Refutação ao ignorante ateísta Frank Zindler

Frank_Zindler2Vamos continuar nosso estudo de devastar o site Terra Redonda e demonstrar suas falácias agora criticando o texto de Frank R. Zindler, cujo texto original, para quem quiser ler, está em http://www.atheists.org/church/jesuslife.html . Mais uma vez o site Terra Redonda dá uma mostra que os “livres-pensadores” na verdade não querem ficar livres-pensadores para pensarem na liberdade mas querem é ficar mesmo “livres-de-Cristo”.

Zindler escreveu um artigo chamado “Como Surgiu Jesus”, com as velhas estorietas de mitos e tal. Não vamos discorrer tanto destes. Vou me resumir só ao ponto onde Zindler tenta interpretar a Bíblia e, mostrando como ele erra fazendo isso, mostrarei como o resto de seus argumentos também vão por água abaixo.

“É um fato curioso que os componentes mais antigos do denominado Novo Testamento, as cartas tidas como sido escritas por Saulo / Paulo, não sabem quase nada de qualquer biografia de Jesus. Nem Belém nem Nazaré são mencionadas nestes alvarás da religião Cristã. Só no bem mais recente Livro de Atos é dito que Saulo (ou Paulo) teve uma entrevista com “Jesus de Nazaré.” (At.22.7ss e At.9.4ss). Quanto mais recente o documento, mais detalhada é a história apresentada de Jesus”

      Assim começa o artigo de Zindler, que pretende escrever um livro chamado Inventando Jesus, onde procura demonstrar que Jesus nunca existiu. Mas vamos ao que ele diz. Os ateus são conhecidos por serem “caçadores de contradições” ou “buscadores de erros” na Bíblia. Mas nunca encontram. E quando pensam encontrar, encontrarm uma barreira de comentaristas e estudiosos que já responderam suas ditas há muito tempo. Vamos aos comentários.

Jamieson, Fausset and Brown Commentary diz: “Assim como as pessoas que estavam de pé ouvindo a voz de nosso Senhor, com palavras de consolo e segurança, não ouviram as palavras articuladas, mas pensaram que houve um trovão, ou que um ‘anjo falou para Ele’ (Jo.12.28,29). Então, estes homens ouviram a voz que falou a Paulo, mas não ouviram as palavras articuladas. Estas aparentes discrepâncias, nas diferentes narrativas da mesma cena no mesmo livro de Atos, fornecem a confirmação da veracidade dos fatos e do livro”.

      Zindler está tentando desacreditar a Bíblia tentando mostrar uma contradição no livro de Atos. Mas ele não disse tudo. Barnes diz: “a palavra ‘voz’ aqui é usada como em Gn.3.8; ISm.12.18 e Sl.29.3,4. Em At.22.9, Paulo diz: ‘os que estavam comigo viram a luz e temeram, mas não ouviram a voz daquele que falava para mim’. Neste lugar as palavras ‘não ouviram a voz’ precisa ser entendida no sentido de entendimento das palavras, para quem era endereçada e o que dizia. Eles ouviram um ruído, ficaram pasmos e temerosos, mas não ouviram as palavras dirigidas a Paulo. Vemos algo parecido em Jo.12.28,29, quando a voz de Deus veio do céu a Jesus: ‘as pessoas que estavam por perto e ouviram, disseram que foi um trovão’. Elas ouviram o som, o ruído, mas não puderam entender as palavras ditas a Ele. Veja também Dn.10.7 e IRe.19.11-13.”
      Hmmmm…e agora? Que situação, seu Zindler. É coisa feia falar que tem um erro num lugar e não ter. E não fica só por aí porque o senhor “demonstrou” ter várias contradições na Bíblia.

O evangelho de Marcos, o mais velho do conjunto oficial de quatro,  contém erros de geografia (7.31) e costume(10.12) que não teriam sido cometidos por uma testemunha ocular.

