Queridos ateus, William Lane Craig não ganha debates através de “truques”

Recentemente, estive conversando com um ateu. Ele pegou a afirmação de Sam Harris de que moralidade objetiva pode ser estabelecida por se estabelecer cientificamente o “progresso humano.” Quando eu apontei-o para o debate em que Harris perdeu para William Lane Craig sobre este tema e estava vinculado ao debate, ele respondeu que, enquanto Craig é brilhante, ele ganha esses debates com ateus através de “truques de debate.”

Ouvi isso várias vezes antes e acho fascinante. Afinal, uma pessoa ganha um debate por forma clara e sucinta expondo seu argumento. A pessoa perde se não puder apresentar um argumento convincente e/ou responder eficazmente à exposição de seu oponente. Não são meros truques de retórica:  é uma argumentação simplesmente eficaz.

Agora, não me interpretem mal, uma pessoa pode “ganhar” um processo judicial ou fazer um oponente parecer ridículo com recurso a insultos inteligentes ou espirituosos, embora irrelevantes, com linhas ou apelos emocionais. O primeiro julgamento em que participei como advogado auxiliar (ie, iniciante) foi um desastre.  Ajudei a representar um cliente que estava sendo processado por um acidente envolvendo o caminhão do meu cliente e um quadriciclo (ATV) de um querelante. O querelante estava em uma via pública, dirigindo sem capacete e seu filho estava sentado ao volante (também sem capacete)!

Fomos capazes de demonstrar no tribunal que o querelante estava dirigindo muito rápido na pista errada e havia o aviso para tal. Também demonstramos que o nosso cliente estava dirigindo não mais de 3-5 quilômetros por hora acima do limite de velocidade. No entanto, o júri decidiu para o querelante, em apenas quatro horas. Foi um choque tão grande para o juiz que ele enviou o veredicto de volta ao júri para perguntar se eles tinham certeza!

Por que o júri decidiu a favor de um homem que estava dirigindo um quadriciclo na pista errada com seu filho no guidão sem capacete? O filho mais novo estava sentado no tribunal em uma cadeira de rodas com pinos em sua perna e ele quebrou os corações dos jurados. Eles justificaram a si mesmos dizendo que o dinheiro só estava vindo de uma companhia de seguros.

Mas isso é o que está acontecendo nos debates acadêmicos entre William Lane Craig e ateus? Na verdade, depois de assistir a quase todos os recentes debates on-line vemos que na verdade são os céticos quem recorrem à emoção ou se envolvem em comentários irreverentes (como Lawrence Krauss tentou) ao invés de ficar com os problemas na mão.

Por exemplo, quando o Dr. Craig desafiou Sam Harris sobre a forma como o seu argumento para a moralidade objetiva ausente a existência de Deus pode ser verdadeiramente objetivo, ele afirma o seguinte:

No trecho do vídeo, Craig comenta:

Harris diz: “Nós podemos imaginar o maior estado de miséria possível e um estado onde as pessoas tenham um maior bem-estar. E é óbvio que o segundo é melhor do que o primeiro”. Mas esse não é o debate. Eu concordo que o florescimento do bem-estar é bom. A questão real é: “Se o ateísmo for verdadeiro, o que faz o maior bem-estar ser objetivamente bom?”. Criaturas podem achar que é melhor para elas terem mais bem-estar, mas o que garante que isso é objetivamente bom no ateísmo?
Sam Harris está fazendo uma confusão no uso de termos “bom” e “mau”, “certo” e “errado”, usando em termos não morais. Por exemplo, poderíamos aplicar em: “Há jogadas objetivamente boas e más no Xadrez”. Mas esses não são usos morais das palavras “objetivamente bom” e “mau”, elas são apenas direcionadas para a vitória ou não. Mas você não está sendo uma pessoa má ao fazer a jogada errada. E da mesma forma diríamos “Esse seria um bom modo de você se suicidar!”, sem nos referirmos a um valor moral de “bom”.
O contraste feito por Harris, entre uma vida boa e uma vida ruim, não é um contraste ético entre uma vida moralmente boa e uma vida moralmente má. Não é uma distinção ética e sim “prazerosa” e “miserável”. No ateísmo não temos bases objetivas para afirmar uma bondade e maldade objetivas relacionadas a isso.

Como isto pode ser um “truque” ou um apelo à emoção ou uma linha de comédia vazia? Não é. É um argumento convincente de que Sam Harris não pôde (e não pode) dar resposta.

É assim como William Lane Craig debate, ele apresenta argumentos claros e concisos. Os ateus costumam responder com declarações como: “Bem, talvez ele poderia ser …” ou “Um dia a ciência vai provar …” O que é estranho é que estas declarações muitas vezes seguem o argumento de que a fé em qualquer coisa sem provas é irracional. No entanto, o ateu claramente está fazendo uma declaração de fé, a qual, por seu próprio argumento, é irracional! No entanto, eles ainda sustentam que o Dr. Craig só está ganhando por “truques de debate”? Quando será que os ateus realmente vão se comprometer com as rigorosas normas acadêmicas e objetivas que dizem defender e admitir simplesmente que estão perdendo?

Enquanto isso, agradeço a Deus por William Lane Craig. Ele fortaleceu minha fé dez vezes.

Fonte: http://pastormattblog.com/2014/02/28/dear-atheists-william-lane-craig-doesnt-win-debates-through-tricks/
Tradução: Emerson de Oliveira

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