Aqui vamos nós em mais uma resposta ao “professor” (sic) Fabio Sabino, em mais uma tentativa canhestra de desacreditar o cristianismo e a Bíblia. Desta feita, o sujeito tenta, como o Pedro do “Ateu Informa”, alegar que Yahweh (o Senhor) tem uma esposa, de acordo com o AT. Vamos analisar suas alegações e respondê-las. Para começar, essa alegação não é nova nem ideia da cabeça do Sabino. Isso veio das alegações de uma pesquisadora ateia Francesca Stavrakopoulou, do Departamento de Teologia e Religião na Universidade de Exeter. A afirmação não é nova, mas foi reavivada para promover a próxima série da BBC, “Segredos Enterrados da Bíblia”. Embora a afirmação parece ridícula na superfície, há realmente uma grande quantidade de evidências de que grupos de povos antigos do Oriente Médio adoravam deuses e deusas diferentes, uma das quais foi chamada “Asherah”. No entanto, ao contrário do alegado de muitos estudiosos, a Bíblia não tenta encobrir esses fatos, mas traz los à luz como a adoração de ídolos que eram. Vamos examinar esta evidência e as formas que tem sido interpretada.
Baseando-se em antigas inscrições que mencionam “Yahweh e sua Asherah”, alguns estudiosos (notadamente William Dever em Deus tinha uma esposa? A arqueologia e religião popular no Antigo Israel) nos últimos anos postularam que os antigos israelitas adoraram Asherah e outras divindades ao lado de Javé, o Deus do Antigo Testamento. Agora outros tomaram um passo além e afirmaram que a suposta esposa de Javé, Asherah, foi posteriormente retirada da Bíblia por escribas com uma agenda monoteísta. Sabino começa tratando de Dt. 33,2. Ele alega que a tradução “à sua direita, havia para eles o fogo da lei” deveria ser interpretada como “à sua direita estava Ashera”, no claro intento de dizer que Deus estava com sua esposa. É uma possibilidade mas não é isso com o qual concordam a maioria dos eruditos e autoridades confiáveis. Dt. 33,2 pode ser entendido também como “e com ele havia miríades de Cades, à sua mão direita guerreiros [ou: anjos] dela”. Veja JTS, Vol. 2, 1951, pp. 30, 31. LXX: “com [as] miríades de Cades; à sua mão direita [havia] com ele anjos”; Vg: “e com ele milhares de santos. Na destra dele [havia] uma lei ardente”. M margem divide a palavra hebr. em duas, ’esh (fogo) e dath (lei), para rezar: “o fogo duma lei”; ou: “uma lei ardente”. Mas isso introduziria no Pentateuco um estrangeirismo persa, dath (lei), que no hebr. só ocorre ainda em Esdras e em Ester. Veja Esd 8,36; Est 1,8.
Que os antigos israelitas adoravam muitos deuses diferentes não é novidade para ninguém que tenha lido no Antigo Testamento. Embora Deus se revelou a seu povo como o único e verdadeiro Deus (condenando até mesmo a adoração de Asherah), os israelitas, rodeados por outras nações que adoravam vários deuses, constantemente se desviaram na idolatria. Esta idolatria nem sempre tomou a forma de uma pura e simples negação de Deus mas, em vez de negar o Senhor, os israelitas muitas vezes começaram a adorar outros deuses (como Asherah) juntamente com o Senhor; ou, por vezes, adoraram o Senhor de uma forma que ele tinha expressamente proibido. Grande parte do Antigo Testamento descreve a adoração proibida de deuses pagãos como Asherah e Baal e do fracasso de líderes de Israel para proibir tais cultos.
De acordo com a história bíblica, cerca de metade dos reis de Israel adoraram a outros deuses e altares construídos e Asherah era um eles. A Bíblia mesmo indica que alguns dos Asherah foram feitos em Samaria,que é onde arqueólogos os encontraram. Assim, o fato de arqueólogos terem encontrado Asherah em Samaria não é surpreendente. Seria mais surpreendente se eles não os encontrassem! A Bíblia estava tentando manter esse culto a outro deuses e deusas em segredo? Não!
Os textos de Ras Xamra identificam esta deusa como esposa do deus El, o “Criador de Criaturas”, e referem-se a ela como “Senhora Axerá do Mar” e “Progenitora dos Deuses”, o que a torna também mãe de Baal. Contudo, parece ter havido considerável coincidência de papéis entre as três deusas de destaque no baalismo (Anate, Axerá e Astorete), como pode ser observado de fontes extrabíblicas, bem como do registro bíblico. Ao passo que Astorete parece ter figurado qual esposa de Baal, Axerá talvez fosse também assim considerada.
Deve-se notar que, durante o período dos juízes, os israelitas apóstatas “serviam aos Baalins e aos postes sagrados [Axerás]”. (Jz 3,7 n; compare isso com 2,13.) A menção destas deidades no plural talvez indique que cada localidade tinha seu Baal e sua Axerá. (Jz 6,25) Jezabel, a esposa sidônia de Acabe, rei de Israel, recebia em sua mesa 450 profetas de Baal e 400 profetas do poste sagrado ou Axerá. — 1Rs 18,19.
A adoração degradada de Axerá veio a ser praticada no próprio templo de Deus. O Rei Manassés chegou a colocar ali uma imagem esculpida do poste sagrado, evidentemente uma representação da deusa Axerá. (2Rs 21,7) Manassés foi disciplinado por ser levado cativo para Babilônia, e, ao voltar a Jerusalém, mostrou que se beneficiou da disciplina e purificou a casa de Deus dos itens de idolatria. Contudo, seu filho, Amom, deu prosseguimento à degradante adoração de Baal e de Axerá, junto com a acompanhante prostituição cerimonial. (2Cr 33,11-13; 15, 21-23) Isto tornou necessário que o justo Rei Josias, que sucedeu a Amom no trono, demolisse “as casas dos homens que se prostituíam no serviço dum templo, que havia na casa de Deus, onde as mulheres teciam sacrários de tenda para o poste sagrado”. — 2Rs 23,4-7.
Para a controversa questão “Será que Deus tem uma esposa?” a resposta também é clara: em nenhum lugar da Bíblia isto é sugerido, e as pessoas que afirmam isso devem postular uma teoria da conspiração em que grandes partes da Bíblia foram retroativamente reescritas para falsificar o registro. Não há evidência de manuscrito, sugerindo uma “versão anterior” da história israelita que endossasse o politeísmo. Estudiosos continuam a debater o desenvolvimento da compreensão do monoteísmo revelado unicamente em Deus de Israel, mas o ônus da prova recai sobre os críticos em demonstrar que isso é mais plausível do que simplesmente aceitar o texto da Bíblia que temos como genuíno.
Sim, os ateus e outros desinformados desse circo do Fabio Sabino tentam de novo desacreditar o teísmo, o cristianismo, o judaísmo e a Bíblia, alegando algo tosco que foi proposto para simplistas no “Segredos Enterrados da Bíblia”, da BBC. É a mesma velha alegação embolorada - os israelitas eram realmente politeístas e Javé, o Deus da Bíblia, foi apenas um dos muitos deuses. Assim, a Bíblia tenta encobrir o fato de que todos os israelitas eram politeístas. O problema com essa alegação é que a Bíblia admite que os reis se extraviaram e adoraram outros deuses. O fato de que a arqueologia confirma tais exemplos de cultos idolátricos em Israel não é nenhuma surpresa. Seria surpreendente se essas provas não fossem encontradas. E só para esclarecer as coisas, a Bíblia diz que Deus tem uma mulher – que consiste em nada menos que Seu povo.