      Assim como demonstramos a falácia de Emmett, vamos fazer de Frank. Aqui ele diz que em Marcos há uma falha enorme de geografia e costume. Vamos analisar. A citação dada é de Mc. 7.31. O texto diz:

“De novo, se retirou das terras de Tiro e foi por Sidom até ao mar da Galiléia, através do território de Decápolis”

Frank diz que o mar da Galiléia fica a 48 km e que Jesus e Seus amigos foram pelo caminho de Sidon, 32 km ao norte, de Tiro no Mediterrâneo. Então de Sidon regressou 64 km, significando que ele andou 112 km, quando poderia ter andado 48 km. Depois ele acusa Marcos de não conhecer geografia e tal e até os tradutores da King James. Vamos à explicação. Barnes diz: “Veja Mt.4.25. Ele não entrou imediatamente em Cafarnaum, ou qualquer cidade onde ele era conhecido, mas nas regiões afastadas ao redor do mar da Galiléia. Isto foi feito para evitar os fariseus que buscavam Sua vida.” JFB: “o texto original devia ser ‘e de novo, partindo das costas de Tiro, passou por Sidon para o mar da Galiléia’. Os manuscritos a favor desta leitura, entretanto não são mais numerosos, enquanto as versões que concordam com isto estão entre as mais antigas; Neste caso temos que entender que nosso Senhor, tendo saído da Terra Santa até Tiro, indo ao norte até Sidon, foi sem missão de pregar, aparentemente, a direção sudeste. (grifo nosso). Seja como for, em sua volta de Tiro, ele passou pela fronteira de Decápolis, cruzando o Jordão, se aproximando do lago do lado leste”.
É isso aí. Jesus tomou esse itinerário para fugir dos fariseus. E não foi dessa vez, Frank. A outra é de costumes (Mc.10.12). O Robertson’s NT Word Pictures diz:

“A Lei grega e romana permitia o divórcio do marido pela esposa, ao contrário da lei judaica. Mas a coisa às vezes terminava como no caso de Herodias e seu marido, antes dela casar com Herodes Antipas. Salomé também, a irmã de Herodes, divorciada do marido. Bruce e Gould dizem que  Marcos adicionou este item nas palavras de Jesus para o ajudar os gentios, a quem era endereçado este Evangelho Romano. Mas é claro que Jesus sabia como era a coisa no mundo romano e proibiu que esta viúva se casasse”

A nota da BJr diz:

“Esta cláusula reflete o direito romano, porquanto o judaico não reconhecia à mulher o privilégio do repúdio, o quel era concedido somente ao homem”

      Depois, Frank tenta demonstrar que Jesus não existiu dizendo que os escritos seculares não eram prova suficiente de sua existência. E ainda dizem que suas citações são derivadas, não originais. De onde ele tirou isso?
Ele diz que não houve nenhuma testemunha ocular que pudesse relatar a vida de Cristo. Neste ponto cabe notar duas coisas: a ausência de manuscritos e a atenção que os romanos davam para Jesus. É verdade que alguns manuscritos citando Jesus vieram até nós e que alguns se perderam. Mas isto é por causa da conservação da época. Nem todos os manuscritos ficaram. Além do mais, nem todos os romanos iriam prestar atenção “a um carpinteiro” desconhecido. Os egípcios não costumavam relatar na pedra suas derrotas e muitas vezes omitiam a verdade, quando não a alteravam, para dizer que eram vencedores. Será que os romanos iriam dar atenção a Jesus? Por isso a certa ausência de tantos testemunhos oculares.
A seguir, Frank tenta dizer que o cristianismo é uma religião de mistérios.

A palavra mistério (em grego, musterion: ‘o que é conhecido só por iniciados’) ocorre vinte e sete vezes no Novo Testamento oficial e quase todas estas ocorrências demonstram a existência de uma infra-estrutura secreta no culto nascente.

