Respostas a algumas questões sobre a Virgem Maria

images1    — Por que Jesus, ao se dirigir à sua mãe, usou o termo “mulher” e não “mãe”?
Resposta: Uma razão adicional para o fato de que a expressão “mulher” é indicadora de respeito está na circunstância de filhos e filhas, particularmente os filhos, usarem esta maneira formal de se dirigir às suas mães em sociedade, deixando os termos mais íntimos e ternos para o ambiente cheio de calor do lar (tais hábitos são ainda encontrados no Oriente Médio).

2    — O Senhor Jesus demonstrou falta de respeito com relação à sua Mãe e a seus parentes quando respondeu: “Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos?” (Mt 12,48).
Resposta: Nos dias de Jesus considerava-se que as relações de sangue eram aquelas que garantiam honras e dignidade e, por isso, os presentes mostraram sua estima para com os parentes de Jesus. Jesus corrige estas idéias e ensina a eles (e a nós) que honra e dignidade não consistem em descender de uma família nobre ou em ser parente de grandes personalidades, mas que a nobreza autêntica, profunda, está na alma, nos valores espirituais. Por isso, aqueles que seguem Jesus tornam-se Sua mãe e irmãos… conforme Mt 12,50: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos: todo aquele que faz a vontade de meu Pai no céu é meu irmão e irmã e mãe”. Maria, a Mãe de Jesus, fez a vontade do Pai no céu, transmitida pelo mensageiro celestial Gabriel: “Sou a serva do Senhor: que aquilo que dissestes se faça em mim” (Lc 1,38).

3    — Jesus mostrou pouca consideração com sua Mãe, quando respondeu à mulher que o elogiou: “Ainda mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática!” (Lc 11,28).
Resposta: Aquela mulher desconhecida — talvez ela própria uma mãe — admirava Jesus: “Enquanto Jesus falava, uma mulher na multidão levantou a voz e disse: ‘Bem-aventurado o ventre que te gerou e bem-aventurado os seios que te amamentaram!’” (Lc 11,27). Aqui também Jesus chama a atenção de seus ouvintes para a dignidade real e profunda acessível a todos, que contrasta com aquela provinda do relacionamento sanguíneo com Ele, ou seja, a disponibilidade para ouvir a palavra divina e para pô-la em prática. Assim, a honra de pertencer espiritualmente a Cristo é universal, no passo que o relacionamento sanguíneo com Ele está restrito a um número muito pequeno de pessoas.

Vamos analisar a resposta do Senhor: “Mas Jesus respondeu: Ainda mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática!’” Este elogio de Cristo, uma congratulação, é também um elogio de sua mãe Maria. Ela foi uma das primeiras pessoas, no Novo Testamento e na Nova Aliança, que ouviu e recebeu a Palavra divina. Em seu Ventre, aquela Palavra divina se encarnou! E ela “manteve” esta “Palavra” que ofereceu ao mundo. Nos Evangelhos, lemos que a Virgem Maria ouviu a Palavra de Deus: “Jesus voltou com eles (Maria e José) para Nazaré e viveu sob sua autoridade. Sua Mãe guardou todas estas coisas no seu coração” (Lc 2,51).

“Quanto a Maria, entesourou todas estas coisas e meditava sobre elas em seu coração” (Lc 2,19).

Antes disso, quando o Anjo anuncia o plano divino de salvação através da concepção nEla do futuro Messias Salvador, Ela ouve a Palavra e a aceita (cf. Lc 1,38).

Nota: alguns estudiosos assinalam ao termo grego menoun (memounge) não o sentido de “mas, pelo contrário, antes”, como traduzido acima: “antes, bem-aventurados aqueles que ouvem a Palavra de Deus..mas sim “com certeza, certamente”, como em Rm 9,20; 10,18; Fl 3,8.

Portanto, podemos concluir que Maria é Mãe de Jesus nos dois sentidos:

a)    no sentido do relacionamento sanguíneo, pois ela deu à luz o Menino Jesus;

b)    no sentido espiritual, porque ela ouve a Palavra de Deus e a mantém.

Fonte: Fé e Escritura, de frei Ya’cub H. Saadeh

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