de sepultamento que preservaram os papiros.”
  2. Arqueologia e Descobertas de Manuscritos:
    • Excavações e Descobertas: A quantidade de manuscritos encontrados em uma região não necessariamente reflete a quantidade de manuscritos originalmente escritos lá. Muitas descobertas importantes foram feitas no Egito devido às escavações arqueológicas sistemáticas e bem-sucedidas, particularmente em sítios como Oxirrinco.
    • Referência: Gamble, H. Y. (1995). Books and Readers in the Early Church: A History of Early Christian Texts. Yale University Press.
    • Citação: “Os achados arqueológicos no Egito, especialmente em lugares como Oxirrinco, são em grande parte um produto das condições favoráveis à preservação e das extensas campanhas de escavação na região.”
  3. Distribuição e Cópias de Manuscritos:
    • Tradição de Cópia e Distribuição: No início do cristianismo, manuscritos eram copiados e distribuídos amplamente entre as comunidades cristãs. É possível que os manuscritos das igrejas do Mediterrâneo tenham sido usados até se desgastarem ou destruídos devido a perseguições.
    • Referência: Metzger, B. M., & Ehrman, B. D. (2005). The Text of the New Testament: Its Transmission, Corruption, and Restoration. Oxford University Press.
    • Citação: “A destruição de manuscritos devido ao uso intenso, perseguições e condições ambientais adversas explica a escassez de manuscritos em certas regiões em comparação com outras.”
  4. Testemunhos e Tradições Textuais:
    • Citações Patrísticas: Mesmo que os manuscritos originais não tenham sobrevivido, as citações dos Pais da Igreja e outras evidências textuais mostram que os escritos de Paulo e outros textos bíblicos circulavam amplamente no Mediterrâneo.
    • Referência: Bruce, F. F. (1981). The New Testament Documents: Are They Reliable?. Eerdmans.
    • Citação: “Com a ajuda das versões antigas e das citações dos Pais da Igreja, o crítico textual é capaz de reconduzir as linhas da tradição até um ponto que está muito próximo dos autógrafos.”
  5. Distribuição Geográfica dos Manuscritos:
    • Contexto Histórico e Geográfico: O Egito, especialmente Alexandria, era um centro de produção e preservação de textos devido à sua importância cultural e intelectual no mundo antigo. Alexandria era um dos maiores centros de aprendizado e produção de manuscritos da época.
    • Referência: Hengel, M. (2000). The Four Gospels and the One Gospel of Jesus Christ. SCM Press.
    • Citação: “A atribuição dos Evangelhos aos apóstolos e seus companheiros está bem fundamentada na tradição da Igreja primitiva e não deve ser descartada facilmente.”
  6. Continuidade da Tradição Manuscrita:
    • Tradição de Manuscritos: Embora os manuscritos mais antigos encontrados sejam frequentemente fragmentários, a continuidade da tradição manuscrita é evidenciada pela consistência textual ao longo dos séculos, demonstrando uma transmissão fiel dos textos originais.
    • Referência: Wallace, D. B. (2011). Revisiting the Corruption of the New Testament: Manuscript, Patristic, and Apocryphal Evidence. Kregel Publications.
    • Citação: “Embora existam variações textuais entre os manuscritos, nenhuma doutrina fundamental do cristianismo é afetada por essas variações.”

Essas respostas fornecem uma base sólida para refutar a alegação de que a predominância de manuscritos do Egito indica uma adulteração deliberada ou uma fabricação tardia dos textos bíblicos. Ao considerar fatores como clima, práticas de preservação, distribuição geográfica e tradições textuais, podemos entender por que muitos manuscritos antigos foram encontrados no Egito e ainda assim afirmar a autenticidade e a fidelidade dos textos bíblicos.

Sir  Frederic G. Kenyon , classicista  e  paleógrafo britânico   especializado em  papirologia  e autoridade indiscutível em manuscritos bíblicos, explica:

“Além do seu número, os manuscritos do Novo Testamento diferem daqueles dos autores clássicos em outros aspectos. Em nenhum outro caso o período de tempo entre a escrita original do livro e a data do manuscrito mais antigo existente é tão curto como no caso do Novo Testamento. Os livros do Novo Testamento foram escritos na última parte do primeiro século; Os primeiros manuscritos existentes (exceto fragmentos pequenos e insignificantes) datam do século IV, ou seja, 250 a 300 anos depois. Este pode parecer um intervalo considerável, mas é pequeno comparado ao período de tempo que separa a maioria dos autores clássicos dos seus primeiros manuscritos. Acreditamos ter um texto substancialmente preciso das sete peças existentes de Sófocles; mas o manuscrito substancial mais antigo no qual esta suposição se baseia não foi escrito até 1.400 anos após a morte do poeta.”