      Para os desavisados, Frank quer unir o cristianismo a gnose (dá pra misturar?). Quem foi o maior inimigo da gnose no séc. I? Frank e a turma do Darwin Maganize e do Terra Redonda? Não. O cristianismo. Sim. Se não fosse ele, Frank hoje ainda estaria às voltas com a gnose. Que coisa, hein, Frank? E ele dá citações: Mt.13.10,11; ICo. 2.6ss, etc. O Robertson’s NT Word Pictures diz:

(Mt.13.11) conhecer os mistérios – (gnonai ta musteria) A palavra musterion vem de musteo, iniciado, e de mueo (muo), fechado (latim, mutus). As religiões de mistério do oriente tinham  todos os tipos de segredos e sinais como as sociedades secretas hoje. Mas aqueles iniciados as conheciam. Assim, os discípulos foram iniciados nos segredos do reino do céu. Paulo falará mais uma vez do mistério escondido, mas agora revelado, agora feito conhecido em Cristo (Ro.16:25; 1Co 2:7, etc.). Em Fl. 4:12, Paulo diz: “Eu aprendi o segredo ou fui iniciado” (memuhmai). Assim, Jesus aqui explica que Suas parábolas estão abertas aos discípulos, mas fechadas aos fariseus com suas mentes hostis. Nos Evangelhos, musterion só é usado aqui e nas passagens paralelas (Mc. 4:11; Lc. 8:10).

      Ah! E uma colher de chá de Jamieson, Fausset and Brown Commentary:

(Mt.13.11) “Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus”— a palavra “mistérios” nas Escrituras, não é usada em seu sentido clássico – segredos religiosos, nem ainda de coisas incompreensíveis, ou por sua própria natureza difícies de serem entendidos – mas no sentido da revelação puramente divina, e, normalmente, daquelas coisas que eram sombra na Antiga Aliança mas agora eram reveladas no Evangelho (1Co 2:6-10; Ef. 3:3-6,8,9). “Os mistérios do reino do céu” então, significam essas verdades gloriosas do Evangelho que naquele momento só os discípulos mais avançados poderiam apreciar, apesar de parcialmente.

Mas essa é a conclusão que Frank chega? Não. Ainda insiste em dizer que o cristianismo foi uma religião ofídica, do culto a Delfos, dionisíaca, de segredos. Parece tudo isso com o texto que acabamos de ler? Depois, ele chama Paulo de mistagogo (guia de iniciados), citando ICo.2.6ss. Mas será que é isso o que o texto quer dizer? Para isso, o tradutor do Terra Redonda usa uma tradução que parece levar a crer que Paulo falava de mistérios, era, conhecimento oculto, gnose, etc. O versículo diz:

“Entretanto, expomos sabedoria entre os experimentados (teleios); não, porém, a sabedoria (sophia) deste século (aion), nem a dos poderosos (archon) desta época, que se reduzem a nada;”

Será que Paulo fala de iniciados, maduros e mistérios aqui? Jamieson, Fausset and Brown Commentary:

“Paulo não se refere ao ‘mistério’ ou ‘coisas ocultas’ (ICo.2.7) alguma tradição diferente do Evangelho, mas os tesouros revelados do conhecimento, uma vez ocultos por Deus mas agora dada a todos que pudessem entender a mensagem de Cristo. Compare o uso de tais ‘mistérios’ , que são as profundas verdades cristãs, não pregadas por Paulo na primeira viagem a Corinto, quando ele confirmou os elementos fundamentais (ICo.2.2) mas agora ditos aos ‘perfeitos’ (ICo. 15.51). ‘Perfeito’ não é usado como ‘perfeição absoluta’ mas se refere aos novos ou os menos maduros em Cristo (compare Fl. 3:12,15 com 1Jo. 2:12-14). Deus (ICo.2.7) é oposto ao mundo, os apóstolos para ‘os príncipes (grandes e letrados homens) deste mundo’ (1Co. 2:8; compare 1Co. 1:20) [BENGEL].

E Frank continua:

Paulo, o futuro iniciador de novatos nos mistérios nos enrolou também desde o terceiro capítulo de I Coríntios. “Eu não posso falar a você como eu deveria falar às pessoas que têm o Espírito,” ele conta a seus não-completamente  iniciados. “Eu tive que lidar com você meramente no plano natural, como crianças em Cristo. E assim eu dei a vocês leite para beber em vez de comida sólida, para a qual vocês ainda não estão prontos. Realmente, você ainda não está pronto para isto, porque vocês ainda estão no plano meramente natural.”9 Os Coríntios de Paulo ainda estavam sendo alimentados com a história superficial; eles não estavam prontos para serem ditos os significados ocultos das coisas, talvez a verdade total relativa à natureza simbólica, e não física de “Cristo.”

