A Conspiração Mais Absurda Sobre Jesus (REFUTADA)
Introdução
Existem teorias da conspiração estranhas e depois existem aquelas que são completamente malucas. Hoje, vamos refutar uma dessas conspirações sobre Jesus que até estudiosos ateus marginais consideram insanas. No entanto, documentários que apoiam essa teoria alcançam mais de um milhão de visualizações no YouTube, então ela é extremamente popular e um alvo fácil para refutação. A alegação é que Jesus Cristo nunca existiu, pois foi inventado pelo Império Romano. O principal livro que propaga essa teoria é Caesar’s Messiah: The Roman Conspiracy to Invent Jesus, de Joseph Atwill.
A Teoria de Joseph Atwill
Segundo Atwill, o cristianismo foi inventado pelo imperador Tito algum tempo após a Revolta Judaica, que ocorreu entre 66 e 73 d.C. Jesus teria sido inventado para promover um Messias judeu pacífico e pró-romano, que suprimiria revoltas futuras contra Roma. Para alcançar esse objetivo, os romanos teriam encomendado a Flávio Josefo, um ex-lutador judeu que desertou e se tornou conselheiro de Tito, a criação do que hoje conhecemos como o Novo Testamento.
Problemas com a Teoria
Há muitos problemas com esse argumento. Vamos analisar as principais partes do documentário que tentam apoiá-lo.
A Questão da Autoria
O documentário afirma que os evangelhos foram escritos pelos Flávios, mas como uma família romana poderia escrever literatura judaica que faz referência a profecias judaicas? A resposta estaria na colaboração dos Flávios com intelectuais judeus, começando com Josefo. No entanto, Josefo não escreveu os evangelhos. Eles foram escritos por autores diferentes: Marcos não é Lucas, que não é João, que não é Mateus. Além disso, Marcos escreveu antes mesmo da destruição do templo.
A Ignorância sobre São Paulo
O documentário ignora completamente os escritos de São Paulo. Paulo afirma ter visto o Senhor ressuscitado e conhecia Pedro, os outros apóstolos e Tiago, um parente de Jesus. Se Jesus nunca existiu, quem eram essas pessoas? Até mesmo miticistas como Richard Carrier concordam que Paulo existiu, e outros céticos concordam com o consenso histórico sobre ele.
A Perseguição Romana
Se os romanos criaram o cristianismo para controlar seus súditos, por que perseguiram os cristãos? Sob o imperador Nero e na carta do imperador Trajano ao governador Plínio, o Jovem, não há menção de tal conspiração. Em vez disso, a carta de Trajano diz que os cristãos não devem ser procurados, mas, se acusados e condenados, devem ser punidos.
A Falta de Evidência Arqueológica
O documentário afirma que não há evidência arqueológica de Jesus. No entanto, isso é verdade para 99,9% das pessoas que já viveram. A ausência de evidência arqueológica não é surpreendente para indivíduos que não eram governantes famosos.
A Influência de Temas Judaicos e Pagãos
O documentário alega que Jesus foi copiado de temas judaicos e pagãos anteriores. Muitos dos ensinamentos éticos do cristianismo já existiam antes, como “ama o teu próximo como a ti mesmo”, que vem do Antigo Testamento. No entanto, Jesus expandiu o conceito de “próximo” para incluir todos os seres humanos.
O Argumento de Zeitgeist
O documentário repete o argumento de Zeitgeist, que afirma que a história de Jesus foi roubada do paganismo. No entanto, muitos desses paralelos são triviais ou foram os pagãos que copiaram elementos do cristianismo séculos depois.
A Conexão com a Família Flávia
Atwill afirma que um dos primeiros papas, Clemente de Roma, pertencia à família Flávia. No entanto, pouco se sabe sobre a vida de Clemente, exceto que ele foi o quarto papa, não o sucessor imediato de Pedro.
Os Códigos Secretos de Josefo
Atwill alega que Josefo deixou códigos secretos nos evangelhos para provar que foram escritos pelos romanos. Ele afirma que a sequência de eventos e locais do ministério de Jesus corresponde à campanha militar do imperador Tito, conforme descrito por Josefo. No entanto, isso é um exemplo de “paralelomania”, a tendência de encontrar paralelos onde não existem.
Conclusão
A teoria de Atwill é rejeitada até por estudiosos marginais que negam a existência de Jesus. Robert Price, um dos poucos estudiosos com doutorado em estudos do Novo Testamento que nega a existência de Jesus, escreve que a leitura de Atwill é “ludicra”. Se a tese de Atwill estivesse correta, não apenas Jesus nunca existiu, mas também Pedro, Tiago e Paulo. No entanto, sabemos que isso não é verdade, pois o historiador romano Tácito registra a existência de cristãos antes da destruição do templo em 70 d.C.
Recursos Adicionais
Se você quiser aprender mais sobre como defender Jesus contra conspirações semelhantes e objeções mais substanciais, confira o livro Counterfeit Christ: Finding the Real Jesus Among the Impostors, linkado na descrição abaixo. Obrigado por assistir e tenha um dia abençoado!
Poderá ver o vídeo no youtube Aqui