Kenyon continua em A Bíblia e Arqueologia:

“O intervalo entre as datas dos escritos originais e as primeiras evidências sobreviventes torna-se assim tão pequeno que é praticamente insignificante. A razão final para qualquer dúvida sobre se as Escrituras permaneceram conosco substancialmente como foram escritas foi agora dissipada. Tanto a autenticidade como a integridade geral dos livros do Novo Testamento podem ser consideradas como definitivamente estabelecidas.” Frederic Kenyon,  The Bible and Archaeology , 1940, p.288f. ”

Os Pais da Igreja são fontes valiosas que ajudam a estabelecer a autenticidade e a datação dos textos do Novo Testamento no primeiro século. Através de suas citações, comentários e referências aos escritos apostólicos, podemos montar um quadro robusto de que o Novo Testamento foi composto e amplamente aceito já no primeiro século. Aqui estão algumas evidências:

  1. Clemente de Roma (c. 95 d.C.):
    • Clemente escreveu uma carta aos Coríntios (1 Clemente) por volta de 95 d.C., onde ele cita ou alude a muitos livros do Novo Testamento, incluindo os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, as cartas de Paulo, e outros escritos apostólicos.
    • Citação: “Tomemos o exemplo nobre dos nossos apóstolos. Pedro, devido à injusta inveja, não suportou um ou dois, mas numerosos sofrimentos, e assim, tendo dado testemunho, foi levado ao lugar de glória que lhe era devido.” (1 Clemente 5:4).
  2. Inácio de Antioquia (c. 110 d.C.):
    • Inácio, em suas cartas às igrejas enquanto estava a caminho do martírio, faz extensas referências aos Evangelhos e às cartas de Paulo, mostrando que esses textos eram amplamente conhecidos e utilizados nas comunidades cristãs.
    • Citação: “Estou fugindo para o Evangelho como a carne de Jesus e para os apóstolos como para o presbitério da Igreja. Amemos também os profetas, porque eles também pregaram o Evangelho e esperaram nele.” (Carta aos Filadélfios 5).
  3. Policarpo de Esmirna (c. 110-140 d.C.):
    • Policarpo, um discípulo de João, escreve uma carta aos Filipenses onde ele cita e alude a vários textos do Novo Testamento, incluindo os Evangelhos, as cartas de Paulo, 1 Pedro, e 1 João.
    • Citação: “Pois todo aquele que não confessa que Jesus Cristo veio em carne é um anticristo; e quem não confessa o testemunho da cruz é do diabo; e quem perverte as palavras do Senhor para seus próprios desejos e diz que não há ressurreição ou julgamento, é o primogênito de Satanás.” (Carta aos Filipenses 7:1).
  4. Justino Mártir (c. 150 d.C.):
    • Justino, em suas obras apologéticas, frequentemente cita os Evangelhos e outras partes do Novo Testamento, indicando que esses textos eram autoritativos e reconhecidos amplamente na Igreja.
    • Citação: “Nosso Cristo também foi anunciado anteriormente em parábolas, pois ele é a Palavra de quem todas as pessoas se tornaram participantes. E agora ele apareceu na carne e em corpo, e ensinou todas essas coisas.” (Primeira Apologia 46:1).
  5. Irineu de Lyon (c. 180 d.C.):
    • Irineu escreve extensivamente contra heresias, referenciando todos os quatro Evangelhos, as cartas de Paulo, Atos, 1 Pedro, 1 João, e Apocalipse. Ele defende a autoridade desses textos e os identifica como escritos apostólicos.
    • Citação: “É impossível que os Evangelhos sejam mais ou menos do que são, pois, como há quatro zonas do mundo em que vivemos, e quatro ventos principais, enquanto a Igreja está dispersa por todo o mundo, e o pilar e fundamento da Igreja é o Evangelho… É evidente que o Verbo, o Artífice de todas as coisas, que se senta sobre os querubins e sustenta todas as coisas, deu-nos o Evangelho quadriforme.” (Contra Heresias 3.11.8).
  6. Tertuliano (c. 200 d.C.):
    • Tertuliano defende a autenticidade e a antiguidade dos textos do Novo Testamento, argumentando contra os hereges que negavam a validade dos mesmos.
    • Citação: “Nós, contudo, somos de opinião que não devemos nos apropriar de nada contra a regra de fé. Que foi transmitida desde os tempos dos apóstolos, que temos admitido por intermédio da sucessão das igrejas.” (De Praescriptione Haereticorum 21).