     Frank tenta levar o leitor novamente a ideia de que o cristianismo era uma religião de ocultismo e mistérios, apesar das provas que demos que não era.

Que havia um evangelho secreto e uma iniciação realmente nos mistérios da religião agora conhecida como Cristianismo é dramaticamente atestado pelo “Evangelho Secreto de Marcos…

      Agora foi demais. Frank invoca a “autoridade” de um documento apócrifo (sim, porque por ele, até o Evangelho de Tomé estaria na Bíblia) para tentar mostrar suas ideias. Por que ele não menciona o Evangelho de Filipe, o de Nicodemos, o dos Egípcios, todos apócrifos?
Logo após Frank dá uma de Will Durant e resolve dizer que o cristianismo surgiu do mitraísmo! E para isso ele tece as mais incríveis piruetas tentando ligar a Igreja católica a cada símbolo do mitraísmo. Mas já expliquei isso no Logos.

V. O Mitraismo e o Cristianismo Têm Suas Origens na Astrologia e na Astronomia.

A velha tese que o cristianismo surgiu da astrologia e da era de Peixes. Hmmm…sei não. Acho que Frank & Terra Redonda precisam atualizar seus relógios. Isso já foi respondido.

C. F. Dupuis (1742 – 1809), um filósofo francês da Revolução Francesa, em sua obra Origem de Todos os Cultos, tenta explicar a narração evangélica como um mito astral. O Filho da Virgem Maria seria a personificação do deus Sol, da mesma forma que Hórus, filho de Ísis, entre os egípcios e Mitra entre os persas. O Sol, passando sob o signo de Áries (carneiro), salva o mundo do inverno; assim acontece com Cristo, representando pelo cordeiro redentor do mal e que ressucita na primavera para uma vida nova. Os doze apóstolos são os 12 signos do zodíaco, etc. (Dr. Miguel A. Barriola – Testemunhos Extrabíblicos dos Primeiros Séculos Sobre Jesus)

Isto influenciou também outros a pensarem que a história de Moisés estava influenciada pela mitologia babilônica. “Mas alguém também demonstrou que podia ser aplicada a Napoleão e seus doze marechais, cuja retirada depois da invasão da Rússia seria uma característica alegórica do curso solar” (Dr. Miguel A. Barriola).
E há alguns exemplos citados por Barriola de adversários da existência de Jesus. A esses, W. Trilling diz: “são só finos fios de água” perto do oceano de estudiosos sérios que pesquisam a existência de Jesus. (W. Trilling, Jésus devant l`histoire, Paris (1968) 13.)
Logo após, Frank interpreta Mt.2.1ss:

 A palavra grega para ‘ leste’ usada nestas duas passagens é anatolh , e realmente pode se referir ao leste ou para o alçamento de um corpo celeste. Mas também pode ser o nome de um lugar – Anatólia. Anatólia ou poderia significar a península inteira de Ásia Menor (a área chamada Turquia agora), ou uma província particular de Phrygia. Então parece que Mateus 2:1-2 deve de fato ler: Agora quando Jesus nasceu em Belém da Judéia nos dias de Herodes o rei, observe, lá vem os Magos de Anatólia para Jerusalém, Dizendo, onde é que o Rei dos Judeus nasceu? Pois em Anatólia nós vimos sua estrela, e viemos adorá-lo.

De onde Frank tirou isso? Nenhum comentarista grego pelo que sei fala isso! Frank tenta interpretar o grego ao seu bel prazer (como certa parte dos “livres-pensadores” não tem tanto conhecimento de grego bíblico) e dá essa interpretação esdrúxula. Anatole significa oriente (Strong 395 – nascente, oriente).

