Quem é o “Q”? O mundo mítico dos estudiosos da Bíblia

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“Q” – o misterioso escritor do Evangelho

Você já reparou que há um tipo de ateus que também são estudiosos da Bíblia e estudiosos da Bíblia que parecem ser ateus?

Esses incrédulos são crentes de um tipo especial. Eles não acreditam que a Bíblia é a Palavra inspirada e infalível de Deus, mas acreditam que suas teorias particulares sobre a Bíblia são infalíveis. Quando eu morava na Inglaterra, tinha um busto do famoso erudito bíblico Geza Vermes. Eu escrevi um comentário curto e bastante leve de um de seus livros para a Amazon em que apontei alguns problemas com a sua teoria no qual, basicamente, minava todo o seu argumento. Na verdade, ele escreveu ao editor da Amazon exigindo que o meu comentário desfavorável fosse retirado. Você pode ler a resenha aqui se estiver interessado.

De qualquer forma, os estudiosos da Bíblia modernistas gostam de escrutinar todo o Novo Testamento. Fizeram uma indústria do mesmo. Há crítica da forma, crítica das fontes, crítica literária e crítica histórica. Na verdade, como o Santo Padre assinalou, muito do seu trabalho tem sido excelente, pois foi feito por estudiosos sérios e profissionais e, como resultado, aprendemos muito sobre as Escrituras e do seu contexto.

Por outro lado, a maior parte do trabalho foi esboçada. Grandes teorias foram formuladas para a qual não há nenhuma evidência Livros foram escritos por autores com um ponto de vista particular, para transmitir ideias particulares que foram feitas só para vender livros e viram que, se os resultados são controversos e minam a fé, bem, eles vendem mais livros e ganham uma maior reputação. Longe de mim sugerir que esta possa ser uma motivação para muitos estudiosos sérios e objetivos! No entanto, deve ter uma tentação.

Uma das teorias favoritas dos estudiosos da Bíblia é que os livros da Bíblia não foram realmente escritos por pessoas pelas quais se pensava que foram escritos. Em vez disso, foram escritos muito mais tarde por outra pessoa ou pessoas que atribuíram-lhes nome dos apóstolos.

É aqui de onde vem suas alegações: por um lado os estudiosos da Bíblia ateus dizem que não há evidências para a historicidade do Novo Testamento. Bem, isso não é verdade. Na verdade, existe uma enorme quantidade de evidências. Temos manuscritos muito mais antigos para o Novo Testamento do que para quaisquer outros escritos antigos. Muito do que está no Novo Testamento também é corroborado por outras fontes documentais bíblicas extras, isso para não mencionar as fontes geográficas e arqueológicas. O que os estudiosos fazem? Eles fazem uma indústria de escolhendo aleatoriamente essas fontes mostrando como não podem ser confiáveis. Ninguém se importa com as mais abalizadas informações acadêmicas e um método crítico adequado. É assim que descobrimos a verdade nessas questões: testando a hipótese a a dupla verificação das fontes. No entanto, quando isso é feito com uma atitude negativa e suposições ateístas os resultados não só serão negativos, mas ridículos.

Assim, por exemplo, temos os críticos do Novo Testamento que nos dizem que os evangelhos foram compostos a partir de várias fontes. Mateus e Lucas provavelmente usaram Marcos, mas também usaram outras fontes, particularmente uma chamada ‘Q’. No entanto, ninguém jamais veio com alguma evidência real desse ‘Q’. Não há nenhum manuscrito antigo que corresponde a ele. Não há documentos antigos referentes a esses outros livros de origem. Não há teólogos antigos referindo-se a outros livros de origem que existiam. Nada. Nada. Nadica de nada.

Aqui está o mais engraçado sobre tudo isso: os estudiosos da Bíblia ateus disseram-nos que não podemos confiar no Novo Testamento. É uma coleção de histórias inventadas por alguém, em algum lugar, em algum lugar distante no tempo, mas não sabemos quem. Então, minha pergunta é: “Quem é Q?” Quem são esses outros escritores do Evangelho? Onde é que eles viviam? De qual comunidade de fé vieram? Onde está a prova de que eles existiram? Onde estão os manuscritos antigos? Onde estão os historiadores seculares que se referem a eles? Onde estão as ruínas das antigas bibliotecas onde os manuscritos foram abrigados? Que credo seguiam e que escolas frequentavam? Qual era a sua ligação com os apóstolos? Qual trabalho missionário fizeram? Que teólogos lhes estudaram? Com quais controvérsias eclesiais se envolveram?

A história antiga é cheia de eventos e pessoas. Muita coisa estava acontecendo. Havia hereges, seitas, cismas, concílios, papas, bispos, monges, eremitas, missionários e mártires. Havia poetas e teólogos e estudiosos da escrita e debates. Mas onde estão esses homens que escreveram e editaram os evangelhos e colocaram o nome Mateus, Marcos e Lucas sobre eles?

Ah, eu sei, eles se mantiveram em segredo porque o trabalho que estavam fazendo era fraudulento! Oh, nossa. Que “raciocínio”. Agora estamos soando como um teórico da conspiração que, quando você apontar a falta de evidência de uma invasão alienígena, diz: “Isso só serve para mostrar o quão bom o governo está em acobertar as coisas!”

Portanto, aqueles que exigem “evidência” dos cristãos acabam acreditando em teorias para as quais não há absolutamente nenhuma evidência sobre o mundo antigo as quais foram chocadas nas universidades apenas nos últimos cem anos ou mais. Nós deveríamos jogar fora todas as provas antigas que temos e depois acreditar em uma teoria moderna que ninguém nunca sonhou por 1900 anos para os quais não há evidência?

E depois vêm dizer que são os teístas e religiosos que têm fé cega?

O mistério ainda permanece. O que exatamente é “Q”? Que troço é esse de “Q”?

Oh, eu me lembro! Ele é aquele cara que cria os dispositivos nos filmes de James Bond.

Fonte: http://www.patheos.com/blogs/standingonmyhead/2012/12/who-is-q-the-mythical-world-of-bible-scholars.html
Tradução: Emerson de Oliveira

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