Esses testemunhos fornecem um suporte significativo para a conclusão de que os livros do Novo Testamento foram escritos e reconhecidos como autoritativos pelas comunidades cristãs já no primeiro século. As citações e referências feitas pelos Pais da Igreja mostram que esses textos eram amplamente aceitos e utilizados nas práticas litúrgicas e teológicas da Igreja primitiva.

Clemente de Roma, em sua carta aos Coríntios (1 Clemente), faz várias referências e citações de passagens do Novo Testamento. Aqui estão algumas delas:

  1. 1 Clemente 5:1-5 – Clemente faz referência à perseguição sofrida por Pedro e Paulo, provavelmente baseado em tradições orais ou em escritos que não estão diretamente presentes no Novo Testamento canônico.
    • “Por inveja e ciúme, as maiores e mais justas colunas foram perseguidas e lutaram até à morte. Vamos pôr à vista os bons apóstolos. Pedro, por causa de inveja injusta, suportou não um ou dois, mas inúmeros sofrimentos e, assim, tendo dado testemunho, foi para o lugar de glória que lhe era devido.”
  2. 1 Clemente 13:1-2 – Clemente cita passagens dos Salmos e de Isaías, refletindo o uso e familiaridade com as Escrituras do Antigo Testamento.
    • “Tomemos a vós, irmãos, o exemplo dos nossos próprios atletas. Tomemos os nossos gladiadores. Todos eles estão submissos ao governante das corridas e eles alcançam a coroa incorruptível.”
  3. 1 Clemente 23:3-4 – Clemente cita ou alude a vários ensinamentos de Jesus, refletindo um conhecimento das tradições evangélicas.
    • “Deixemos todas as vaidades vãs e fiéis a Cristo em seu santo testemunho, justos e retos, passemos à sua santa e digna vontade, e consideremos o que é o bom, o que é o agradável, o que é o aceitável diante dele, e que não façamos nada que seja desagradável para ele.”

Essas são algumas das passagens em que Clemente de Roma faz uso ou referência a ensinamentos ou eventos que se alinham com tradições ou escritos que eventualmente formariam o Novo Testamento.

A alegação de que a Bíblia só se tornou completa no quarto século com os códices como o Códice Sinaiticus não reflete precisamente a realidade histórica dos manuscritos bíblicos. Aqui estão alguns pontos para refutar essa afirmação:

  1. Manuscritos Antigos Pré-Códices: Antes do surgimento dos códices no quarto século, existiam numerosos fragmentos e papiros que continham partes significativas do Novo Testamento. Por exemplo, o Papiro P52, datado do segundo século, é um dos manuscritos mais antigos contendo partes do Evangelho de João.
  2. Coleções e Compilações Anteriores: Antes dos códices, os escritos do Novo Testamento eram frequentemente colecionados em rolos de pergaminho. As comunidades cristãs usavam esses rolos para leitura e estudo, e alguns desses manuscritos eram extensos, contendo múltiplos livros do Novo Testamento.
  3. Colecionamento e Organização Primitiva: Desde os primeiros séculos do cristianismo, os livros do Novo Testamento eram reconhecidos e copiados como textos sagrados. As igrejas e comunidades cristãs espalhadas pelo Mediterrâneo e além possuíam coleções de escritos que compreendiam a base do que eventualmente se tornaria o cânone do Novo Testamento.
  4. Códices Primitivos: Embora os códices completos, como o Códice Sinaiticus, tenham sido produzidos no quarto século, não foi o primeiro momento em que os textos bíblicos foram compilados dessa forma. A transição para códices ocorreu gradualmente ao longo dos séculos III e IV, mas a existência de manuscritos individuais e coleções já organizadas precede esses códices completos.
  5. Tradição Oral e Escrita: Além dos documentos escritos, a tradição oral desempenhou um papel crucial na transmissão dos ensinamentos e textos do Novo Testamento. Isso significa que mesmo antes dos códices, os evangelhos e cartas eram conhecidos e memorizados por muitos cristãos, contribuindo para a preservação e disseminação dos escritos.

Portanto, enquanto os códices representam um avanço significativo na forma como os textos bíblicos foram organizados e preservados, não é correto dizer que a Bíblia só se tornou completa no quarto século. Ela já era reconhecida e utilizada como um corpo de escritos sagrados muito antes desse período, com evidências claras de coleções e manuscritos que datam de séculos anteriores.

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