Está claro que as pessoas que escreveram o Novo Testamento acreditavam em reencarnação e “aparecimento de ressuscitados” de personagens como Elias. Isso tornaria bastante fácil que a visita de Magos convencesse as pessoas que o messias delas já tinha aparecido. Um exemplo particularmente ilustrativo encontra-se no evangelho de Mateus 16:13-16; 17:10-13:

De novo esta estória de reencarnação? Até os espíritas usam isto para defender suas ideias. Mas veja esta seção. Mais adiante Frank pensa em unir o cristianismo ao gnosticismo, dizendo serem a mesma coisa e que o gnosticismo é muito mais antigo que o cristianismo.

Antes pudesse ser dada a Jesus uma biografia, ele teve que receber um nome. De fato, ele recebeu vários nomes e, como nós veremos, todos os seus nomes eram realmente títulos. Assim, o nome Jesus de Nazaré originalmente não era um nome, mas ao invés era um título que significa (O) Salvador, (O) Ramo.

Por que Frank não diz também que Jesus é mencionado em todos os livros da Bíblia, tendo em cada um deles um nome, como em Números Ele é o Cetro e em Jó Ele é o Redentor? Frank com certeza deve acreditar que o Antigo Testamento foi escrito antes de Cristo (senão seria melhor ele procurar um analista) e que deve se surpreender que TODAS as profecias sobre Jesus se cumpriram! Não, senhor Frank, não há escapatória: ou se aceita isso ou não.

Na virada da era, não havia nenhum lugar chamado Nazaré, e não é completamente certo que o lugar agora chamado por esse nome era habitado durante o período em questão.

Agora ele tenta desacreditar Nazaré, dizendo que ela não existia no tempo de Cristo e que foi inventada por um jesseano no séc. II ou III. Dá para acreditar? Veja o livro Galileia no Tempo de Cristo, do dr. Merrill. “a população desta cidade – hoje com 10.000 – devia ser de 15.000 a 20.000 no tempo de Cristo (Enciclopédia da Bíblia Easton)

Há pelo menos cinco Jesuses diferentes descritos no Novo Testamento: aquele que o Apóstolo Paulo “encontrou” durante um ataque epiléptico na estrada para Damasco, e os quatro messias palpavelmente diferentes descritos nas crônicas dos evangelhos canônicos. As dimensões biográficas do messias de Paulo são tão escassas que há pouca necessidade de se falar sobre ele. Mas o que dizer das histórias contadas pelos quatro evangelistas?

“Jesuses”? Essa foi demais. Poderia dizer, “frankistas” e ‘Terra Novistas”?

Um grupo de proeminentes estudiosos da Bíblia, intitulando-se “O Seminário de Jesus” e patrocinados pelo Instituto Westar em Sonoma, Califórnia, recentemente completou sua análise de seis anos de toda a logia e informou que pelo menos oitenta por cento das declarações não eram autênticas! Quer dizer, eles puderam achar explicações para sua composição que não requeriam um Jesus histórico.23 E quanto aos outros vinte por cento? Tudo que podemos dizer é que suas verdadeiras origens são desconhecidas. Não foi provado que vieram de um homem que se chamou Jesus.

      Todo mundo já conhece a fama dessa “Instituto” Seminário de Jesus, cuja finalidade foi de desaprovar o Jesus histórico. Junto com Strauss, Kähler, Reimarus, Bultmann e Wrede, esse “seminário” se propõe a questionar a validade da existência de Jesus. Veja o artigo Jesus Histórico aqui no Logos. Uma citação do meu próprio site:

The Jesus Seminar, organizado em  1985 por Robert W. Funk que produziu The Five Gospels: The Search for the Authentic Words of Jesus (1993) e The Acts of Jesus: The Search for the Authentic Deeds (1998). (…)”Eles [os estudiosos do Jesus Seminar] concluíram que o Jesus da história é muito diferente do ícone da Cristandade tradicional: Jesus não caminhou na água, alimentou a multidão, transformou água em vinho ou  ressucitou Lázaro. Ele foi executado como uma ameaça pública, não por dizer ser Filho de Deus. E na visão do Seminário, ele não ressucitou; a resurreição é, ao invés disso, baseada nas experiências visionárias de Pedro, Paulo e Maria.

   Harnack, o pai do protestantismo liberal, reconheceu: “o caráter absolutamente único dos Evangelhos é, hoje em dia, universalmente reconhecido pela crítica”. Eu confio mais em Jamieson, Fausset e Brown que foram cristãos e eruditos e Harnack, apesar de liberal, que em Frank e suas visões distorcidas. Vejam a explicação do pe. José A. do Laburu:

Todo crítico especialista nesta matéria admite as obras de Heródoto e de Tucídides. Pois bem, senhores quem mencionou Heródoto pela primeira vez, e cem anos após sua morte, foi Aristóteles. E o primeiro a reconhecer como autênticas as obras de Tucídides foi Cícero, trezentos anos depois do seu desaparecimento.
Considera-se suficiente para que o crítico, exibindo erudição admita Heródoto e Tucídides como autores de tais e tais obras, o simples depoimento de testemunhas que viveram de cem a trezentos anos posteriormente à sua morte.
Senhores, é de grande proveito observar que aquêles que, nos Evangelhos, fogem da luz, são os mesmos que admitem, sem a menor hesitação, a vida e a doutrina de Buda. Mas o livro Lalita Vìstara, que contém a história de Buda, é reconhecido, de olhos fechados, por todos os críticos, como do Século I antes de Cristo, ísto é, redigido pelo menos três séculos após a morte de Buda.

Frank prossegue em sua análise bultmaniana repetindo os mesmos erros das escolas antigas.

Algumas partes da biografia de Jesus foram derivadas do gnosticismo pré-cristão, e um pouco do material foi incorporado da literatura da sabedoria heleno-judia

      Ué. E Frank se esqueceu de dizer que o ensinamento “amai o próximo…” também foi dito por Confúcio, Paulo em Tt.1.12, onde cita Epimênides de Faestus (600 a.C.) e outros? Só o fato de terem várias citações na Bíblia de outros livros e pensadores não faz com que sua doutrina seja a deles. Os hagiógrafos usavam conforme era necessário.

Em ICo. 2.9, ele cita uma escritura até então “não identificada”:

      Eu lamento que Frank e os amigos fugiram da aula de catecismo! Não-identificada para você! Isto é só uma livre combinação de Is.63.3 e Jr. 3.16, ou uma citação do apócrifo Apocalipse de Elias. Só que esse livro apócrifo veio depois de Paulo e Jerônimo também nega que Paulo o tenha emprestado deste. Faltava só o Frank dizer que os gnósticos usavam este texto para apoiar suas doutrinas esotéricas, como mostra Hegesipo.
Depois Frank, como um diretor teatral, começa a colocar quem ele acha que foi real ou não no palco de Jesus: os discípulos foram figuras do zodíaco, mas João Batista pode ter sido real. São Paulo quase certamente era real, mas São Pedro provavelmente não era. A Virgem Maria e José foram inventados para seus papéis, mas Poncio Pilatos não. Que absurdo! Que autoridade ele tem para dizer isso? Bultmaniana? Essa escola não fechou?

A hora chegou para os estudiosos bíblicos se levantarem na mesma fundação sólida na qual o Marquês de Laplace estava quando questionado pelo Imperador da França. Quando questionados sobre o Jesus histórico, todos devem ou podem responder: “Eu não tive nenhuma necessidade dessa hipótese.”

Frank termina como começou: indo do nada para lugar nenhum. E cita Laplace. Impressionante. É mesmo? Será que ele não sabe (e isso não é de surpreender nesses ateístas militantes desinformados) que essa alegada frase se Laplace é um mito? Em 1884, no entanto, o astrônomo Hervé Faye afirmou que esse relato da conversa deLaplace com Napoleão apresentou uma versão “estranhamente transformada” (étrangement transformée) ou ilegível do que realmente aconteceu. Não foi Deus que Laplace havia tratado como uma hipótese, mas apenas a sua intervenção em um determinado ponto (Faye, Hervé [1884], Sobre a origem das teorias mundiais cosmogônicos antigas e modernas. Paris: Gauthier-Villars, p. 109-111). Mesmo Stephen Hawking afirmou, em 1999, “Eu não acho que Laplace estivesse afirmando que Deus não existe. Só que ele não intervém para quebrar as leis da ciência”.

Tomem cuidado antes de propagarem nonsenses e disparates, ateístas.

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